Capítulo 10.

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Mari.

O fim de semana passou muito rápido, foi só eu piscar que já era segunda, como pode isso?

Acordei com o despertador apitando demais e marcando seis horas da manhã, deslizei o dedo na tela pra essa porra parar de fazer barulho e me levantei, me espreguiçando.

Separei uma saia jeans de lavagem escura que fica uns dois dedos acima do joelho, um conjunto de calcinha e sutiã, a blusa da loja e um tênis branco basiquinho. Montei o look bonitinho na cama e peguei a minha toalha, esperando a minha mãe vir me avisar quando o banheiro estiver livre.

Me arrumei rápido até, em uns vinte minutos eu já estava pronta. Peguei a mini mochila de couro e taquei o meu celular, chave de casa, fones de ouvido, livro que estou lendo no momento e uma garrafinha de água dentro, em seguida fui pra cozinha e comi uma banana, depois saí de casa com a minha mãe, olhei pra frente vendo a Dri saindo da dela também.

Drika: Bom dia!-Sorriu pra gente quando se aproximou, eu e a minha mãe respondemos e nós três logo engatamos numa conversa super aleatória enquanto caminhávamos até o ponto de ônibus.

{...}

Primeiro dia de trabalho check! Tô me sentindo até mais madura, esqueceeeee! Ainda não acredito que estou trabalhando.

Foi muito tranquilo, atendi as pessoas certinho, oito horas que é o horário que começa o meu expediente eu já estava lá e às doze eu e a Dri fomos liberadas. Bom, para a infelicidade da Dri ela ainda tem faculdade pra ir então eu fui pra minha casa e ela foi pra dela se arrumar.

Minha mãe ainda estava no trabalho, o que significa que estou por minha conta. Depois de tomar um banho gelado e vestir uma roupa mais fresquinha, eu fiz um coque na minha juba e fui pra cozinha começar a preparar o almoço.

Depois de uma hora e meia ficou pronto, não sei como não queimou, eu tava cozinhando e assistindo tv ao mesmo tempo. Se a dona Lúcia souber é o meu fim. Bati o meu rango no sofá, assistindo uma novela aleatória e quando terminei lavei as coisas que usei, depois fui pro quarto ler um pouco só pra dar tempo de fazer a digestão e quando arrotei fui fazer o que faço de melhor: dormir.

Acordei com uma barulheira de falação vindo lá da sala e me levantei, indo lá ver o que era.

Lúcia: Acordou, a bela adormecida?-Perguntou debochada.

-Não se pode mais dormir um pouco nos dias de hoje que já é problema.-Falei olhando pro sofá, foi só ver a tia Mara nele que fui correndo abraçar ela.

Mara: Oi meu amor.-Me apertou e encheu o meu rosto de beijos.-Tá linda hein, mais gostosa do que nunca.

-Para né, olha pra você.-Respondi me separando dela. Tava linda demais, o cabelo cacheado que antes era preto e curto agora tá longo com mechas loiras, sem falar que tá com uma cintura que dá inveja, vendo assim tu não dá trinta e cinco anos pra ela nem fudendo.

Mara: Trouxe umas coisas pra você, babadeiras.-Sorriu apontando pra uma sacola enorme no chão do lado do sofá.

-Sabe que não precisava tia, mas muito obrigada.-Ela sorriu novamente, voltando a conversar com a minha mãe e eu corri pegando a sacola e levando pro meu quarto.

Abri pra olhar só assim por cima mesmo e já pude ver roupas, biquínis, perfumes, calçados, bolsas, brincos, colares, óculos de sol bem vibe pinterest, capas novas pro meu celular entre outras coisas...

Voltei pra sala e ficamos colocando a conversa em dia, conversamos pra caralho também enquanto comíamos. Mas como tudo que é bom dura pouco, tava ficando tarde e ela já tinha que ir.

Me ofereci pra acompanhar ela até a entrada da favela e fomos falando sobre várias coisas enquanto descíamos.

-Espero que não tenha gastado muito dinheiro comprando tudo aquilo ou eu irei me sentir mal.-Falei prendendo o meu cabelo que tava balançando muito por conta do vento.

Mara: Quê?-Riu.-Relaxa, meu amor. Eu não comprei tudo de uma vez não, eu via coisas que eram a sua cara e comprava, aí quando fui notar já tinha dado essa sacola grandona.

Sorri mais aliviada e me despedi dela com um abraço super apertado quando chegamos na entrada. Uma pena ela ficar uns três dias só, também só veio ver como a gente tava.

Só de olhar todo esse morro por subir já me deu até vertigem, resolvi cortar caminho e passar por um beco que dá pra minha rua mais rápido.

Deixa de noia, Mariana.-Pensei ao olhar pra trás de novo e não ver ninguém. Tava sentido que alguém tava me seguindo mas toda vez que eu olhava não tinha ninguém.

Bom, foi o que pensei até um cara saltar de uma laje e parar se encostando no muro cheio de grafites, olhando pra mim. Na hora olhei pro céu pedindo à Deus que me livrasse dessa e fui passar reto como se não tivesse visto ele até sentir uma mão no meu braço.

-É perigoso andar sozinha uma hora dessas, mamãe não contou historinha sobre lobo mau?-Perguntou e eu engoli em seco.

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