Capítulo 3

11.8K 892 127
                                    

Ai droga ai droga aiiii droga. Se acalma Sonya, é só uma mera coincidência, ele não te viu sem máscara então vai ser tecnicamente impossível ele te reconhecer.

-Silêncio no tribunal, vamos começar.-Diz com a voz potente. Olho pra seu rosto percebendo o quão bonito ele realmente é. Ele lança um rápido olhar pra todos incluindo pra mim, me fazendo ficar mais nervosa ao ver seu olhar demorado sobre mim, dessa vez sem a malícia e sim a seriedade. Desvio meu olhar do seu e me concentro em meu computador, vendo o primeiro advogado começar a falar. As próximas duas horas e meia passam consideravelmente rápido, meus dedos se encontram levemente doloridos por digitar tanto sobre esse caso que se trata de uma mulher que foi bem racista com uma garotinha de nove anos filha de um importante CEO.

-O júri e eu te declaramos, culpada, saberá amanhã quantos anos terá de cumprir em regime fechado.-Vejo a mulher com uma cara de desespero e um pequeno alvoroço começar.-Silêncio no tribunal!-Exclama irritado fazendo todos se calarem novamente.-Declaro que esse caso está concluído.-Diz e relaxo finalmente. Pego minha garrafinha de água e a abro dando um longo gole enquanto vejo todos saindo deixando o tribunal praticamente vazio.

-Você, me envie agora tudo o que anotou sobre o caso.-Diz rude me fazendo estreitar os olhos. Que idiota, será que faria mal ele dizer por favor? Babaca.

-Claro um minuto.-Digo fechando minha garrafinha convertendo tudo pra PDF e enviando por e-mail. Vejo que já deu a hora de meu almoço e por isso, desligo o computador e ignorando o idiota todo poderoso, me levanto e coloco a bolsinha em meu ombro, desço os pequenos degraus até ser parada por sua voz.

-Eu por acaso mandei você sair?

-E eu por acaso preciso da sua permissão pra sair em meu horário de almoço?-Rebato gentilmente encarando seu rosto rude que ergue uma sombrancelha levemente surpreso.

-Como minha ajudante é sua obrigação ficar para me ajudar.

-Sim, durante o horário de expediente, a menos que esse tribunal concorde com o trabalho escravo, eu realmente não tenho porque ficar aqui em meu horário de almoço.-Ele se levanta de sua cadeira e desce os degraus vindo em grandes passos até mim . Ok péssima ideia ter rebatido ao que ele disse, ótimo primeiro dia Sonya, agora já virou um alvo de um dos juízes mais importantes dessa merda, parabéns.

-O-oi senhor tompson, por favor a desculpe, é seu primeiro dia ainda e isso não vai se repetir, não é mesmo Sonya?-Pergunta Celine olhando pra mim desesperada enquanto ainda continuo o encarando, dessa vez de perto. Um caralho que não vai se repetir.-O que querem comer?

-O meu é o de sempre.-Diz de braços cruzados me encarando mortalmente.

-Vou querer comida coreana e uma água com gás.-Digo não desviando meu olhar de seus olhos.

-O-ok não vou demorar, Sonya querida o ajude no que ele precisar.-Diz saindo rapidamente da sala.

-Então, Sonya eu pr-

-Pra você é senhorita Miller senhor Tompson.-Digo rude seguindo até o meu lugar ou tentando já que ele pega em meu braço. Respira inspira. Babaca imbecil.-Pode me soltar por favor? Preciso pegar meu material de trabalho pra te ajudar.

-Por que está tão brava?-Pergunta encarando meus olhos. Idiota, tinha que ser tão bonito assim?

-Eu? Brava? Impressão sua senhor, estou tão feliz que poderia começar a cantar agora e acariciar os passarinhos.-Digo estreitando os olhos em sua direção o fazendo sorrir com minha ironia. Olha pelo que parece ele sabe rir. Ele me solta e vou até meu lugar pegar o maldito notebook e me inclino o ligando. Ele anda até seu lugar e me chama.

-Senhorita Miller coloque sua cadeira aqui do lado da minha, há algumas coisas que estou com dúvida.-So pode ser sacanagem.

-Claro senhor Thompson.-Digo com falsa calma. Eu definitivamente estou com um puta ranço dele. Pego minha cadeira e coloco do lado da sua poltrona. Pego meu notebook e coloco em sua mesa e ajeitando a saia, me sento. Ok estou meio desconfortável perto dele, não sei se é porque não costumo ficar tão próxima a homens assim ou se é ele que me deixa assim.

-Não gostei do seu perfume tem um cheiro muito doce.-Ah era só o que me faltava.

-Ainda bem que quem tem que gostar dele sou eu que paguei por ele e não o senhor não é?-Digo olhando seu rosto o lançando um falso sorriso.-Mas agora se estiver muito incomodado, compre um pra mim ao invés de ficar dando palpites, até lá continuarei o usando.

-Você acha que está em um circo pra ficar fazendo gracinhas senhorita Miller?-Pergunta me encarando de mais perto

-Não e o senhor, acha que é meu pai ou meu marido pra ficar dando palpites sobre o que eu uso?

-Não acha que está se achando demais pra o seu primeiro dia?-Pergunta irritado.

-Ate que não, e o senhor? Não acha que está se intrometendo demais onde não foi chamado?-K.O cacete, eu sou fodaaaaa.

Helio onn...

Eu não acredito que estou realmente sem palavras diante das patadas que estou recebendo dessa menina e o pior! Eu realmente a achei interessante por ter uma lingua tão solta! Olho seus olhos castanhos vendo que ela não está com medo!

-A senhorita sabe que eu poderia te demitir por ser tão atrevida não é?-Pergunto tentando impor medo.

-E o senhor como juíz sabe que demitir um funcionário sem justa causa é crime e eu poderia processar esse lugar não é?-Ela realmente é bem atrevida.

-Você me tratou com falta de respeito!-Digo irritado

-Oh, quando senhor?-Pergunta se fazendo de inocente em um sinal claro de deboche.-Parece meio irritado, quer que eu te faça um chá de camomila?-Diz estreitando os olhos me lançando um pequeno sorrisinho.-Falta de respeito e educação é não responder os outros sabia senhor?-Diz colocando o braço na mesa e apoiando seu lindo rosto nele enquanto me olha piscando os cílios.

-Eu não quero chá!-Digo aumentando o tom de voz irritado tentando abala-la mas falho.

-Quer alguma outra coisa então senhor meritíssimo?-Pergunta de olhos estreitos e mesmo não querendo, abaixo os olhos pra seu corpo curvilíneo quase todo tampado por um terninho e pisco os olhos expulsando as imagens perversas de eu a fazendo implorar por perdão ao fode-la intensamente em cima dessa mesa.-Bom já que não quer nada, podemos começar nosso trabalho. Diz se virando pra frente e mexendo em seu computador. Pela primeira vez uma pessoa que não é próxima a mim não está com medo de mim e de quem eu sou. Será que ela tem uma real noção de quem eu sou?-Quer tirar uma foto?-Diz me olhando e me fazendo me tocar que eu a estava encarando.

-Vamos começar a trabalhar.-Digo irritado.

O juízOnde histórias criam vida. Descubra agora