Capítulo 42.

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Mariana.

Acordei com a música ain't shit tocando no meu celular, esfreguei os olhos ainda com sono, bocejei e olhei pro Lucca que ainda tava dormindo com o rosto na curva do meu pescoço e a mão em volta da minha cintura.

Coisa mar linda, nem parece aquele cara que dá medo de chegar perto de tão fechada que a cara fica. Quase esqueci que tem um inconveniente acabando com o meu sossego, nem em pleno sábado de tarde a pessoa consegue dormir em paz.

Estiquei o meu braço fazendo o mínimo de movimentos bruscos possíveis pra não acordar o palmitinho, como a Dri fala, e alcancei o celular em cima da mesinha de cabeceira do lado da cama.

Peguei o controle da TV e pausei a série que a gente tava assistindo antes de atender, após ver o nome Drikinha brilhando na tela.

📞

-Um ano depois...-escutei ela falar do outro lado da linha assim que eu atendi.-Por que tanta demora, cara?

-Tava dormindo, pelo menos eu atendi né, coisa que eu cogitei não fazer.

-Nera tu que queria ser mais ativa e os caralho à quatro?-Perguntou rindo.

-Eu falei isso? Calúnia!

-Calúnia nada, tenho o áudio aqui bem guardadinho no meu celular.

-Certeza que eu tava bêbada.

-E na mensagem da semana seguinte também?-Perguntou debochada.

-Photoshop tá aí pra isso né gata?-Segui fazendo a Kátia.

-A cara nem treme.-Berrou, fazendo eu afastar o celular da minha orelha porque pretendo manter a minha audição intacta.-Enfim, não te liguei pra debater isso. Vai rolar um pagode na quadra principal lá de baixo, vê se vocês aparecem por favor.

-Vou ver com o Lucca, que horas?

-Começa às seis da tarde.

-Beleza, depois de ver com o Lucca se ele quiser ir eu te aviso.

-Beleza. Caso você esteja pensando em não vir, fique sabendo que a comida vai ser 0800.

📞

Me despedi dela e desliguei, jogando o celular na mesinha de cabeceira depois de ver que já eram por volta de cinco da tarde.

Fiquei fitando o Lucca, me perguntando se acordo ou não, tava com dó e ainda nem tinha acordado ele mas se ele topar e a gente ainda tiver que se arrumar quanto mais cedo melhor, né?

Passei a mão no pescoço dele, depositando um beijo ali, subindo pro cabelo curtinho e fazendo um cafuné devagarzinho.

Não deu nem um minuto nessa e ele acordou, afastou o rosto da curva do meu pescoço e soltou a minha cintura, se afastando com mó cara de perdido, o olho tava puxadinho por ele não ter aberto por completo e a boca mais rosinha, fico fraca Deus...

-Oi.-Falei sorrindo e ele passou a mão no rosto, murmurando um oi com a voz toda rouca, chega arrepiei aqui.

Foco Mariana, foco!

-A Dri ligou pra mim, disse que vai rolar um pagode às seis da tarde. Cê quer ir?-Enrolei a ponta da minha trança no dedo, esperando a lerdisse dele passar pra poder me responder.

Lucca: Se você quiser a gente cola lá.-Passou a mão no cabelo, dando de ombros.

-Só porque vai ter comida de graça que eu tô assim querendo ir mas se você não quiser a gente fica aqui de boa.

Lucca: Não, a gente vai então pô. Bom que você se alimenta e depois eu me alimento de você.

Dei risada e joguei uma almofada nele antes de me levantar pra começar a me arrumar. Tomei um banho bem rápido, não me demorei porque tô ligada que de noite venta um pouco, ou seja, não vou suar igual uma condenada.

Quando saí do banheiro o Lucca já tava terminando de se vestir. Pensa em alguém que não demora em nada, quer dizer quase nada rs, na hora H é um trabalhão mas enfim.

Quando foi que eu perdi o fico desse jeito senhor?

Tadinho, desde que cheguei o quarto e consequentemente o banheiro dele tão sendo exclusivamente meus quando quero me arrumar, botei ele pra usar o do corredor.

Vesti uma mini saia roxa que fica bem colada em mim e favorece bastante o meu quadril e um cropped verde floral de mangas até os cotovelos com amarração frontal depois de vestir minha calcinha preta e passar desodorante e creme hidratante no corpo.

Tava fazendo o baby hair no meu cabelo quando senti o meu pé direito ser levantado do chão, olhei pra baixo pelo espelho mesmo vendo o Lucca agachado com a minha melissa plataforma verde do tom do cropped que eu tô na mão.

-Tá fazendo o quê?-Perguntei rindo.

Lucca: Te ajudando.-Respondeu encaixando ela no meu pé e depois foi pro outro lado, fazendo o mesmo.

-Ai que lindinho.-Sorri sentindo ele espirrar perfume em mim.

Coloquei meu colar, minhas inseparáveis argolas, meu gloss e tava pronta.

Lucca: Gostosa.-Escutei a voz dele atrás de mim e senti um tapão ser desferido na minha bunda.

Ele tava lindo também, todo trajadin com um conjunto de moletom preto e branco camuflado e algumas correntes no pescoço, nos pés tava usando um tênis branco da Nike.

Nessas horas nem parece o vagabundo que fica todo dia só de bermuda sem blusa.

Peguei o meu celular e saí atrás dele que trancou o portão com chave depois de encostar a moto na calçada, subi na garupa depois dele e ele foi descendo a milhão até chegar na quadra.

-
Descobri que tenho um talento nato para descrever looks.

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