Capítulo 47.

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Mari.

Acordei com o alarme do meu celular apitando e deslizei o dedo na tela, desligando.

Levantei da cama, vendo que é sábado e são nove da manhã já, eu juro que se não fosse pra ir curtir uma prainha eu nem levantava porque eu tô muito cansada.

Ontem eu dormi super tarde, falando com o Lucca por ligação, essa semana a gente não se viu então ele me chamou pra passar o sábado, domingo e segunda com ele depois que eu voltar da praia, segunda é feriado então estarei livre total.

Separei o biquíni que eu ia e um short jeans com um cropped laranja de alça fina. Taquei tudo que vou precisar pra levar numa sacola de praia e saí do quarto com a minha toalha jogada no ombro, indo pra cozinha.

Lúcia: Cê tá bem, Mari?-Perguntou quando eu entrei na cozinha.

-Oxi!-Exclamei sem entender o porquê dessa pergunta.-Eu tô sim mãe, por quê?-Perguntei abrindo a geladeira e tirando a garrafa de água.

Lúcia: Tá bem mesmo?-Se aproximou e tocou a minha testa, medindo a minha temperatura.-Com febre não tá, estranho você acordando cedo.-Me soltou rindo e eu revirei os olhos.

-Tão engraçada!-Joguei as tranças que estavam batendo no ombro pra trás e bebi a água depois de colocar um pouco no copo.

Lúcia: Cê já arrumou a mochila direitinho que tu vai levar lá no Lucca?-Perguntou abrindo o forno e tirando de lá um bolo que pelo cheiro me pareceu ser de fubá.

-Já sim.-Respondi vendo ela colocar o bolo no suporte.

Lúcia: Cê tá curtindo ele de verdade né?-Perguntou sorrindo e eu balancei a cabeça, positivamente e sorri também toda boba.

-Pra caralho.

Lúcia: Cês tão sempre muito na paz, cara. Cês não brigam não?

-Ah, eu e ele somos muito de boa com tudo. Até agora nunca houveram motivos fortes o suficiente pra fazer a gente brigar, e eu sinceramente espero continuar desse jeito porque eu tô numa fase da minha vida que já não tenho paciência nem psicológico pra ficar batendo boca por pouca coisa.

Lúcia: Ih, olha ela toda madura, coisa linda da mãe.-Apertou a minha bochecha e eu rindo horrores.

Eu amo a minha relação com a minha mãe, me sinto até mal pelas pessoas que não conseguem ter uma conversa descontraída assim com as mulheres que trouxeram elas pro mundo.

A gente ficou papeando e ainda comi uns três pedaços de bolo antes de ir pro banheiro fazer as minhas higienes, sou pouco esfomeada como já sabem.

{...}

Passei mais protetor e óleo de coco virgem nas partes que o biquíni cobria pra marquinha ficar gritante e voltei a me deitar após ajeitar o boné que eu roubei do Lucca na minha cabeça.

Fiquei assim deitadinha sentindo o sol quente fazendo o trabalho dele por volta duns quinze minutos e depois me levantei, tirei o boné jogando na canga e indo em direção ao mar.

A Drika que não perde tempo nem nada tava de papo com o carinha que tava vendendo picolé.

Parei onde a água batia no meu pescoço e fiquei esperando a onda que tava se formando vir com tudo, me arrastando pra trás.

Só fui sair do mar depois de ficar com os dedos enrugados, bom demais!

Drika: Amiga eu vou comprar guaraná, cê vai querer algo?-Perguntou se levantando e eu peguei a minha toalha pra secar as minhas tranças.

-Pode ser guaraná pra mim também.-Falei e olhei a dona Paula e a minha mãe rindo de alguma coisa que eu também nem fiz questão de entender.

Coloquei meus fones de ouvido e dei play na minha playlist, curtindo as músicas enquanto olhava pro céu limpinho.

Já tinha escutado todas as músicas e nada da Drika voltar, deixei o meu celular com a minha mãe e fui atrás da bonita no quiosque ver se ela estava bem.

-Merda!-Falei alto, parando de andar quando senti o meu pé ser rasgado por algo que pisei.

Tirei o pé da areia vendo o caco de uma garrafa preso na planta do meu pé, mais burra que eu impossível né, andar descalça na areia da praia.

-Não toca!-Ouvi uma voz masculina gritar quando eu fiz menção de tirar o caco e olhei pra frente, vendo um pretinho de pele clara, super bonito por sinal, saindo do mar com uma prancha de surf por baixo do braço e vir na minha direção correndo.

-Sara.-Ele chamou uma menina que até então eu não tinha reparado que estava sentada no banco lá da orla quando chegou mais perto e ela veio correndo.-Vai lá no carro pegar a maleta de primeiros socorros pra mim.-Pediu e ela foi correndo.

-Tá doendo muito?-Ele perguntou, e me ajudou a sentar na areia mesmo.

-Ahram.-Confirmei com a cabeça e ele ajoelhou, pegando o meu pé pra olhar.

-Não foi muito profundo, nem vai precisar de sutura, relaxa.-Sorriu, exibindo os dentes brancos e parou de olhar pra mim quando a menina chegou.-Me fala de você, ele pediu colocando álcool etílico no meu pé e eu fechei o olho sentindo a ardência.

-Bom.-Fiz uma careta.-Meu nome é Mariana...-Comecei a falar sem nem entender o porquê desses papos em meio ao meu sofrimento mas fui falando né, o cara tá aqui me ajudando de graça, eu que não ia ser escrota.

Quando fui ver eu entendi o que ele havia feito, ele me distraiu pra eu não notar, falei à beça e do nada ele já tinha tirado o caco e feito o curativo.

-Viu só?-Fechou a maleta.-Rapidão.-Levantou e me ajudou a levantar também.

-Muito obrigada?-Falei e olhei pra ele com dúvida, esperando ele dizer o nome dele.

-Ah, Pedro.-Sorriu.-Pedro Chagas.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora