Capítulo 21.

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Mariana.

Lúcia: A bonita resolveu dar o ar da graça?-perguntou assim que eu entrei em casa.-E que roupa é essa?

-Foi mal, mãe.-Respondi fechando a porta.-Ér... É emprestada porque a minha sujou.

Lúcia: Foi mal?-Perguntou dando risada.-Foi péssimo, Mariana Vanessa Andrade.-Falou meu nome inteiro é porque tá putassa.

-Eu tava com...

Lúcia: Com a Drika, eu sei.-Me interrompeu e eu agradeci mentalmente por isso.-Ela me disse, como tu não antendia eu liguei pra ela e só assim pude dormir em paz.

-Viu, não há motivo pra ficar brava.-Sorri inocentemente.

Lúcia: Olha, Mariana, cê sabe que eu nunca fui o tipo de mãe que priva sem necessidade.-Sentou no sofá.-Não custava nada ter dito que ia ficar por lá, né?

-Sim mãe, você tem razão.-Falei já ficando com remorso por estar mentindo.-Me desculpa, juro que da próxima vez eu aviso.

Lúcia: É bom mesmo, agora me conta como que foi o baile.-Desfez a pose de mãe brava e falou mais animada, me puxando pra sentar.

Dei risada contando tudo que podia pra ela, obviamente tive que omitir alguns detalhes sobre a minha sobriedade e afins, mas de resto saí falando sem freio mesmo.

Depois de tanto papear com a curiosa da dona Lúcia, deixei o celular carregando no meu quarto e fui direto pro banho, lavei a juba que tava o próprio ninho, escovei os dentes e fui pro quarto me vestir.

Botei o short que provavelmente era da Dri no cesto de roupa suja que fica no banheiro e voltei pro quarto com a blusa do Lucca nas mãos.

Inspirei o cheiro dele na blusa e sorri boba, lembrando do jeito que ele cuidou de mim.

Lúcia: O almoço já tá, se quiser comer...-Surgiu na porta do meu quarto e fez uma cara de curiosa quando me viu com o rosto enfiado na blusa.

-Claro, tô indo.-Sorri, soltando a blusa como quem não quer nada e ela riu voltando pra sala. Deve é pensar que eu tô doida.

{...}

Três longos dias já se passaram desde os últimos acontecimentos, tô vivendo enfurnada dentro de casa com medo de trombar com o Lucca, a vergonha tava me dominando real, só saía pra ir pro trabalho e nada mais.

Falando nele, ele também não me procurou nem nada, não sei se fico feliz por ser o que eu quero ou triste por provavelmente ter assustado ele com o meu estado alterado.

-Enfim, Mariana, enfim.-Falei sozinha, tentando me desfazer desses pensamentos e voltei a prestar atenção na novela que estava apresentando.

Depois que a novela acabou eu fiquei no puro tédio, e tédio pra mim remete à comer. Resolvi fazer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate, uma das poucas coisas que sei fazer direito.

Coloquei uma playlist aleatória do spotify pra rolar e deixei o meu celular em cima da bancada, em seguida comecei a tirar os ingredientes para começar a fazer o bolo.

-Positividade e fé pra isso, pela felicidade, cê sabe bem que altos e baixos fazem parte, a vida é bela mas só pra quem tem coragem. Hoje eu tô ligado que se existe o paraíso, elas são a passagem, boemia nossa válvula de escape, viver bem é a minha definição de hype.-Cantei ralando a cenoura.

Como podem ver eu gosto pouco de poesias acústicas.

Uns quarenta e cinco minutos depois que eu coloquei o bolo no forno pra assar, dei uma olhada, vendo que tá quase pronto então comecei a tirar os ingredientes pra fazer a cobertura, depois de tirar o bolo fiz e cobri o mesmo.

Arrumei a cozinha pra não deixar na zona que tava, e fui tomar um banho rápido. Enquanto tomava o meu banho eu pensei que mais tarde ou mais cedo eu e o Lucca vamos nos ver, seja por acidente ou não, então ficar adiando não vai ajudar em nada, o que tá feito tá feito.

Saí do quarto após prender o meu cabelo num rabo baixo e fazer aquele baby hair da regra, coloquei também uma tiara fina de pérolas brancas que combina com o vestido tomara que caia curto também branco que estou vestindo.

Ainda no corredor ouvi uma movimentação na sala, e imaginei que a minha mãe já tinha chegado.

Lúcia: Tá cheirosa, hein.-Falou ainda sem me ver.-E bonita!-Falou parecendo admirada, quando eu fui pra sala.

-Muito obrigada.-Sorri indo pra cozinha, ela obviamente veio atrás de mim e me bombardeou de perguntas.

Respondi todas enquanto cortava uma fationa de bolo, coloquei no papel alumínio e embrulhei, peguei o meu celular, me despedi da minha mãe e saí de casa me certificando de que a chave de casa tava presa na capa do celular.

Já tava de noite, enquanto me vestia decidi aproveitar que fiz bolo pra usar como pretexto pra conseguir falar com o Lucca. Nem pensei duas vezes em ir andando até o casarão, se não estiver naquela laje procuro ele na casa dele, e se ele não estiver em casa, fudeu.

Cheguei em frente ao muro do casarão, ao ver o caixote que ele usa corretamente posicionado eu soube que ele tava lá.

Bati palmas igual uma doida lá pra chamar atenção até ele vir olhar o que era e me ajudar a subir, eu que não ia arriscar a minha voz pra acabar rouca.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora