Capítulo 28.

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Mariana.

-Não acredito que a gente tava transando enquanto tem gente morrendo lá fora, me sinto a maior pecadora de todos os tempos.-Falei quando o Lucca voltou, tinha ido deitar a camisinha.

Lucca: Todo dia uma pá de gente morre, se as pessoas parassem de transar por isso a taxa de natalidade do mundo diminuiria e o mundo ficaria deserto porque ninguém mais estaria fazendo filho.-Respondeu sentando na cama.

-Mano, cê tem uma lábia do caralho hein, já pensou em ser político?

Lucca: Olha bem pra mim.-Escutei o som da risada rouca dele.-Tenho lá cara de político? Sou todo largadão.

-E daí?-Perguntei.-Eu também não tenho cara de rica mas vou ser.-Pisquei.

Lucca: Fé pra isso, preta.-Respondeu se levantando.-Vou tomar banho, vem comigo?

Aceitei na hora, tava só o pó, acabaderríma.

Ele pegou uma toalha pra mim e fomos pro banheiro daqui do quarto dele mesmo. Miramos no banho e acertamos o segundo round, vê se pode. Tive que expulsar ele pra tomar meu banho de verdade porque se dependesse dele nunca teria saído, o bendito do banho.

Lavei o meu cabelo na máxima paz, tava até mais leve, dar renova as energias gente. Recomendo super!

Saí do banheiro com a toalha enrolada no meu corpo e peguei a minha calcinha, vesti junto com o blusão que ele avisou que ia deixar na cama pra mim e me sentei, enxugando o meu cabelo com a toalha e vendo ele entrar no quarto com uma toalha em volta da cintura.

Fiz um coque no meu cabelo úmido mesmo e fui deixar a toalha lá no banheiro comum, quando voltei o quarto tava super fresquinho, a lâmpada tava apagada e tava tocando a música Celebridade do Orochi na tv.

-Orochi, hm?-Perguntei pra ele que tava deitado na cama.-Quem diria...

Lucca: Quê que cê acha que é a minha cara agora? Não vai me dizer que é música clássica né?-Perguntou e deu duas batidinhas do lado direito dele.

-Claro que não.-Dei risada e fui deitar, tava entre a parede e ele. Me cobri e ajeitei a cabeça na almofada antes de responder.-Tu tem cara de quem curte um trap.

Lucca: E eu curto, ouço de tudo um pouco.-Ele respondeu e eu bocejei, nem deu tempo de responder, o sono me venceu legal.

{...}

Acordei meio desnorteada e quando a minha alma voltou para o meu corpo, peguei o meu celular vendo que são dez da noite já.

Me levantei, vendo que estava no quarto sozinha e calcei as minhas havaianas, indo pra sala.

Lucca: Tava quase indo ver se tu tá viva, na moral.-Escutei a voz dele e olhei, vendo que ele tava saindo da cozinha com uma sacola que aparentava ser de comida por conta da logo.

-Quase hibernei.-Sorri, colocando um dos meus cachos atrás da orelha.

Lucca: Tô ligado, o confronto já terminou. Comprei isso aqui pra você comer.-Me entregou a sacola e eu coloquei na mesa, vendo o que tem.

Era fajita e tinha também uma fanta de laranja.

-Valeu, eu amo fajita.-Falei afastando a cadeira pra me sentar.-É de quê?

Lucca: É de carne.-Respondeu.-Tá de boa? Se tu não curtir vou lá rapidão trocar.

-Não, tá tranquilo.-Falei me sentando e já comecei a comer.-Eu juro que não sou esfomeada assim sempre, é que hoje estou desprevenida.-Expliquei e ele riu.

Lucca: Nem falei nada, pô. Fica sussa, preta.-Falou sentando também, pra me fazer companhia.

Assim que terminei de comer ficamos conversando mais um pouco e depois eu disse que já tava na minha hora, ele se ofereceu pra me acompanhar e foi pra casa depois de se despedir de mim e da minha mãe.

Lúcia: Tu é filha do teu pai mesmo.-Falou fechando a porta da sala e eu já fui me jogar no sofá.

-O que isso significa?-Perguntei realmente curiosa.

Lúcia: Palmiteira que só!-Riu e eu fiquei mais curiosa ainda.

-E como ele casou com a senhora?

Lúcia: Teve que aprender que a pretinha aqui é insubstituível na marra, passei o rodo nos branquinhos da quebrada pra ele sentir na pele e ele me pediu em casamento após seis meses de namoro.

-Eita, o flash que lute.-Falei rindo e ela veio sentar.

Lúcia: Transaram?-Perguntou se referindo ao Lucca e eu já sorri lembrando.

-Arham.-Balancei a cabeça, positivamente.

Lúcia: Se cuidaram direitinho?

-Sim senhora!-Me levantei e bati continência, e ela riu me dando um tapa fraco.-Boba.

Lúcia: Foi bom? Ele cuidou de você?

-Meu Deus, nem quando eu perdi a virgindade você ficou tão mãe coruja.-Falei e ela levantou as mãos em forma de redinção.

Me levantei e fui levar o meu vestido lá na roupa suja, aqui em casa tá calor então tirei a calça moletom que ele me emprestou antes de sairmos, ficando só com a blusa que mais ficava um vestido em mim e dobrei, colocando no meu guarda roupas.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora