Capítulo 36.

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Lucca.

-LC!-Escutei me chamarem e vi o Ht lá na laje.-Sobe aí.

Tava cansadão, voltei do trampo tem nem dez minutos, queria logo tomar meu banho pra ir almoçar com a coroa e a mandada mas primeiro tive que dar uma passada na boca gerenciada pelo 69 pra entregar os bagulho.

-Fala aí.-Fiz um toque com ele depois de subir, vendo um monte de bituca de baseado em um cinzeiro.-Sei nem como tu ainda tem pulmão, rapaz.

Ht: Tava precisando relaxar, carai. Minha coroa tá falando um monte esses dias pra sair dessa vida e pá, mulher tá traumatizada com a morte do filho da amiga dela que morreu na invasão daquele dia.

-Ih, a mãe o Yg?-Perguntei e ele balançou a cabeça, confirmando.-Nem sabia que eram amigas.

Ht: Mas são, e se pá ela que tá importunado a minha coroa pra me importunar também, tá foda.-Passou a mão na cabeça.-A cada dez palavras que ela fala, oito são sobre sair do movimento.

-É foda mermo mas cê tem que olhar o lado dela também, mané.-Tirei a blusa, jogando no ombro.-Deve ser um bagulho desesperador o teu filho vazar e tu não saber se vai brotar de novo.

Ht: Não tô brotando lá tem uns dias pra evitar mais briga, gosto de deixar ela puta não mas é o que tá tendo pra sustentar a gente nesses tempos.

-Tô ligado, pô, tô ligado.-Tirei o boné, passando a não no cabelo e voltei a colocar.- Deixa a poeira abaixar mermo, vou falar com a minha coroa pra dar um pulo lá e trocar uma idéia com ela.

Ht: Jaé irmão.-Respondeu, sentando no caixote.-Quem é aquele mano lá com a Drika na foto que ela publicou ontem?

-Não sei e nem quero saber, porra.-Falei puto, tô cansado desses dois me perguntado coisa um do outro.-Já pensou em perguntar pra ela?-Dei um tapa na nuca dele e desci da laje, indo pra minha goma, deixando ele lá.

Cheguei na minha goma e fui tomar um banho rapidão, escovei os dentes antes de sair do banheiro e me trajar naquele pique. Espirrei meu azzaro no pescoço e peguei a minha carteira junto com a chave de casa, saindo.

Paula: Lucca?-Ela falou admirada quando abriu o portão.

-Eu mermo mãe.-Respondi e ela deu um sorriso, parecendo nervosa e deu espaço pra eu passar.

Nem entendi nada, dei um beijo na lateral da cabeça dela e fui entrando. Na hora que pisei meus pés na sala eu entendi o porquê daquele nervosismo, tava a Drika sentada no sofá com um homem que aparenta ser mais velho.

Quando ele olhou pra mim, apesar de ter visto ele poucas vezes e ter lembranças bem vagas eu reconheci o miserável que fudeu com a vida da minha mãe.

Ribas: Filho?-Falou como se fosse um pai que voltou de viagem e sentiu falta da família, fechei os olhos e respirei fundo com esperança de que quando eu abrisse os olhos isso não passaria de uma alucinação mas quando abri os olhos ele ainda estava ali do lado da Drika, isso era real.

-Filho o caralho.-Falei alto, só não tava gritando com respeito a minha mãe.-Tá fazendo o quê aqui, porra?

Drika: Calma, Lucca.-Pediu e eu olhei pra ela, só podia estar louca.

-Calma, é sério que cê tá me pedindo pra ter calma?-Perguntei e me voltei pra minha mãe.-O que significa isso?-Apontei miserável no sofá com o queixo.

Paula: Eu também não estou nada feliz com isso como você pode ver...-Deu de ombros.-Mas em nome da felicidade da minha filha eu estou pisando no meu orgulho.

Drika: É verdade, eu pedi pra mãe pra deixar ele ficar, quero conhecer ele.-Falou e eu arregalou os olhos, desacreditado.

-Você esqueceu de tudo que ele fez?-Perguntei já bolado.-O que foi que ele disse pra você, pra tu acreditar nele?

Drika: Ele não sabia que a mãe tava grávida de mim quan...-Nem deixei ela terminar de falar.

-PORQUE ELE FOI ABANDONOU ELA ANTES DELA TER A CHANCE DE CONTAR, PORRA!-Gritei.

Ribas: Mesmo assim eu não sabia, mas eu fiquei sabendo e vim conhecer ela, você querendo ou não.

Drika: Verdade Lucca, eu sinto muito se estiver te decepcionado mas eu tenho o direito de conhecer meu pai, você sabe que apesar de tudo eu sempre tive essa esperança e seria muito egoísmo da sua parte me proibir disso.

Ela claramente já tinha caído no papo dele, mas eu não confio nem um pouco, perdi a fome até.

-Tranquilo então Drika, seja feliz com o seu pai e quando ele decepcionar você, porque ele vai.-Enfatizei.-Não vem querer se desculpar, pensei que você fosse mais inteligente.

Ribas: Eu tô ligado que eu não fui o melhor pai pra voc...

-Comigo esse papo não vai colar, fé.-Saí, batendo a porta e a minha mãe veio atrás.

Paula: Espera filho.-Pegou no meu braço, me fazendo parar de andar.-Eu também não acreditei nele mas com o nosso apoio ou não a Dri ia se encontrar com ele, melhor ser onde a gente pode ver do que fazer às escondidas e dar merda.

-Tá sussa mãe, mas essa história tá muito mal contada.-Falei e ela me abraçou.-Qualquer coisa me liga.-Beijei a cabeça dela e abri o portão, saindo de lá boladão.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora