Capítulo 9.

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LC.

Acordei suavão, domingão de lei. Não tem corre hoje então tô mec. Mal acordei e a mandada da Drika já tá lingando uma hora dessas, me chamou pra almoçar com ela e a minha coroa, claro que não recusei.

Levantei, fiz a minha cama e fui pro banheiro escovar os dentes e tomar um banho. Nem demorei muito, bagulho mó desnecessário ficar uma hora no banheiro, sinistro pô.

Vesti aquele calção de lei, daqui da janela do meu quarto pude ver que pra variar o sol tá do caralho então só joguei a correntinha de prata no pescoço, o boné com a aba virada pra trás na cabeça, passei perfume, desodorante e joguei a blusa no ombro saindo de casa.

Vou andando mermo, bagulho de pegar moto toda hora faz a pessoa ficar sedentária e dependente.

-Lc.-Ouvi alguém me chamando e me virei vendo a Ana, uma amiga e também foda casual, uma das poucas que entendem a definição de "pente e rala." Ela veio correndo pro meu lado quando viu que eu parei.

-Coé?-Olhei pra ela, tava com o cabelo mais ruivo do que da última vez que a gente se esbarrou.-Manda o papo, pô.

Ana: Tá tudo bem?-Perguntou enquanto fomos andando.

-Suave, e contigo?

Ana: Mais ou menos.-Suspirou passando a mão no cabelo.-Minha irmã tá sumida, não vem pra casa tem uns quatro dias e os meus pais estão surtando pra variar, me falando altas fitas. Cê não viu ela?

-Eu não.-Falei mandando um salve pro Ht que tava na laje da segunda boca, fazendo o turno dele e ouvi ela suspirar de novo.-Se precisar de alguma coisa cê sabe que tamo aí.

Ana: Valeu mesmo.-Sorriu.-Eu vou ver com o Ht se ele sabe daquela desmiolada.-Falou se afastando.

Ana é uma mina super sangue bom, tem tudo pra ser alguém na vida mas essa família dela ainda vai levar ela pra ruína, conseguiu uma bolsa pra estudar na Inglaterra mas os pais não permitiram porque segundo eles, ela não podia ir à lugar nenhum sem a desgovernada da irmã. Essa que adora dar dessas, vez ou outra some por uns dias, fazendo a irmã segurar um b.o que nem é dela, e volta quando tem vontade como se nada tivesse acontecido.

-Vive mais na rua do que em casa.-Gritei chegando perto da rua da coroa, vendo a Drika em pé na calçada conversando com um cara.

Drika: Cala a boca, seu palmito.-Gritou de volta e o cara fez um toque com ela e saiu quando fui me aproximando. Fechei a cara maneiro quando ouvi o que ela me chamou, adora me zoar porque segundo ela sou branco que nem palmito.

Dei um tapa na testa dela quando cheguei perto e ela chutou a minha canela, levantei a perna, chutei a bunda dela e saí correndo com ela vindo atrás de mim.

O portão foi aberto e a minha mãe saiu, quando viu eu correndo de um lado pro outro com a Drika atrás de mim ela botou as mãos na cintura e começou a bater o pé direito no chão.

Paula: Venham comer!-Gritou.

-Fala pra sua filha parar de me perseguir, sai porra.-Desviei do chute dela.

Drika: Eu vou matar ele, por culpa dele estou com a bunda dolorida, otário.-Pegou uma pedra, jogando e eu abaxei desviando.

Nem tinha reparado que a dona Paula tinha voltado a entrar em casa, só sei que vi ela saindo com uma vassoura e vindo atrás da gente.

Paula: Vou falar só mais uma vez.-Levantou a vassoura, mostrando pra gente.-Venham comer, se quiserem se matar depois disso aí é com vocês.

Drika: Só porque eu tô com muita fome hoje.-Falou voltando pra casa e eu também parei de correr, indo atrás.

-Hoje?-Repeti.-Quando é que não tá?-perguntei passando por ela, dei um beijo na testa da minha mãe e entrei indo me sentar na mesa.

Mesa tava lindona, cheia de comida. Tinha bolo de cenoura, lasanha, batata palha e suco, dona Paula acordou naqueles pique chef.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora