Capítulo 20.

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LC.

-Mariana.-Chamei de novo e ela só murmurou um "uhm?"-Me ajuda a te ajudar, preta.-Pedi levantando ela do chão e fui com ela até o banheiro.

Ajudei ela a entrar no box e abri a torneira, colocando ela debaixo da água fria.

-Posso soltar?-Perguntei vendo que ela aparentava estar mais "sóbria" para se manter em pé sem a minha ajuda.

Mariana: Pode.-Falou com a voz baixa, passando a mão no cabelo.

-Beleza, vou pegar algo pra você vestir.-Falei e saí do banheiro, fechando a porta.

Separei uma blusa preta minha e um short também preto de pano da Dri que achei no quarto das visitas, onde ela fica quando dorme aqui de vez em quando. Achei também uma escova de dentes nova na gaveta do mesmo quarto, peguei uma toalha e bati na porta do banheiro, ela disse que eu podia entrar então deixei as coisas em cima do vaso e a escova eu entreguei pra ela, saindo dali.

Fui pro meu quarto tomar aquele banho rápido e quando saí já vestido tinha nem sinal da preta, bati na porta do banheiro e ninguém respondeu então entrei vendo ela dormindo sentada no vaso já vestida com a minha blusa que ficou um vestido nela, o short que não dava pra ver por conta da blusa e com a toalha na cabeça.

-Preta.-Chamei e ela continuou adormecida.

Limpei o cabelo dela com cuidado pra não acordar ela, apesar de ela parecer estar em um sono profundo, e passei o braço embaixo das pernas dela, pegando ela no colo.

Caminhei até o meu quarto, abri a porta com o pé e coloquei ela na cama com cuidado, tá mó calor e o único quarto com ar condicionado é o meu então preferi trazer aqui. Aumentei a temperatura no controle só pra ela não congelar e cobri ela que virou de lado se encolhendo com a coberta.

Deixei as roupas dela na máquina de lavar que a Drika me obrigou a comprar e voltei pro quarto com um copo de água, deixei na mesinha de cabeceira caso ela quisesse e me sentei no pufe preto que tem ali pra olhar ela caso ela passe mal ou algo do tipo.

A bolsa dela não parava de vibrar, celular dela tava chamando e era a Dri. Atendi, dizendo que ela tá bem e voltei a colocar o celular dentro da bolsa. Voltei a me jogar no pufe e fiquei intercalando o meu olhar entre ela e o meu celular até sentir os meus olhos pesaram e o sono me vencer...

Mariana.

Acordei com frio e uma leve dor de cabeça, abri os olhos e daí foi só ladeira abaixo, senti marteladas fortes na minha cabeça e flashbacks da noite passada começaram a surgir, fazendo as marteladas que eu tava sentindo piorarem.

Tirei a coberta de cima de mim, e olhei em volta reparando que no meu quarto eu não estava, esse era maior, tinha até ar condicionado. Era todo branco mas tinha uma parede cheia de grafites, uma cama de casal na qual estou deitada, um guarda roupas, uma mesinha de cabeceira e uma tv que ficava em um suporte na parede de frente pra cama.

-Meu Deus.-Murmurei baixo passando a mão na cabeça quando ela voltou a doer e voltaram a surgir mais flashbacks, o cara em quem eu esbarrei putasso da vida, eu tentando beijar o Lucca, rindo à beça do que ele falava, o trabalhão que eu dei...

Continuei olhando o quarto até reparar que o Lucca tava jogado num pufe preto, dormindo com o celular no colo, o rosto quase todo coberto pelo capuz do moletom que tava usando.

Se a vergonha matasse eu estaria a sete palmos abaixo da terra nesse exato momento.

Me levantei da cama na ponta do pé, caminhando com o máximo de cuidado pra não ser pega fugindo e quando eu tava quase passando por ele, ele se mexeu. Uc chega trancou.

Fechei o olho na hora, já pensando em uma desculpa pra dar, mas nada, não ouvi nada. Abri os olhos e vi que ele ainda tava dormindo, suspirei de alívio.

-Deus se eu conseguir sair dessa eu juro que vou me comportar melhor da próxima vez quando o assunto for bebida.-Falei baixinho, juntando as mãos e levando pro alto.

Suspirei e voltei a caminhar na ponta do pé, avistei a minha bolsa e peguei. Abri a porta do quarto com todo cuidado do mundo e quando passei por ela fui correndo até a sala, saí fechando a porta devagarzinho atrás de mim e quando cheguei no quintal não precisei fazer as coisas naquela calma irritante então abri o portão e saí correndo depois de fechar o mesmo.

Dei uma parada numa calçada já longe o suficiente da casa do Lucca pra descansar, sedentarismo se fez presente.

As pessoas que passavam olhavam pra mim como se eu estivesse nua, coisa que não estou, tudo bem que o short não está evidente e sim apenas o blusão mas eu não tô. Abri a bolsa, pegando o meu celular que marcava nove horas da manhã, tinha umas cinco chamadas perdidas da Dri e duas da minha mãe.

Taquei ele de volta na bolsa e fui caminhando até casa.

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