Capítulo 29.

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LC.

Sabadão desses, solzão só faltava queimar as pessoas. Tava voltando do trampo, acelerei a moto, cortando caminho pelos becos e em menos de cinco minutos já tava na segunda boca.

Entreguei a mochila com o lucro das entregas pro 69, recebi meu pagamento e meti o pé pra minha goma. Tava cansadão, tô desde as cinco horas da matina fazendo entrega, só queria cair na minha cama e apagar logo.

Abaxei o tripé da moto assim que entrei no quintal e fui trancar o portão, entrando dentro de casa logo em seguida. Bati um rango rapidão e joguei uma água no corpo antes de cair na cama e apagar.

Fui acordar eram oito da noite já, celular não parava de apitar. Era ligação do Ht, antendi só depois que tentei voltar a dormir e não consegui, falou que tá rolando noite da rapaziada lá no bar do seu Nelson, já tinha acabado com a porra do meu sono mermo então falei pra marcar dez, que logo menos estarei brotando.

Tomei um banho rapidão e me trajei naquele pique, cabelin tava crescendo e eu ainda não tinha dado a diminuída do mês então joguei um boné preto na cabeça e algumas correntes de prata no pescoço. Passei meu azzaro no pescoço, peguei meu celular, minha carteira e meti o pé pro bar.

Fui a pé mesmo, nem era tão longe. Menos de quinze minutos já tinha chegado. Fiz um toque com os mais íntimos e sentei, hoje tava mais cheio do que o normal.

Chamei uma das garçonetes e pedi pra ela trazer uma garrafa aguardente.

-Eu que não broto faz tempo ou isso aqui tá mais cheio do que o normal?-Perguntei pro Ht que tava trocando ideia com o Negão.

Ht: Bebida hoje é 0800, fi.-Riu dando um gole na dele.

Negão: Seu Nelson deu uma dessas, eu que me fodo depois, vou ter que reforçar a ronda do morro pra nenhum bêbado aprontar.-Negou com a cabeça.

-Ih, ele resolveu do nada que a bebida ia ser 0800?-Perguntei, olhando a garçonete colocar a bebida na minha frente junto com limão e um copo de shot.

Ht: Que nada, vai ser pai de novo ele.-Respondeu, se levantando pra ir atrás de uma morena tatuadona que passou e eu despejei a bebida no copo.

Negão: Maluco ainda tá na ativa, ele e a véia dele.-Riu e eu fiz uma careta, imaginando eles na cama.

-Sai fora com esses papo.-Neguei com a cabeça e ele riu mais.-Como tá a situação da Ana?

Negão: Tá tega por enquanto, com essa vida que eu levo a última coisa que eu queria era ter uma cria, saca?-Fiz que sim com a cabeça, esperando ele continuar.-Mas não vou ser um filho da puta e deixar a mina na mão, aluguei um barraco pra ela por conta da família tóxica que ela tem e sempre que posso passo lá pra dar uma assistência. Já curtia ela pra caralho e agora tô curtindo mais ainda, tô pensando em chamar ela pra morar comigo e ser minha fiel.

-Fico felizão por vocês, na moral mermo.-Falei e fizemos um toque.-Ela é uma mina muito sangue bom apesar da família que tem.

Negão: Tô ligado... tô ligado-Concordou com a cabeça.-Sei da humildade dela, sempre tô dando dinheiro por vontade própria, se depender dela eu nunca vou ficar sabendo se tá precisando de algo.

-Caralho, tu tem noção que vai ser pai?

Negão: A ficha não tá caindo, mano. Acho que quando a gente for ver o sexo vou botar mais fé, hein.

-E a tia Cátia, como reagiu?-Perguntei me referindo à mãe dele.

Negão: Ainda não contei, tamo esperando passar mais um tempo pra poder contar, tu sabe como a minha coroa se apega fácil, Deus nos livre mas se a Ana perder a nossa cria ela ia ficar muito mal.

Assenti e ficamo trocando idéia e bebendo, Ht nem deu mais sinal de vida, aquele arrombado. Não pode ver um rabo de saia que já vira um adolescente com os hormônios à flor da pele.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora