-Ok pode me dizer o que isso significa?-Pergunta me encarando com seus lindos olhos desconfiados.
Embaraçada, pigarreio enquanto sinto que estou fazendo papel de idiota.
-Eu, eu fiz um bolo e pensei em trazer uns pedaços pra você, como forma de agradecimento por, sabe, ontem, m-mas se não quiser não tem problema, eu super vou entender.-Digo me sentindo estúpida enquanto procuro fechar o pote de uma forma desengonçada. Onde eu tava com a cabeça em pensar que ele iria aceitar algo de mim.
-Eu não disse que não iria querer.-Diz me encarando seriamente. Encaro seus olhos azuis enquanto comprimo os lábios e sinto uma forte agitação ao vê-lo se aproximar enquanto encara sério o pote.
Abro o pote e desvio meu olhar do seu quando ele pega um pedaço. Curiosa, o vejo mastigar o pedaço de bolo enquanto me encara de um jeito estranho.
-E aí? Ta bom?-Pergunto mordendo nervosamente o lábio. Ele termina de mastigar e me lança um sorriso gentil enquanto diz.
-Sim, está muito bom, obrigado pelo bolo.-Diz fazendo eu o dar um sorriso enquanto o vejo retribuir. Nos encaramos por um bom tempo igual dois idiotas.-Quer tirar uma foto desse rostinho bonito? Vai durar mais.-Diz divertido, sem o seu casual tom de sarcasmo. Seus olhos azuis que geralmente se encontram frios, estão meio abatidos, como se ele tivesse ficado muito entristecido com algo, o que pra mim, de certa forma é incômodo.
-Acho que uma pintura seria melhor.-Digo divertida.-Toma, quando terminar de comer, me devolve o pote porque se não uma pessoa vai comer meu rim.-Digo o fazendo soltar uma leve risada.
-Essa pessoa gosta de utensílios de cozinha?-Diz me fazendo bufar.
-Gostar? Gostar é um eufemismo, se um ladrão um dia fosse roubar nossa casa, poderia levar tudo, menos os potes e copos dela, seria capaz de ele deixar até me levarem.-Digo o fazendo dar uma gargalhada enquanto sinto meu coração quentinho e acelerado. Eu gosto de ver ele rindo.
-Então pode deixar que eu vou me lembrar disso.-Diz pegando o pote. Seu tom de voz está estranho também, ele realmente está abatido e mal com algo.
-Ei, sei que não é da minha conta mas, aconteceu algo? Parece meio abatido.-Digo o vendo arquear a sombrancelha enquanto parece considerar se me responde ou não.
-Acho que não temos tempo pra conversar sobre isso.-Diz dando de ombros.
-Olha, ainda falta pelo menos uma hora e meia pra nosso trabalho começar, temos bastante tempo.
-Por que isso te interessa? Só venho te tratando de forma rude e escrota toda vez que nos encontramos.-pelo menos isso ele reconhece.
-Porque apesar de ser um escroto, ainda assim é um ser humano e não gosto de ver ninguém triste, há algo que eu possa fazer?-Pergunto o fazendo sorrir.
-Você realmente é fofa.-Diz me fazendo fechar a cara.
-Não sou fofa.-Digo o vendo bufar.-E aí, quer me contar o que houve?
Helio onn…
Olho divertido a pequena menina a minha frente enquanto sinto-me melhor. O desânimo que estava ate agora diminuiu bastante. Ela me encara com seus olhinhos castanhos enquanto espera.
-Tudo bem, vou te contar, mas por favor, não conte pra ninguém.-Digo a vendo revirar os olhos.
-Não sou fofoqueira e sim historiadora.-Diz me fazendo soltar outro sorriso involuntário.
-E qual a diferença?-Pergunto com interesse.
-Bom, uma pessoa fofoqueira gosta de saber da fofoca dos outros e espalha pra várias outras pessoas, já uma historiadora gosta de saber das fofocas mas mantém só pra si mesma, entendeu?-Pergunta me fazendo sorrir.
-Entendi senhorita historiadora. Ja que tem tanto interesse, vou te contar.-Digo indo me sentar em uma das cadeiras da enorme sala de audiências. Ela se senta ao meu lado e pondo os pés pra cima, se vira e fica bem perto de mim esperando que eu comece a contar.
-Bom, eu tenho um irmão mais novo que eu.-Digo me lembrando de Peter.-Passamos por muita coisa na infância e adolescência que não vem ao caso mas sempre fomos bem unidos juntos de um amigo meu.-Digo me virando pro lado.-Porem, depois que tudo acabou e seguimos caminhos parecidos, senti que nos afastamos muito.-Digo olhando seus olhos curiosos.-Acho que foi por conta da nossas rotinas tão diferentes, ou porque ele começou a se relacionar com outros tipos de amigos.-Digo respirando fundo.
-Bom, só sei que em determinado momento, nos tornamos irmãos bem distantes, eu tentei me aproximar dele várias vezes de formas sutis, como na vez que zoei ele ao ele me ligar pedindo ajuda.
-E por que você zoou ele?-Pergunta de forma calma.
-Ele não estava querendo admitir que estava caidinho pela atual esposa dele, zoei um pouco ele por isso.-Digo sorrindo me lembrando daquele dia.-Enfim, não consegui me aproximar do meu irmão como eu queria, e digamos assim que talvez seja culpa de uma leve mágoa.
-Por que?-Pergunta acariciando meu braço que se encontra em cima da cadeira, em outras ocasiões eu tiraria sua mão de mim, mas suas carícias não são incomodas.
-Eu sei que ele é meu irmão mais novo, mas, ele só me procurava, ou me procura quando realmente está encrencado pra que eu possa resolver algo pra ele.
-Caralho que cuzão, até eu ficaria meio magoada, opa, desculpa.-Diz sem jeito me fazendo rir enquanto nego com a cabeça.
-Sem problemas.-Digo divertido. Respiro fundo enquanto continuo.-Sei que eu preciso ajudar meu irmão por ele ser mais novo mas poxa, eu realmente so sirvo pra isso? Pra concertar algo que ele fez de errado?
-Não, não é sua obrigação ja que ele não é nenhum nenem. Ele sabe sobre essa mágoa que tem em relação a ele?-Pergunta enquanto nego com a cabeça.
-Sempre o deixei acreditar que eu era muito ocupado, ou muito frio.-Digo surpreso por estar me abrindo assim.-Enfim, tô assim porque ele não tem interesse em fazer com que eu participe de nenhum momento importante de sua vida, poxa, nem no dia da sua formatura eu fui porque ele não se deu o trabalho de me convidar.-Digo com um gosto amargo na boca.
-Ele definitivamente é um cuzão egoísta. Ele te excluiu de algum momento importante assim hoje?-Pergunta serenamente, sinto confiança em continuar falando ja que em nenhum momento vejo em seus olhos julgamento.
-Sim, achei que ele tinha ido em lua de mel mas ele não tinha, tentei conversar com ele pra saber como ele está e afins, mas ele não teve muito interesse, disse que precisava ir pra ter um "café em família" ele convidou até nosso amigo que até poucos anos atrás estava sumido, menos a mim. Fico me questionando se pra ele eu só sirvo pra resolver problemas que venham a surgir.-Digo engolindo em seco enquanto tento calar a boca.
Ela com certeza deve estar achando que eu sou um patético, eu também me acho patético. Me surpreendo ao vê-la se aproximar e me abraçar fortemente, me deixando sem reação, com o coração acelerado e os olhos arregalados.
-Me abraça de volta caramba.-Diz me apertando mais a si enquanto ainda permaneço confuso.
Eu realmente tenho q parar com essa ilusão que cês vão realmente demorar pra bater a meta ;~;. E aí o que acharam? Gostaram??? A meta de comentários é 90 pra esse e se dobrarem trago outro amanhã mesmo. O wattpad havia bugado e embaralhou todos os capítulos, demorou pra caramba pra eu conseguir concertar então caso pra vcs ainda esteja embaralhado, eu sinto muito por isso. Bom, espero que tenham gostado, comentem muitooo e ate breve mores(ou amanhã)
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O juíz
RomanceHelio Tompson é um poderoso e influente juiz de Los Angeles, com um passado marcado de traumas ja superados (ou é o que ele pelo menos finge acreditar). Ele acredita que tudo em sua vida está mais que perfeito, afinal, ele é um belo homem, rico, fa...