O juíz

Capítulo 25

Olho pro relógio inquieta enquanto estranho o imenso vazio da sala de audiências.

Onde foi que ele se meteu? Ele não parece ser um homem que costuma se atrasar. 

Mordo meu lábio nervosamente, que droooga, ta perto do horário da primeira audiência. 

Escuto a porta ser aberta mas quem entra é uma mulher bem vestida seguida de outra logo atrás que fecha a porta.

-Sai.-Diz arrogante indo pra o lugar do senhor Tompson. 

-Oi? Desculpe?-Pergunto olhando a jovem moça a minha frente.-Acho que a senhora errou de sala, essa é a d-

-Sim eu sei, mas me pediram pra substituir ele hoje, trouxe minha própria ajudante então, sai.-Diz de forma arrogante. Se controla Sonya, a mulher é juíza.

-Oi.-Diz a jovem me dando um sorriso gentil. 

-Por que pediram pra você substituir ele?

-Não sabemos senhorita, poderia por favor se levantar, ja vai começar as audiências.-Diz a moça de forma gentil, estreito meus olhos pra vaca da juíza enquanto lanço um sorriso pra moça a minha frente. 

-Claro, bom trabalho pra você.-Digo de forma gentil pra moça enquanto pego minhas coisas. 

Saio do auditório irada, não acredito que vim atoa, e ainda fiquei esperando. Custava alguma coisa pegarem a porra do telefone e me ligarem pedindo pra que eu não viesse hoje? Que oooodiioooo.

Encontro Celine em um dos corredores e a paro.

-Por que não me avisou que eu estava dispensada hoje Celine?-Pergunto irada.

-Ah que cabeça a minha.-Diz dando uma risada sem graça.-O senhor Tompson tinha ligado a pouco tempo dizendo estar ss sentindo mal e por isso não iria vir hoje.-Diz me deixando curiosa e preocupada.

-O que ele tem?-Pergunto me acalmando mais. 

-Não sei, ele não disse.-Diz dando de ombros.

-Poderia me passar o endereço dele?-Pergunto nervosa, logo em seguida completando a frase.-Eu preciso entregar uma documentação pessoalmente pra ele que é importantíssima.-Digo tentando transparecer nervosismo.

-Claro sem problemas, vem comigo.-Diz andando rapidamente e eu a acompanho até uma sala, onde ela mexe em umas pastas e depois anota algo.

Apos me entregar o papel, agradeço e saio correndo em meio aos meus saltos, tarefa quase impossível. 

Quando chego em meu carro, coloco o endereço no GPS do meu telefone e ligo meu carro enquanto me pego apreensiva. 

Será que ele pegou alguma virose?

Ou foi de novo ignorado pelo próprio irmão? Me pego irritada ao pensar nessa possibilidade. Se for isso eu vou dar uma voadora na cara do irmão dele! 

Helio onn…

Jogo meu telefone na parede irritado enquanto engulo o gosto amargo que toma minha boca de novo. A tela aparece pra cima mostrando a foto de meu irmão sorrindo em uma imagem com praticamente todo mundo nela, aparentemente em um hotel luxuoso. Até o Leon foi chamado, menos eu. 

Por isso ele não me atendeu. Idiota, até parece que seu irmão largaria a família perfeita dele pra poder vir te ver.

Me deito na cama e olho para o teto cinza enquanto penso em como minha vida é tão sem graça e quão ridículo e idiota eu pareço por querer alguém por perto agora.

O que fiz essa madrugada… a única coisa que me arrependo foi de ter bebido o sangue do maldito. Acho que meu corpo realmente não gostou muito da ideia, e agora estou com um mal estar do caralho. 

Depois do acontecimento limpei todos os rastros e me certifiquei de que nada tinha sobrado, antes de tomar um banho e queimar minhas roupas usadas e jogas as cinzas no ralo da pia.

Após isso saí de lá e todo o restante de raiva que tinha, gastei socando o saco de areia em minha academia. Tomei banho e tentei, sem sucesso, dormir.

Sinto-me meio abatido, talvez por conta dessa cor de quarto. Com paredes escuras, os móveis claros dão um quebra no visual sombrio, mas ainda assim, parece tão… sem vida. 

Respiro fundo ao virar minha cabeça e clicar no tablet que fica próximo a meu abajur, ele sempre apita quando alguém está chamando do lado de fora no portão. Após ver um Impala preto no portão, fico surpreso e levemente animado.

Sonya onn…

Eufórica, dirijo pra dentro enquanto mordisco o lábio. Tomara que ele não seja rude comigo. 

Olho surpresa pra o jardim sem vida presente atrás dos grandes muros. A grama seca e sem nenhuma flor, tornam o ambiente tão frio, tão sombrio. Ignoro isso enquanto estaciono meu carro em uma garagem ao lado da enorme casa e, após pegar a sacola cheia de guloseimas, fecho a porta do carro e sigo pra porta da enorme casa. Ok ela me dá medo. Talvez por conta do jardim ser tão morto ou essas cores em vários tons de cinza e preto.

Ajeito minha camisa com personagens de animes antes de tocar a campainha. Havia passado em casa antes de vir pra cá, pra finalmente trocar as roupas formais pelas que realmente gosto. Calças jeans rasgadas, all stars e camisas com algum personagem seja de filme série ou anime. 

Perco o fôlego ao vê-lo abrir a porta. Seus cabelos estão soltos enquanto seu grande corpo está sem camisa me fazendo salivar ao ver seus bracos e peito repletos de tatuagens. Ok por essa eu realmente não esperava.

-Veio vender biscoitos pra ir pra algum acampamento jovem adolescente?-Pergunta com um sorriso apagado em uma falha tentativa de humor. 

Após me recuperar de minha surpresa, sorrio gentil pra ele antes de abraçar sua cintura fortemente. Não demora muito pra que ele deite sua bochecha em minha cabeça e me abrace de volta, em um abraço tão apertado que faz com que todas as inseguranças e dúvidas sobre ser certo ou não vir aqui, sumam. Ele parece tão abatido, tão triste. Enfio meu rosto em seu peito enquanto o aperto mais contra mim.

-Agora eu to aqui, vai ficar tudo bem tá.-Digo calmamente o abraçando mais.

Hello again guys, e aí oq acharam desse capítulo? Nada como um capítulo fofinho pra manter o equilíbrio depois do capítulo perturbador que eu escrevi 😳. A metinha de comentarios pra esse é 80 pra trazer outro sábado, porém se comentarem muitoooo trago outro amanhã mesmo. Espero que tenham gostado e estejam bem. Beijoooss e até breve