Capítulo 40.

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Gente eu tô tão envolvida com a história que a tia que trabalha aqui em casa em casa tá quase me matando por estar chamando ela de Mariana kkkkkkk.

LC.

Tava travadão na foto que a preta postou hoje mais cedo com tranças, fica linda com tudo porra, briso demais!

Cheguei do trampo tem pouco tempo, tomei meu banho, me trajei, comi e fiquei fazendo altos nadas jogado aqui no sofá mermo. Escutei um barulho vindo lá de fora e depois a porta da sala foi aberta, tirei meu olhar do celular e vi a Drika entrando e fechando a porta atrás dela.

-Tá fazendo o quê aqui?-Perguntei e ela respirou fundo, tava mó estranha, a ponta do nariz mó vermelho e pá.

Drika: Oi pra você também, ogro.-Falou tão baixo que quase não consegui escutar.-Se queria me ignorar pra sempre deveria pelo menos ter me pedido a chave da tua casa de volta.

-Hm.-Murmurei só isso, vendo ela se sentar do meu lado.

Drika: Como você tá?-Perguntou depois de engolir em seco e coçar o olho. Conheço a peça, faz isso sempre que se segura pra não chorar.

-Eu tô ótimo, Drika.-Respondi e ela desviou o olhar, encarando o chão.

Drika: Eu voltei da faculdade faz pouco tempo.-Falou com os olhos brilhando, contornando os desenhos que tinham na saia dela com os dedos.

-Jaé.-Falei, não entendendo o que eu tenho a ver com isso.

Drika: El-Ele...-Tossiu, limpando a garganta.-Ele não tava mais lá em casa.-Falou parando de segurar as lágrimas, ela escondeu o rosto nos braços que tavam apoiando nos joelhos e escutei ela fungar e soluçar.

Fechei os olhos, respirando fundo e escutando ela chorar cada vez mais alto. Que ódio daquele miserável, papo reto, mó vontade de ir atrás e descarregar um pente inteirinho na cara dele.

-Para de chorar, Drika.-Falei puxando ela pros meus braços. Ela apertou a minha blusa com todas as forças que ela tinha e escondeu o rosto no meu peito, respirando com dificuldade por conta das lágrimas.-Ele não merece, porra, ele não merece!

Drika: Me desculpa, me desculpa, me desculpa, me desculpa, me desculpa.-Pediu me abraçando com força e soluçando mais ainda.

-Eu te falei, eu sabia que ele ia vazar de novo, porra. Com certeza ele só tinha encostado porque tava com os cana tudo atrás e precisava sair da ativa por um tempo igual sempre fez.-Passei a mão no cabelo dela e ela levantou o rosto que tava todo vermelho já.-Eu sei que eu e a mãe não somos suficientes pra suprir a falta que ele faz na sua vida mas a gente dá o nosso jeito, se eu fiquei bolado daquele jeito não foi por mim não, Drika, foi por vocês duas. Eu tava ligado que isso ia acontecer de novo, só quis proteger vocês, uma pessoa que teve a chance de se redimir duas vezes e não fez isso não é na terceira que vai fazer.

Drika: Vocês são suficientes sim, nunca duvide disso.-Falou limpando o rosto com a mão mesmo.-Eu que sou burra, idiota, trouxa e todos os adjetivos semelhantes que possam se enquadrar no contexto.

-Burra talvez por ter acreditado, idiota não, mas trouxa tu foi com certeza.-Falei vendo ela dar risada e me abraçar de novo.-Te amo, pô.-Beijei a cabeça dela, apertando ela nos meus braços.-Tô aqui por você sempre.

Drika: Te amo.-Falou se afastando.-Cê falou que me ama por livre e espontânea vontade, acho que preciso sofrer mais vezes então.

-Nem brinca, mandada do caralho tu.-Dei um tapa na testa dela e ela claro que revidou.-Eu já falei um montão de vezes sim, além de trouxa sofre de amnésia. Cê tá fudida.

Drika: Cala a boca, cara.-Disse rindo.-Todas as vezes eu que digo, tu só fala "também."-Engrossou a voz, tentando me imitar.

-Não tem necessidade de ficar falando essa parada toda hora sendo que eu já demonstro isso com as minhas ações todo dia, mané.

Drika: São os caras como você que depois entram em um relacionamento e à cada dez palavras que dizem, cinco são "eu te amo.-Mostrou a língua pra mim e eu neguei com a cabeça.

-Duvido, esse negócio aí não combina comigo não.

Drika: Tranquilo, eu vou assistir de camarote, super plena você pagar língua bem bonito.

-Tá cheia de sono, viajando nas idéia já.-Falei me levantando pra pegar água na cozinha.

Drika: Aproveita que cê tá aí e faz uma pipoca pra gente enquanto eu procuro um filme maneiro pra gente assistir.

-Mal chegou e já quer mandar em mim, não vejo a hora de tu vazar logo.-Falei alto pra ela escutar.

Drika: Só por essas inconvenientes palavras que acabaram de ser proferidas eu vou dormir aqui.-Falou quando eu voltei pra sala e quando eu ia responder ela me cortou.-E lhe digo mais! Vamos assistir comédia romântica.

-Tá né.-Falei, me sentando e dando um gole na água.

Drika: Vai nem brigar pra ver filme de terror?-Neguei com a cabeça e ela deu de ombros, levantando pra ir pegar uma coberta no quarto. Levantei também e fui pegar o pacote de pipoca no micro-ondas que já tinha apitado.

Me dava uma paz do caralho ver ela bem, feliz, sorrindo e falando pra caralho, só por isso eu não briguei.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora