Abro os olhos enquanto respiro ofegante. Lágrimas escorrem de meus olhos enquanto volto pra anos atrás, pra o dia em que tive a pior dor da minha vida.
Fungando, pego meu travesseiro e sigo pela casa até seu quarto.
-Stella, cê tá dormindo?-Pergunto batendo na porta, ainda com a voz entre cortada.
-Eu estava.-Diz com a voz sonolenta. Ela liga o abajur de seu quarto e me lança um sorriso solidário.-Vem cá, vem.-Diz terna e fungando, vou.
Coloco meu travesseiro ao seu lado e me deito logo em seguida indo pra seus braços chorar.
-Calma, tá tudo bem, foi só um sonho, ja passou.-Diz esfregando minhas costas enquanto choro copiosamente.-Você sonhou com aquele dia, não foi?-Pergunta compreensiva e com dificuldade, aceno, recebendo seu olhar melancólico de compreensão.-Você sabe que não foi sua culpa querida, não tinha nada que você pudesse ter feito por eles.
-Eu... Eu poderia, eu deveria ter tentado Stella.-Digo em lágrimas enquanto relembro como se fosse hoje.
Estávamos bem, indo buscar a Stella, cantávamos no carro, fazíamos brincadeiras divertidas, meus pais e os pais de Stella conversavam. Estávamos planejando o meu aniversário que aconteceria em pouco tempo, até de repente, um caminhão bater no nosso carro e ele capotar da estrada morro abaixo.
Foi tudo tão rápido, os gritos, o medo real da morte, a tentativa de compreensão sobre o que estava acontecendo.
Lembro-me do meu medo, de meus pais me empurrando pra fora do carro, meu corpo travado, meus olhos arregalados, de eu arredar pra trás com medo, desesperada. Da minha mãe sorrindo, dizendo que me ama, antes do carro explodir.
Os gritos de sofrimento, a dor, tudo.
-Ei, você era só uma adolescente, mesmo se tivesse tentado ajudar, você teria sido morta pela explosão também, se acalma pitchuquinha, eu estou aqui, não foi sua culpa.-Diz acariciando meu rosto.
-Stella, obrigada por tudo.-Digo em lagrimas enquanto vejo seu sorriso terno. Sei que deve doer muito pra ela, ter perdido os pais de forma tão trágica assim e ter sacrificado tantas coisas em prol de cuidar de mim, de pagar todo o tratamento psiquiátrico que eu precisei ter pra controlar os intensos surtos de raiva que eu tive depois desse dia, principalmente após descobrir que o acidente foi culpa do motorista, que naquele dia estava bêbado.
Se ele não tivesse bebido, se ele não tivesse ido pra contramão, se ele nem tivesse ido dirigir... Respiro fundo enquanto tento engolir o choro. Pelo menos a lei do retorno cobrou caro dele, já que meses depois ele morreu por overdose ao ter misturado remédios com bebidas.
Stella foi uma verdadeira segunda mãe pra mim, fez coisas que pra uma pessoa normal seria impossível, em prol de bancar os meus estudos, de me dar um lar, de me dar comida.
-Não precisa agradecer querida, você sabe que você sempre vai ser minha pitchuquinha de olhos bonitos.-Diz me dando um abraço forte.-Agora, me abraça e vamos dormir ok? Estou com um pouco de dor de cabeça, acho que foi por causa da música alta na boate.
-Você anda tendo muitas dores de cabeça Stella.-Digo fungando.-Não acha melhor fazer alguns exames?-Pergunto a fazendo rir.
-Não precisa, não são dores de cabeça alarmantes querida, não precisa se preocupar.-Diz enxugando minhas lágrimas.-Agora fecha os olhos e vamos dormir, sua naniquinha catarrenta.-Diz me fazendo soltar uma leve risada.
A abraço fortemente enquanto me aconchego em seu peito, sentindo todo o seu carinho por mim, sentindo a proteção de sempre. Eu definitivamente tenho muita sorte de ter Stella comigo, eu realmente não sei o que faria se a perdesse, eu não sei se aguentaria. Respiro fundo enquanto me aconchego mais, aproveitando as carícias de seus dedos em meus cabelos, voltando a dormir, dessa vez com sonhos tranquilos e confusos.
Helio onn...
Abro os olhos e viro meu rosto olhando as horas no relógio. 5:00 da manhã. Me levanto da cama e faço a minha monótona e entediante rotina. Malho um pouco, tomo banho, tomo um bom café da manhã e depois dessas tarefas, troco de roupa e me preparo pra um novo dia.
Pego-me pensando em duas mulheres novamente, e o efeito que me causam.
De um lado, a senhorita Miller, com seu jeito desengonçado e tímido, ao mesmo tempo forte e determinado, tento compreender o que exatamente fez com que eu me encantasse por ela.
Foi a sua maneira atrevida de me desafiar? Foi a sua coragem? Sua fofura? Ou sua doçura?
De outro, a serpente chamada Scarlett. Desde a primeira vez que a avistei, senti-me completamente encantado, tanto por sua beleza exótica quanto por seu talento para dança.
Foi o seu jeito sexy que me deixou completamente louco? Sua maneira de me seduzir? Seu físico? A curiosidade em saber quem diabos é a mulher atrás da máscara?
Respiro fundo enquanto me sinto confuso, confuso com meus sentimentos, com tudo o que está acontecendo.
Olho em meu telefone e vejo que ja se passou alguns dias desde a última vez que vi ou conversei com meu irmão, dou de ombros e pego ele, discando seu número.
-Alo.-Diz divertido enquanto ao fundo é possível escutar risadas de neném, me deixando confuso.
-Oi Peter, vocês não deveriam estar em lua de mel?
-Querido vem comer!
-Anda logo Peter eu tô com fome.-Diz outra voz ao fundo, parecendo a do Chris.
-Decidimos só passar um dia mesmo em outra cidade e depois voltamos.
-O Chris tá aí?-Pergunto meio confuso enquanto uso a outra mãos pra colocar minha meia.
-Ta sim, convidamos ele pra tomar um café em família.-Diz me fazendo bufar.
-Café em familia é, não me lembro de ter sido convidado.
-Você não iria querer vir, calma querida eu ja vou!
-Você nem se deu o trabalho de me convidar.
-Oi Helio, sinto muito mas podemos conversar depois? Preciso voltar pra mesa, valeu pela compreensão cara, até mais tarde, tchau.-Diz desligando me fazendo bufar. Engulo em seco enquanto lanço um sorriso amargo.
-Não sei por que ainda me dou o trabalho de me preocupar.-Digo pondo os sapatos enquanto aquele gosto horrível ainda fica impregnado em minha boca.
-É isso aí, usar, ou ser usado, no fim de tudo você só é útil mesmo quando precisam de você pra algo.-Digo pra mim mesmo enquanto prendo meus cabelos.-O negócio é parar de dar tanta importância assim pros outros, já que pra eles tanto faz como tanto fez o que acontece ou não com você.-Digo me olhando no espelho me lançando um sorriso amargo enquanto me encaro. Patético.
Desanimado, entro em minha sala após beber mais um gole de água e paro após fechar a porta da mesma. Arqueio a sombrancelha ao vê-la com um sorriso gentil e um pequeno pote aberto com algo dentro. Sei não, jubileu ta estranho.
Rooooi moresss caiu um cisco no meu olho aqui. Tô pensando em fazer uma coisa diferenciada sobre os comentários e quero ouvir de vocês se é uma boa ideia ou não. O que acham da ideia de eu colocar uma meta e caso dobrem, trago no dia seguinte, caso tripliquem, trago no mesmo dia hrs depois, mais um capítulo.
Tipo, se eu pusesse a meta de 1 comentário, caso fizessem 2 eu postava no dia seguinte, porém caso fizessem 3 eu postava no mesmo dia porém há algumas hrs depois.
Vamos testar hoje pra ver se dá certo. A meta de hj é 80 comentarios, se dobrarem trago outro amanhã e, se triplicarem, trago outro hoje ainda até no máximo 10 hrs da noite.
E aí conseguem?
Espero q tenham gostado, que estejam bem e estejam bebendo água. Beijooos e até breve(ou hj ainda).
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O juíz
RomanceHelio Tompson é um poderoso e influente juiz de Los Angeles, com um passado marcado de traumas ja superados (ou é o que ele pelo menos finge acreditar). Ele acredita que tudo em sua vida está mais que perfeito, afinal, ele é um belo homem, rico, fa...