LC.
-Já tô indo, caralho!-Gritei indo abrir o portão. Tava falando com a Mariana e do nada escutei mó barulhão do portão sendo socado.-Bate mais forte pra ver se arranca fora essa porra.-Falei já boladão.
Abri vendo a Ana e ela me empurrou, passou por mim feito um furacão e entrou lá na sala. Nem entendi nada.
Fechei o portão e fui atrás dela que tava andando às voltas que nem uma barata tonta com um envelope branco em mãos.
Ana: Que demora pra abrir aquela porra, mano. Se eu tivesse fugindo de alguém já teria sido pega com sucesso.-Olhou pra mim com uma expressão de desespero.
-Já abri, não já? Quê que rolou pra tu estar desse jeito?-Me sentei no sofá, vendo ela respirar fundo.-Senta aí, pô.
Ana: Estou bem assim, muito obrigada.-Sorriu nervosa e balançou o envelope branco na minha frente.-O resultado do teste de DNA.
-Tu ainda não abriu por quê?
Ana: Não tenho coragem, tô com medo de ver.-Passou a mão no cabelo.
-Quer que eu abra pra você?-Perguntei vendo ela passar a mão no rosto e balançar a cabeça, dizendo que sim.
Ana: Vamo logo acabar com isso.-Sentou do meu lado e me entregou o envelope com as mãos meio trêmulas. Já tava vendo a hora que a mina ia desmaiar de nervoso aqui.
-Pera.-Falei.-Antes de eu abrir, tu mandou o papo pro outro mano lá que pode ser o pai?-Perguntei olhando pra ela.
Ana: Ahram.-Murmurou, balançando a cabeça em concordância.-Deu mó chilique, disse que se for dele pra eu abortar e depois falou que eu tô mentindo e tô querendo dar o golpe da barriga pra ser bancada.
-Maluco tem nem onde cair morto e manda uma dessas.-Dei risada, tinha nem como não rir, velho.-Na onde que é golpe da barriga? Só rindo mermo.
Ana: Pois é né. O Negão até que reagiu bem, porém não sei se estou psicologicamente preparada para colocar a vida dessa criança em risco por conta do pai que tem.-Suspirou frustrada.-Então estou entre a cruz e a espada.
-É de fuder mermo.-Falei e nem prolonguei mais o assunto. Abri logo o envelope e tirei a folha de papel lá de dentro, pegando pra ler.
Ana: E então?-Perguntou provavelmente por eu ainda não ter dito nada, ela tava com os olhos fechados porque não queria ver com os próprios olhos de jeito nenhum.
-Vai vim um neguinho, pô. É do Negão mermo.-Falei e ela já começou a chorar, eu não creio que seja de felicidade.-Fica assim não, o Negão vai dar a vida dele pela da vossa cria se for preciso.-Passei a mão nas costas dela.
Ana: Não.-Fungou.-Não era pra ser assim. Não era pra minha vida ser assim e menos ainda pra essa criança passar por tanta coisa sem nem ter nascido ainda.-Falou com o rosto vermelho já e eu fui pra cozinha pegar uma água pra ela.-Ninguém pode saber disso, eu vou falar com o Negão pra ficar só entre nós três.
-E quando o barrigão começar a aparecer?
Ana: Isso a gente vê mais pra frente.-Falou me devolvendo o copo vazio e eu coloquei na mesinha de centro.-Valeu pelo apoio, Lc.
-Tranquilo, pô, tamo aqui pra isso.-Respondi vendo ela se levantar, ela me abraçou brevemente e foi embora dizendo que ia falar com o Negão agora mermo.
Fiquei jogando online no PlayStation mó cota lá no meu quarto e depois fui tomar um banho e me trajar naquele pique pra dar uma passada lá na goma da coroa antes de ir lá na boca pegar os bagulho pra fazer o meu corre do dia.
Ana Souza.| 19 anos.
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Nossa História. - Livro I
Romance+16| Cidade De Deus, Rio de Janeiro.📍 "Encosta o corpo no meu Preta não solta a minha mão Se for pra te ver partir Vai partir meu coração." 1° livro da triologia 'Meu Primeiro Amor.' 𝓐-𝓥𝓲𝓻𝓰𝓲𝓷𝓲𝓪𝓷𝓪. ©2021.