Capítulo 44

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Eu nao sei descrever com exatidão o que diabos aconteceu, eu so sei que em um momento eu estava recebendo beijos e carícias e no outro o pobre garoto estava em cima de mim desacordado.

Desesperada, olho o que aconteceu e em seu pescoço há uma pequena agulha, me assustando. Como... Infernos?

Olho surpresa pra Helio e me assusto ao vê-lo tirar o corpo desmaiado de cima de mim e o jogar no chão como se fosse um saco de merda. Em sua mão há uma outra agulha, bem longa.

-Sabia que se eu enfiar isso aqui, no lugar certo, dentro do ouvido do seu amiguinho, eu consigo mata-lo?-Diz me olhando com um sorriso macabro.

-Para! Helio!-Exclamo exaltada, com a respiração acelerada, um medo intenso se apodera de mim.-Você é um bom homem!

-Por isso mesmo que vou o dar uma morte rápida e indolor, eu deveria cortar as mãos dele e o fazer come-las, isso sim seria interessante.-Diz dando uma risada macabra.

-Você não é assim v-

-O que diabos você sabe sobre mim pra afirmar tal fato garotinha?-Diz me dando um sorriso preguiçoso antes de seguir em frente. Pulo do carro e o abraço por trás, o prendendo a mim.

-Você não vai fazer isso.-Digo com os olhos lacrimejantes.-Isso é errado, você não é um assassino.-Digo com medo ao ouvir sua risada.

-Que fofa.-Diz rouco.-Corra garotinha, corra o mais rápido que puder, eu não estou pra brincadeiras.-Eu deveria o obedecer, deveria sair correndo, meu corpo treme diante do medo intenso que estou sentindo mas não posso, não posso deixar um cara inocente perder a vida assim.

-Se você fizer isso você vai me machucar.-Digo em um tom sofrido.-Não mata ele.

-Gosta tanto assim desse advogadozinho sem graça?-Pergunta com escárnio.-Continue, está me dando apenas mais motivos pra reconsiderar a ideia de a morte dele ser indolor.

-Eu não gosto dele, eu não gosto. Eu só não quero que você o mate. Isso não é justo! Eu não matei a juíza que você estava pegando em cima da porra da minha mesa!-Exclamo socando suas costas.

-Sobe os socos mais pra cima, essa massagem tá ficando ótima.-Diz com deboche.-Eu falei pra não se envolver comigo, eu falei que não era pra me provocar, por que você não me escutou?!-Exclama exaltado fazendo com que eu me encolha.

Seus olhos estão tão frios, tão, tão maldosos.

-Você não pode tirar a vida de um ser humano!

-Ownt, sério? Tente me impedir.-Diz em desafio se virando e indo rapidamente até o corpo caído. Engolindo meu medo, pulo em suas costas e o seguro pelo pescoço.

-Para de ser um babaca uma vez na vida!-Exclamo irritada.

-Me solta!

-NÃO!-Grito em seu ouvido. Ele me pega pela bunda e consegue de alguma forma me trazer pra frente de si.

Eu sei que foi loucura, eu sei que eu não deveria, eu só posso ter ficado doida.

Lhe dou um tapa forte na cara enquanto sinto lágrimas caírem de meu rosto. O dou mais outro forte tapa com a mais pura raiva. Raiva por ele ser um babaca, raiva por ele ter tocado em outra, raiva de mim mesma por ter sentimentos por um monstro como ele.

-Por que você foi tocar nela! Seu idiota, idiota!-Exclamo socando seu peito repetidas vezes.-Você não deveria ter tocado nela!-Exclamo o batendo mais.

-Pelo visto o meu esforço não foi totalmente em vão.-Diz debochado antes de puxar meu cabelo e tomar minha boca.

Soco seu peito mais vezes, diminuindo cada vez mais a força enquanto me rendo a esse beijo.

Um beijo intenso, de urgência, doentio e sensual. Eu devo ser tão doente quanto ele por mesmo em situações como essas, gostar de sua boca na minha.

-Não mata ele.-Choramingo livrando minha boca da sua.

-Me distraia então querida.-Diz tomando novamente minha boca pra si. Um de seus braços prende minha bunda a seu corpo enquanto sua outra mão traz minhas costas mais pra perto de si.

Ainda em lágrimas, prendo minhas pernas em seu quadril e minhas mãos em seu pescoço enquanto o beijo com mais urgência. O medo, a tristeza, minha época menstrual, tudo isso influencia em minha excitação que estou sentindo agora.

Ofego entre os beijos enquanto me sinto ainda mais doente por seu beijo embriagante.

-Você é minha, minha, merda!-Exclama tomando minha boca novamente com mais fervor.

Não sei quanto tempo passamos nos beijando, diante do corpo desmaiado no chão, na vazia garagem, antes de nos acalmarmos.

-Me desculpe por te fazer chorar.-Diz enxugando as lágrimas de meus olhos.-Eu não tinha esse direito, mas fiquei louco quando vi vocês dois.

Com os lábios inchados e trêmulos, me sinto mal, mal por ter gostado desse beijo, de seu corpo junto ao meu, mal por ter cedido tão facilmente ao seu beijo.

-Eu não quero mais te ver, isso não vai dá certo.-Digo em lágrimas, vendo seu rosto se transformar em uma dura carranca. Sinto uma intensa dor em meu peito enquanto mais lágrimas caem.

-Você tem certeza de que não quer mais me ver?-Pergunta em um tom machucado e sem coragem de olhar em seus olhos, aceno com a cabeça, enquanto sinto meu coração ser dilacerado pouco a pouco.-Como quiser, eu deveria saber que com você não seria diferente dos outros.-Diz me soltando bruscamente e saindo dali rapidamente.

Sem olhar pra minha cara, ele entra em seu carro e sai dali, sem me dizer um adeus, fazendo com que eu caia de joelhos, me abraçando, e me pondo a chorar copiosamente, sentindo uma absurda tristeza dentro de mim. Eu sei que foi melhor assim, mas, porque isso me dói tanto?

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No dia seguinte, ao ir pra meu emprego, recebo a notícia de que fui trocada de sala assim como de juiz, já que, ele se foi, ele respeitou meu pedido e se foi, me deixando com um gosto incrivelmente amargo na boca e uma dor sem fim em meu peito.

Que capítulo foi esse meu deus. E aí o que acharam? Se comentarem muitoooo trago outro amanhã mesmo. Beijooos e até breve.

O juízOnde histórias criam vida. Descubra agora