𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑫𝒆𝒛𝒆𝒔𝒔𝒆𝒕𝒆

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Lorella


VOLTEI AO SALÃO PELO MESMO CAMINHO QUE FIZEMOS AO SUBIRMOS. 

Segui a música que ainda ecoava pelo castelo e felizmente me dei conta de que ninguém além dos amigos de Aelin se deram conta do que estava acontecendo alguns andares acima do mesmo palácio onde eles celebravam. Quando adentrei o Grande Salão, a primeira coisa que vislumbrei foi o vestido azulado de Sierra ondulando ao redor de seu corpo conforme minha amiga dançava com o Lorde Ren. Ambos com um sorriso alegre nos rostos. O Lorde mal conseguia acompanhar os passos ágeis da curandeira conforme ela pulava e rodopiava — mas, na verdade, eu sabia que Allsbrook só estava embasbacado com a beleza e graça da mulher, por isso mal reparava nos outros pés que tropeçava ou nas pessoas que esbarrava.

Outra coisa interessante que vejo é Flora e Evangeline dançando juntas, de mãos dadas. Flora sorria alegremente e notei uma coroa de flores frescas e vermelhas no topo da cabeça de Evangeline, combinando com seu vestido. Flores, essas, das quais não havia em Erilea — apenas em Antica, vinda de uma espécie bem rara e que só florescia nos oásis do continente do Sul.

Me encontrei com Aelin no meio do salão. Ela estava com Aedion e o resto dos amigos. Eles tinham rostos tensos e ficaram ainda mais cautelosos quando eu me aproximei. Os olhos da Rainha se desviaram para mim. Ela me avaliou, procurando algum ferimento.

— Eu estou bem — disse, antes mesmo de ela me perguntar. Mesmo assim, seus olhos ainda continuavam me avaliando. Rowan fazia a mesma coisa. — Só achei melhor vir dizer hoje a você.

— O que aconteceu? — Lorcan indagou, emburrado. Elide, ao seu lado, olhou para o marido com o cenho franzido. — Não me diga que conseguiu alguma informação nova?

— Bom, sim, de fato — o Lorde de Perranth parece incrédulo. — Ele revelou que um grupo foi enviado para a Baía da Caveira a fim de servir como espiões para Holdwyn.

— Como ele te revelou isso? — o primo da Rainha parecia curioso, cauteloso e surpreso. Olhei para ele e sorri. E tentei ignorar seu olhar avaliativo sobre minha cicatriz facial quando eu disse:

— Vamos dizer que ele não resistiu ao meu sorriso.

Lysandra e Yrene riram. Elide abriu um sorriso e Manon apenas me encarou de forma curiosa. Reparei que Fenrys não estava presente e quase agradeci por isso — eu não aguentaria olhar para ele por mais um segundo sem começar a perguntar o que há de errado entre nós dois.

— Vou enviar uma carta à Rolfe pela manhã — Aelin alega. — Obrigada pela ajuda, Lore.

Acenei, abrindo um leve sorriso e olhando sobre o ombro de Aelin, vislumbrando uma cabeleira castanha entre a multidão. Depois, a capa ondulando sobre os ombros do macho que provavelmente deveria estar a minha procura.

— Eu vou tomar um pouco de ar, se você não se importa — anunciei, sorrindo para a Rainha. Aelin concordou, me olhando enquanto eu dei as costas para eles em direção à saída.

A Rainha continuou sua comemoração enquanto eu tomei a lateral do salão, em direção a um corredor que me levaria para fora. Olhei sobre o ombro uma última vez antes de atravessar o umbral e notei que Vaughan havia me encontrado no último segundo antes de eu sair. Quando ele tentou me seguir já era tarde, porque pulei sobre o parapeito da ponte que ligava uma parte do castelo a outra.

Então deslizei pelos telhados esverdeados e pelas beiradas das janelas, me tornando noite líquida e sumindo na escuridão da noite.

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✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora