𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑪𝒊𝒏𝒒𝒖𝒆𝒏𝒕𝒂 𝒆 𝑺𝒆𝒊𝒔

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Fenrys


LORELLA TENTOU SE ARRASTAR EM DIREÇÃO À IRMÃ CAÍDA.

A irmã com o coração perfurado — e traída por outra irmã.

À minha esquerda, Freya saltou dos muros e aterrizou nas costas de um feérico que passava sob seu caminho. A adaga da bruxa acertou o pescoço do macho antes mesmo de seu corpo se chocar contra o chão, sua lâmina perfurando furiosamente carne antes de ela se colocar de pé em um piscar de olhos, com o rosto tomado pelas lágrimas, atravessando o pátio em direção à irmã ferida.

Observei Freya e Manon se encontrarem e, juntas, eliminarem os homens de seus caminhos até o destino das duas — e me vi incapaz de desviar o olhar das duas bruxas quando se arremessaram contra os outros homens, deixando apenas cadáveres em seu caminho. Elas lutaram como se tivessem nascido para isso, destemidas e inteligentes, como se aquele tipo de ferocidade existisse apenas nas bruxas.

Um rugido soou do outro lado, e me virei a tempo de observar Isla saindo das sombras de trás de um dos portões, espada e adaga nas mãos, as lâminas ainda pingando sangue conforme ela olhou para o corpo de Arthemis sob os pés de Aleesia e gritou para os céus, em um uivo de perda e ódio e fúria.

Isla agiu, Aleesia se preparando para ela conforme observava a irmã correr em sua direção com os olhos cegos por fúria. O poder de Isla massacrou o homem que se colocou em seu caminho, entre ela e Aleesia — o homem que estava ao lado de Holdwyn mais cedo, com olhos azuis e um sorriso asqueroso. Randall. O irmão de Kharis.

Em um giro de seu corpo esguio, Isla passou por ele e então o macho estava caído no chão, morto, com sangue escorrendo pelo nariz antes que percebesse as sombras de Isla se enrolando ao redor de seu pescoço e o torcendo, girando sua cabeça até a espinha quebrar. Outros dois soldados próximos estavam caídos com um piscar de olhos, adagas no coração. A pontaria de Isla sendo tão precisa quanto sua ira, não falhando. Os dois guardas restantes se alertaram, mas Isla já estava sobre eles, libertando sua fúria pela irmã caída.

Bellamy avançou, então Freya estava ao seu lado, e Isla — todas com um único objetivo em suas mentes: chegar até Arthemis, ainda agonizando sob a ponta da espada de Aleesia.

Chegar até Lorella, rastejando no chão, em prantos, esticando as mãos em direção à irmã caída a menos de um metro. O sangue de Arthemis correu como um pequeno riacho em direção à Lorella, manchando seus dedos. A fêmea gemeu, soluçando, e se arrastou mais alguns centímetros na areia.

Abri caminho atrás das três irmãs, terminando com os machos que elas deixavam cambaleantes para trás.

Holdwyn havia feito muitas coisas terríveis em sua vida, criado e destruído reinos em nome de Maeve, saqueado e torturado em nome dela — mas a melhor coisa em Holdwyn eram suas filhas. Aquelas aterrorizantes e habilidosas filhas.

Ao longo dos séculos, Dilden Holdwyn produziu talentosas filhas, concebeu grandes mulheres e monstros ao longo de seus anos. E, essas três fêmeas que vejo lutar agora, eram ambas. Feitas por luzes e trevas, amor e ódio, elas lutaram.

Para alguns, essas fêmeas seriam heroínas; para outros, as mais sombrias das vilãs. Entretanto, no momento, nada importava. Nada, a não ser chegar até onde suas duas irmãs estavam caídas.

E era tão doloroso notar que faltava menos do que um metro e meio até que elas tivessem atravessado os portões; um metro e meio do que teria sido a salvação de ambas. Foi insuportável olhar no rosto desolado e encharcado de lágrimas de Lorella quando ela alcançou Arthemis e agarrou o pé de Aleesia — e minha parceira não se importou nem um pouco com a própria vida quando empurrou o pé da criatura sobre o peito de sua irmã caída. Os segundos se arrastaram quando ela ergueu Arthemis em suas pernas e abraçou o corpo da irmã, gritando daquela forma rouca através da garganta, sem palavras, sem som de verdade.

✓𝑹𝑬𝑪𝑳𝑨𝑰𝑴𝑬𝑹 | (𝘛𝘖𝘎) - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora