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Lorella
— ESPERO QUE SEJAM BOAS NOTÍCIAS.
Meus dedos rasgam com facilidade o lacre de cera no envelope em formato de galhadas do Senhor do Norte, depois puxo o pedaço de papel para fora e encontro a bonita caligrafia de Flora no pergaminho, contando-me sobre seu tempo em Terrasen.
Flora conta sobre seus dias no castelo, quantos livros leu junto de Evangeline e que Lysandra havia aprovado as aulas de Evangeline no castelo em Orynth — com isso, fazendo ambas, Flora e Eva, terem aulas juntas. Flora diz que, surpreendentemente, estava gostando das aulas ao lado de Evangeline; ela conta sobre os passeios com Ligeirinha, as caminhadas no jardim da rainha ao lado de Aelin e o fato mais impressionante: Rowan e Aedion estavam ensinando as duas garotas a se defender.
Flora parecia exultante ao me contar que o rei havia lhe presenteado com uma adaga de osso de algum animal marinho muito antigo — uma coisa bonitinha de se olhar, subestimada, mas que poderia facilmente ferir de forma letal um homem adulto.
Em seguida, Flora narra como estão seus dias no castelo durante esses quase dois meses em que estamos separadas. Ela me relata a situação da gravidez de Aelin; diz como a barriga já estava evidente e como Rowan estava pairando sobre Aelin de forma compulsória, obcecado pelas menores coisas a fim de garantir que sua parceira ficasse feliz e confortável. Consequentemente, ele estava deixando todos os outros do castelo loucos.
Por último, Flora me pergunta quando voltarei para casa, diz que sente saudades e que mal pode esperar para conhecer Blodreina — ou Blod, como ela carinhosamente apelidou minha serpente alada. Como observação, ela me conta que está contente com Evangeline — e caso eu quisesse saber mais sobre o relacionamento das duas, teria que voltar para saber pessoalmente.
Garota do cacete.
Deixo a carta de lado com um sorriso no rosto, aliviada por saber que tudo ainda estava relativamente normal. Flora não relatou nada sobre um novo atentado de Holdwyn, e acredito que caso houvesse ocorrido um acidente a florista definitivamente me informaria. Esse assunto entre nós era importante o suficiente para que ela me contasse. Contudo, ao ver que não há menção da rebelião em sua carta, não deixo de me sentir sossegada com o que está acontecendo em Terrasen.
Blodreina solta um resmungo atrás de mim, bufando baixinho ao pedir que eu continue com a carícia em seu focinho. Olho para ela, a enorme cabeça pousada ao meu lado no chão, e afago sua pele encouraçada. Ela não podia estar se tornando mais carente e mimada. Quando não estava com Fenrys ou Hesso, tentando ganhar algumas iscas de carne a mais, então ela tentava corromper o coração insensível e gélido de Tabitha. Encontrei a bruxa ao menos duas vezes junto de Blodreina, e a Sangue Azul parecia conversar baixinho com a criatura, pensando que ninguém estava vendo-a. Fenrys quase sempre se comovia com os olhos pidões de Blodreina, e sempre que aparecia estava com meia dúzia de tiras de carne nos bolsos. Ele e Blodreina se tornaram bons companheiros, de uma forma que até me enciúma às vezes.
Esfrego sua cabeça, soltando um riso quando ela murmura de satisfação e volta a fechar os olhos e dormir, aproveitando o vento que entra pelo buraco da parede no alto da montanha. Manon disponibilizou um ninho para Blodreina, e passávamos a maior parte do dia aqui, enfiadas nesse pequeno buraco da montanha, olhando para o pôr do sol e aproveitando as paredes frescas e o vento refrescante que nos alcançava aqui em cima, nos ajudando a enfrentar o auge do verão. O corpo de Blodreina cobria a maior parte do lugar, e sua cauda estava pendurada da borda, balançando lentamente junto do vento.
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✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADA
FanfictionLorella sabia que monstros existiam, e que eles não eram apenas valgs. Monstros, para ela, eram pessoas. Humanos, bruxas e feéricos, ela não via diferença quando tudo o que conheceu fora brutalidade e crueldade. Trancafiada desde criança pela falsa...