Capítulo 32.

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Mari.

Drika: Além de burra é emocionada.-Escutei a voz dela, quando tava voltando do banheiro da loja e vi ela sentada atrás do caixa com o celular na mão.

-Tá falando sozinha agora?-Perguntei olhando uma moça olhando uns croppeds no cabide.

Drika: Pode se dizer que sim.-Suspirou.

-Quê que houve?-Perguntei vendo ela desligar o celular e colocar do lado da bolsa dela.

Drika: Uma emocionada aí, postou um boomerang com o Ht nos stories do insta.-Riu.-Mal sabe ela que quando explanam ele cai fora, aquele ali adora um sigilo.

-E cê tá putassa aí por quê? Nera tu que não ligava porque ficavam de vez em nunca?-Cruzei os braços esperando a resposta dela.

Drika: Ih, quem tá putassa aqui?-Colocou o cabelo atrás da orelha e desviou o olhar, numa tentativa falha de disfarçar o óbvio.-Tava só comentando, não ligo mesmo.

-Se você falar mais alto talvez consiga acreditar nisso.

Drika: Não ligo, vai lá ajudar aquela moça e me deixa aqui não ligando, vai.-Pegou o celular novamente e eu fui ajudar a moça que tava precisando de uma assistência.

Ela pode negar o quanto quiser, mas e pro coração? Como que faz pra ele ouvir? Não dá! A negação só intensifica ainda mais o que já sentimos.

Enquanto ajudava a moça senti o meu celular vibrando, quando ela foi embora aproveitei que não tinha cliente precisando de ajuda e peguei pra ver quem era, senti aquele friozinho gostoso na barriga ao ver que era o Lucca que tinha me chamado no whats.

Tava com saudade mas também não ia dizer nada se ele não dissesse, toda semana pelo menos duas vezes eu vou de noite lá na laje do casarão abandonado ficar com ele, seja pra conversar, aproveitar a companhia um do outro ou se pegar mas é sempre muito breve porque eu tô tentando tornar a minha rotina mais produtiva e isso inclui dormir mais cedo, de tarde que é quando eu tô livre na maioria das vezes ele tá fazendo o corre dele aí fica difícil manter aquele contato frequente.

📨

Preta?
Tá aí?

Oi, eu tô sim.-Falei por áudio.🎙

Que saudade que eu tava da tua voz.
Como tá?

Eu estou bem, e você? Também tô com saudade da sua.

Cansado de tanto corre, mas é mais dinheiro entrando então é aquele cansaço satisfatório.

Uma pena que o meu aniversário já passou, poxa. Aceitaria um presente com prazer.

E quem disse que precisa de aniversário pra receber presente?

não me deixe esperançosa que eu não tenho vergonha de cobrar, hein.

Tranquilo, mas eu não te chamei pra isso não. Cê vai estar disponível amanhã à noite?🎙

Eu vou, desde que não seja de madrugada.

Beleza, quer dar um rolé comigo?

É claro!🎙
Que horas?

Seis da noite eu passo na tua goma.

Beleza, preciso ir ajudar uma senhora agora. Beijos, se cuida.

Falou, preta.
Se cuida.🎙

📨

Saí do whats e desliguei o celular, indo ver a senhora.

Drika: Tava toda sorrisos pro celular, deixa adivinhar.-Apoiou o queixo na mão direita e olhou pra cima como se estivesse pensando.-Era o Lucca?-Perguntou quando a senhora pagou as coisas e foi saindo da loja.

-Ahram.-Falei só isso pra não deixar a minha animação transparecer na voz.

Drika: Ahram.-Me imitou e eu dei risada.-Ahram o caralho, esse ahram cê fala pras fofoqueiras lá da favela e não pra mim. Pode ir falando o porquê dos seus risinhos.

-O drama da gata.-Coloquei um cabide sem roupa de volta no lugar e me sentei.-Ele me chamou pra dar um rolé amanhã.

Drika: O Lucca?-Perguntou aparentemente admirada e eu balancei a cabeça, positivamente.-O Lucca Pinheiro, meu irmão, filho da Paula, melhor amigo do Ht?-Perguntou de novo.

-Ele mesmo.-Respondi.

Drika: Mariana do céu.-Abriu a boca, chocada e depois tapou com a mão.-Ele tá curtindo você de verdade.

-Oxi.-Falei sem entender nada.-Eu acho que tu escutou errado, ele me chamou pra dar um rolé e não pra casar.

Drika: Olha pra mim, Mari. As únicas mulheres com quem ele já deu rolé na vida foi eu e a minha mãe. Com o resto das mulheres o rolé é na cama dele, juro pra ti.

-Tô com uma moral mara então né.-Falei vendo ela sorrir e balançar a cabeça positivamente.

Ficamos jogando conversa fora até chegar mais clientes e assim foi até o fim do nosso expediente.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora