Mari.
Chegando em frente à casa já dava pra ouvir um funkão consideravelmente alto tocando lá dentro e uma leve movimentação lá na laje.
O portão estava aberto, o que foi inteligente tendo em consideração o som da música. Fomos entrando, vendo uma galera espalhada aqui pelo quintal, uns bebendo e comendo sentados numa mesa grandona, outros fumando, e umas minas numa rodinha dançando funk.
Com muito custo entramos na parte interna da casa, a Dri conhece muita gente e acabava que à cada passo que dávamos, surgia uma pessoa vindo cumprimentar ela. Nisso ela também me apresentou muita gente, óbvio que não lembro do nome e provavelmente não vou lembrar da cara de ninguém amanhã.
Drika: Finalmente te achei.-Falou pra um cara quando entramos na cozinha, esforcei os meus olhos e lembrei que ele é o cara que tava sentado na laje no dia que vi aquele branquinho tatuado com cara de mau.
-Nem sabia que cê tava me procurando.-Falou e ela se separou de mim indo abraçar ele.
Drika: Queria te apresentar a Mari.-Se separou dele e pegou na minha mão, me puxando pra mais perto.-Mari esse é o Ht, dono dessa casa e Ht essa é a Mariana, filha da tia Lúcia.
Ht: Satisfação aí.-Estendeu a mão pra mim e eu fiz um toque com ele.-Tá curtindo aqui?
-Eu tô.-Falei colocando um dos meus cachos por trás da orelha.
Ht: Da hora, pô.-Assentiu.-Qualquer coisa que precisar, tamo aí. Só acionar.
-Muito obrigada.-Sorri.-De verdade mesmo.
Drika: Agora sim podemos ir comer.-Falou me puxando pro quintal.
Sentamos em uma roda com uma galera aí, comemos churrasco e de bebida por ser dia de semana eu fiquei na coca mesmo. Apesar da minha timidez eu consegui me entrosar bastante com o pessoal aqui da roda, muito simpáticos sempre falando de assuntos em que eu pudesse me sentir incluída pra não ficar boiando.
Drika: Preciso ir ao banheiro.-Falou se levantando.-Quer vir ou vai ficar de boa aqui?
-Pode ir, fico te esperando.-Falei e ela assentiu entrando dentro da casa.
Já joguei uns dois jogos diferentes no meu celular, entrei no insta, no twitter e nada dela voltar. Me levantei e resolvi ir atrás, foi só eu passar em frente da primeira porta do corredor que ouvi gemidos vindo de lá dentro, voltei de ré na hora e não segurei a risada, tô cagando se vão achar que sou doida por estar rindo sozinha.
Ela vai ter que me explicar isso direitinho depois.
Visto que por enquanto estou por minha conta decidi subir lá pra laje, apanhar um ar puro depois dessa safadeza que tive o azar de ouvir vai me fazer bem.
Graças a Deus não estava cheio igual lá embaixo, se pá só tinha umas quinze pessoas numa rodinha. Me encostei no canto direito do muro que tinha lá, era o lugar mais afastado do pessoal, e apoiei os meus braços lá.
Fechei os olhos e respirei fundo sentindo a brisa entrar nas minhas narinas e fazer os meus cachos esvoaçarem. Senti que estava sendo observada e me virei, meu olhar bateu na hora com o do mesmo cara da laje. Tava na roda com o resto do pessoal, sempre com aquele semblante sério, aquela cara fechadona que te deixa fraca.
Sorri e voltei a me virar pra frente, olhando a vista linda das ruas lá de baixo sendo iluminadas pelos postes de luz amarela. O vento gostosinho me fez lembrar do meu pai, olhei pro céu me perguntando se ele encontrou a paz apesar da forma horrível que ele foi morto.
-Eu não sei se você está aí, mas saiba que eu te amo pai.-Falei sentindo os meus olhos lacrimejarem.-Desculpa por não ter te dito isso antes de você partir, se eu soubesse...-Suspirei limpando a lágrima grossa e solitária que caiu do meu olho.
-
Gente por favor me informem se vocês virem algum erro ortográfico, eu reviso antes de postar mas nunca se sabe.
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Nossa História. - Livro I
Romance+16| Cidade De Deus, Rio de Janeiro.📍 "Encosta o corpo no meu Preta não solta a minha mão Se for pra te ver partir Vai partir meu coração." 1° livro da triologia 'Meu Primeiro Amor.' 𝓐-𝓥𝓲𝓻𝓰𝓲𝓷𝓲𝓪𝓷𝓪. ©2021.