Se esse capítulo bater mais de 50 comentários eu posto uma maratona de três capítulos no sábado. (Comentários aleatórios não vão contar.)
LC.
Ajeitei a mochila nas costas e o boné na cabeça, subindo a ladeira na força do ódio. Não sei quem mandou eu inventar de deixar a moto no meu barraco.
Sol tava de fuder mas o assustador é que tava ventando ao mesmo tempo. Hoje choveu a manhã toda, trampei do mesmo jeito. Se eu não adoecer é porque Deus deve me amar muito, papo reto.
Aquele filho da puta daquele viciado me causou um prejuízo do caralho, três mil pila que eu tive que tirar do meu bolso. Mó facada, mas não me arrependi de ter jogado os negócio tudo pra ele não, era a vida da preta que tava em risco, jamais hesitaria e se eu pudesse voltar atrás não mudaria nada.
-Tá sumido hein, LC.-Escutei a voz da Glória e olhei do lado, vendo ela sentada no banco que fica na frente da lanchonete da tia Aurora.
-Muito corre, pô.
Glória: Hm.-Concordou com a cabeça.-Menos mal, ouvi dizer que cê tava de casal com uma mina e pá. Mó saudade de tu, tá mais gato ou é impressão minha?
Glória era um caso mó antigão, aquela transa casual em que ninguém cobra nada e os dois tão cientes de que disso não passa, pelo menos eu tava ciente.
No começo até funcionou mas depois de um tempo ela começou a querer vir surtar por conta de outras minas que eu ficava, aí eu já botei um freio nela e ficou por aquilo mesmo.
-Minha beleza sempre tá em constante evolução, sacas?-Ela riu, passando a língua nos lábios.
Glória: Não rola um remember?
-Sai fora, único remember que eu tô querendo é com a minha cama.-Ela fechou a cara na hora e eu dei de ombros, voltando a caçar o meu rumo.
Deixei a mochila e o lucro das vendas lá com o 69 e meti o pé pra minha goma. Comprei uma quentinha na última casa do beco da esquerda e assim que entrei em casa já comecei logo a comer.
A tia manda bem demais, se a minha coroa descobre vai morrer de ciúme.
Guardei o que sobrou na quentinha na geladeira e lavei os bagulho que usei rapidão. Fui pro meu quarto e tomei um banho antes de cair cansado na cama.
Sabe quando você deita pra descansar e ainda assim se sente cansado? É assim que eu tô me sentindo, ter a preta por perto repunha as minhas energias.
Tudo me faz pensar nela, uma pá de blusa minha tava com o cheiro dela impregnado, sem falar nas roupas que ela esqueceu aqui. Se eu vejo netflix eu lembro dela, se eu vejo uma lata de coca eu lembro dela, se eu vejo a porra de um lanche eu lembro dela falando que tá com fome.
Isso porque é só a segunda semana que não tenho ela por perto, tá foda...
Levantei da cama e abri a janela, pegando um baseado bolado e acendendo com o isqueiro logo em seguida.
Ouvi a porta da sala sendo aberta e logo a porta do meu quarto batendo na parede pela força com que foi aberta.
-Cê quebra essa porra pra ver se eu não te boto pra consertar, Drika.-Traguei e soltei a fumaça, ainda olhando lá pra fora.
Drika: Nhenhenhe, cê tá chatão esses dias hein.-Se jogou na minha cama e pegou o controle da tv.
-Me deixa sozinho então, caralho.
Drika: Chega de fumar.-Tirou o baseado da minha mão e jogou lá fora.-Eu preciso descobrir logo o motivo do seu desentendimento com a Mari pra encontrar uma solução e assim todo mundo volta a ficar feliz, cê tá insuportável sem ela.
-Você que tá insuportável dando uma de mãe coruja.-Abri a gaveta, pegando outro baseado e ela deu um tapão na minha mão que até ficou vermelha.-Para de cortar a minha onda, porra.-Sentei na cama.
Drika: Se você continuar fumando de dez em dez minutos eu vou fumar também, tô falando sério!-Falou puta.
Fechei a cara legal pra ela.-Tá bom, parei já.
Drika: Acho bom mesmo, rhm.
-Chantagista do caralho.-Neguei com a cabeça e ela deu de ombros, colocando um filme pra gente ver.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nossa História. - Livro I
Romance+16| Cidade De Deus, Rio de Janeiro.📍 "Encosta o corpo no meu Preta não solta a minha mão Se for pra te ver partir Vai partir meu coração." 1° livro da triologia 'Meu Primeiro Amor.' 𝓐-𝓥𝓲𝓻𝓰𝓲𝓷𝓲𝓪𝓷𝓪. ©2021.