Nossa História. - Livro I

Capítulo 31.

Lucca.

Tava indo almoçar lá na goma da coroa quando vejo o Ht lá na laje do posto dele com outros três manos, tava cortando o cabelo de um.

-Virou barbeiro agora, Ht?-Gritei e ele me mostrou o dedo do meio. Tava só tirando ele. Sempre curtiu deixar o cabelo dos cria na régua, não sei por quê não virou barbeiro ao invés de entrar pro movimento.

Ht: Não precisa dar show, é só falar que também quer.-Gritou de volta e eu neguei com a cabeça.

-Brinca muito, deixa só o Negão pegar você fazendo isso no plantão.

Ht: Movimento aqui tá mec, carai. Se ele vim de mimimi deixo o cabelin dele na régua também e é fim de papo.

Fiz joinha com a mão e voltei a tomar meu rumo pra casa da dona Paula, menos de dez minutos já tava batendo no portão.

Paula: Oi meu amor.-Deu um sorriso ao abrir o portão e me ver.

-Oi mãe.-Entrei quando ela deu passagem e beijei a cabeça dela, passando o meu braço em volta do pescoço dela que passou o dela na minha cintura e fomos entrando.

A Drika claro que tava jogadona no sofá, mexendo no celular. Me soltei da minha mãe e dei um tapão na perna dela, soltou o celular putassa, se levantando.

Drika: Cê tá vendo né mãe?-Falou e só senti um soco no meu braço, mandada até que tem força, ficou vermelho até.

-Tu é uma mentirosa.-Falei e ela fez uma cara de desentendida e arqueou a sobrancelha.-Fica mandando o papo que sente a minha falta e pá mas quando venho só me maltrata, pô.

Drika: Eu tava de boa, você que provocou.-Deu de ombros, voltado a se sentar.-Eu só reagi. Ação e reação, terceira lei de Newton!

Paula: Eu não sei como aguentei morar com vocês dois na mesma casa por...-Parou pra contar nos dedos.-Dezenove anos. E menos ainda como vocês não se mataram durante esse tempo.

-Ela me ama, pô. Não ia conseguir viver sem mim.-Cutuquei a mandada com o meu pé e ela fez careta.

Drika: Digo o mesmo sobre o palmito.-Falou pegando o controle do ar condicionado, pra diminuir a temperatura.

Paula: Enfim, eu vou lá ver a comida. Já tá quase pronta.-Falou e foi pra cozinha.

Drika: Ou.-Me cutucou e eu abri os olhos, tava quase adormecendo aqui. Muito corre e pouco descanso, quem fala que vida no crime é fácil não sabe de nada.

É bem aquele ditado que as mina fala, quem vê close não vê corre.

-Solta o verbo, truta.-Falei e já me preparei pra dar risada porque ela odeia quando eu chamo ela assim.

Drika: Cê não me provoque, palmito. Já te falei pra não me tratar igual os teu mano lá da rua, eu hein.-Fechou a cara bonito pra mim e quando eu dei risada ela também deu mas depois fechou a cara de novo. Bipolar do caralho, pique Kanye West. Já falei pra ela ir se tratar, isso aí não é de Deus não.

-Tá com aquela tal de mtp?-Perguntei e ela riu, nem entendi o que foi engraçado.

Já falei pra coroa que deveríamos ter exorcizado a menina enquanto era tempo, agora demônio já se apoderou de vez do corpo dela.

Drika: mtp é suposto ser tpm?-Perguntou e pegou o celular, vendo algo.

-Isso mermo.-Balancei a cabeça, positivamente e vi a coroa colocando as coisas na mesa.

Drika: Por acaso eu tô sim.-Soltou o celular.-Tu tá mais eficiente que o meu aplicativo hein, nem me notificou essa porra. Enfim, cê não tem nada pra me contar?

-Eu tenho?-Perguntei tentando lembrar de alguma coisa que eu possívelmente tivesse a obrigação de falar pra ela mas não me veio nada.

Drika: Não sei, você tem?-Repetiu.

-Acho que não.-Respondi, tirando o meu boné, passando a mão no cabelo e voltando a colocar.

Paula: Venham comer!-Gritou e o sono que eu tava sentindo até sumiu. Ela tinha feito guisado de frango com batata e arroz, me amarro demais nesse prato.

-Bom demais, na moral mermo. Depois de um pratão bom desses é cama na certa, se pá só acordo amanhã.

Paula: Não mesmo! Tem que acordar pelo menos pra jantar.

Drika: Deixa ele mãe, logo menos tá indo com o vento e é mais comida pra mim.-Riu e eu neguei com a cabeça. Essa daí é capaz de matar por comida, uma das mais perigosas quando o assunto é esse.

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E ainda tem gente que fala que wattpad não é cultura. Lei de Newton na cara deles, me respeitem né!