Lucca Pinheiro, LC. | 20 anos.
Acordei, eram umas doze horas da manhã e já peguei o meu celular, indo pro whatsapp ver se o chefe não tinha mandado mensagem com os endereços pra eu ir e os produtos pra levar.
Como tava dizendo pra passar na segunda boca só às duas da tarde, escovei os dentes e tomei banho na máxima calmaria, saí do banheiro com a toalha enrolada na cintura indo vestir uma blusa branca com uma bermuda preta.
Saí do quarto já pronto depois de fazer a cama e passar desodorante e perfume, e fui pra cozinha fazer um ovo rápido pra comer com pão. Vida de morar sozinho é essa, todo dia comendo na rua ou encomendando e quando vou fazer algo sozinho acaba por ser só algo pra comer com pão, só como direito quando vou lá na minha coroa ou ela vem, me esculacha legal por conta de alimentação.
Terminei de comer e deixei o prato na pia. Quando deu duas horas peguei a chave da moto saindo no quintal, andei com ela até no portão e desci da calçada, deixando lá. Voltei pra trancar o portão, joguei a chave no bolso e trepei na moto, acelerando.
Chegando na boca recebi a mochila com os "produtos" e fui fazer meu corre. Só fui terminar lá pras seis, voltei pra boca e entreguei a mochila com o dinheiro pro de frente da área de venda de drogas.
69: Tá tudo certo.-Falou depois de contar e pegou um maço de dinheiro embrulhado em elástico lá na gaveta da secretária dele e deu pra mim.
-Valeu.-Falei saindo dali, dei uma passada rápida em casa pra guardar metade do dinheiro e a outra parte taquei no bolso, indo pra casa da coroa.
Paula: Quem é vivo sempre aparece né?-Disse quando abriu o portão e deu passagem pra eu entrar.
-Bença, mãe.-Falei entrando e abaixei pra ficar altura dela.
Paula: Deus te abençoe, meu filho.-Fez o sinal da cruz na minha testa e fomos entrando lá na sala.
-Tem algo de diferente aqui.-Falei olhando em volta depois de sentar na mesa com ela, não sei o quê mas tenho essa sensação.
Paula: Ah, deve ser o papel de parede que mandamos colocar.-Sorriu.
É por esse sorriso, dela e da mandada da minha irmã que eu entrei pra essa vida. Não há maior satisfação pra mim do que ver as mulheres da minha vida felizes e à vontade, comprando coisas novas pra casa que depois de muito corre eu comprei pra elas, minha vontade mesmo era comprar fora daqui mas quem disse que a minha mãe aceitou? Disse que não arreda os pés daqui sem mim. Mas tu só diz que é casa de favela se tu vir por fora, porque aqui dentro tá só o luxo, o quintal tá com um jardim e uma mobília da hora também, até churrasqueira botaram, lindo demais.
-Tá da hora.-Falei tirando o maço de dinheiro do bolso e botei na mesa.-Pra vocês. Tem suficiente pra pagar as contas, fazer compras, pagar a faculdade da Dri e ainda sobra um tiquim.
Paula: Eu não canso de dizer que você é o melhor filho desse mundo, muito obrigada meu amor.-Falou já com lágrimas nos olhos e eu peguei a mão dela, dando um beijo.-Eu não sei o que nós faríamos sem você.
-Bastante coisa, pô. Porque tu é, sempre foi e sempre vai ser um mulherão.-Ela riu e se levantou perguntando se eu queria comer, na hora meu estômago até fez barulho e ela não precisou da minha resposta pra servir comida em um prato pra mim.
Paula: Bom apetite, espero que esteja comendo direito lá na sua casa.-Colocou o prato na minha frente e trouxe um copo e uma jarra com suco.
-E a mandada lá?-Perguntei me referindo à minha irmã e ouvimos a porta sendo aberta, falando no diabo.
Drika: Lucca!-Jogou a mochila no sofá depois de fechar a porta e veio me abraçar.-Deixa eu provar pra ver se não tem veneno.-Tirou o garfo da minha mão e pegou arroz e estrogonofe, comendo.
-Sai, porra.-Tirei o garfo da mão dela que riu mastigando, e se afastou.
Drika: É assim que você trata quem sente a sua falta?-Se jogou na cadeira do meu lado.
-Você sabe que comida é coisa séria e fica nessas aí.-Neguei com a cabeça e continuei comendo.
Paula: Tem comida pra todo mundo, crianças.-Levantou indo montar o prato dela.
-Como estão as coisas lá na faculdade, olhei pra Dri.
Drika: Indo bem, graças a Deus.-Olhou a mãe botando o prato dela na mesa e já começou a comer, poço sem fundo essa daí.
-O dinheiro da mensalidade da tua faculdade tá aí, mas se precisar de mais algo é só falar.-Dei um gole no suco.
Drika: Você pagando a mensalidade já me ajuda muito, pra suprir as minhas necessidades o dinheiro que ganho lá na loja é suficiente.-Falou olhando pra mim.
-Jae então.
-
Gente vocês querem foto da Dri?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nossa História. - Livro I
Romance+16| Cidade De Deus, Rio de Janeiro.📍 "Encosta o corpo no meu Preta não solta a minha mão Se for pra te ver partir Vai partir meu coração." 1° livro da triologia 'Meu Primeiro Amor.' 𝓐-𝓥𝓲𝓻𝓰𝓲𝓷𝓲𝓪𝓷𝓪. ©2021.