Mari.
-Tava com prisão de ventre, é?-Perguntei pra Drika, estávamos voltando pra casa já.
Drika: Quê?-Respondeu meio distraída.
-Mó tempão lá no banheiro.-Não consegui evitar dar risada.
Drika: Ah.-Sorriu meio tímida.-É...-Coçou a cabeça.
-Não precisa procurar desculpas, feliz ou infelizmente eu ouvi os gemidos.-Só de lembrar já quero rir de novo.
Drika: Sério, foi tão alto assim?-Me olhou com o olho mais aberto.
-Então...-Olhei pro céu vendo a lua que tava bem branquinha.
Drika: Eu vou matar o Ht.-Falou furiosa e foi a minha vez de olhar pra ela com o olho mais aberto do que o normal.
-Eita eita eita!-Tampei a boca com a minha mão.-Chocada, passada que era ele lá com você.
Drika: A gente fica de vez em nunca, saca?-Começou a explicar e eu assenti com a cabeça.-Só que dessa vez ele foi muito imprudente de ter ido atrás de mim lá no banheiro, e eu mais ainda por ter me rendido depois de uns simples sussurros ao pé do ouvido.-Passou a mão no cabelo.-Aquele pilantra sabe como me desarmar, mas hoje eu prefiro culpar a bebida.
-Vai nessa.-Dei risada.-Nem dois copos você bebeu, no mínimo aquele um que tu bebeu ampliou as vontades que você já tinha.
Drika: Me ajuda a me ajudar, Mari.-Fez voz de choro e aí que eu ri mais.
-Se com umas ficadas de "vez em nunca"...-Fiz aspas com os dedos.-Ele te deixa assim, imagina se fossem ficantes fixos.
Drika: Ih, não inventa.-Falou e eu reparei que já tínhamos chegado na nossa rua.-Vamos dormir que você já tá delirando de sono.-Disse rindo e nos despedimos, indo cada uma pra sua casa.
Foi só eu fechar a porta e jogar a chave na mesa de centro que o meu celular vibrou, tirei ele do bolso e fui andando na escuridão mesmo até o meu quarto. Era do insta, tinha uma nova curtida na foto que postei antes de vir pra casa. Foi só ver o nome Lucca que já fui no perfil dele e mandei solicitação pra seguir.
Deixei o celular carregando e tomei um banho rápido, vesti um camisetão confortável pra dormir e ajeitei o meu cabelo dentro da touca de cetim, pensa na guerra que é pra essa juba caber toda dentro da touca.
Tirei o celular do carregador e peguei vendo que ele aceitou a solicitação pra seguir e me seguiu de volta, tava mó animada pra dar uma stalkeada maneira mas o cara não tem nenhuma publicação, pra quê perfil privado então?
Na hora me veio um flashback onde eu falo :" A gente se fala no whats" , o único problema é que não trocamos número né, pouca coisa. Podia chamar no insta e pedir? Podia mas eu já tive a iniciativa de seguir ele, tenho meu orgulho também.
Fiquei mais um tempinho mexendo no celular e depois deixei ele na mesinha de cabeceira, peguei o quadro com a foto minha e dos meus pais e dei um beijo nela antes de voltar no lugar e dormir.
{...}
Sexta feira pra mim já começou da melhor forma. Acabei de acordar e bati umas fotos com esse solzão que tava favorecendo demais a minha beleza pós-sono, ao som de poesia acústica onze.
Depois eu fui fazer a minha higiene pessoal e me arrumar, em seguida recebi uma ligação da gerente da loja dizendo que a vaga é minha, fiquei super feliz, até ajudei a minha mãe na faxina aqui de casa por livre e espontânea vontade, dá pra acreditar? A moça também disse que vai entregar o meu horário, e o uniforme da loja, que é uma blusa preta com a logo pra Dri, que vai trazer pra mim.
Minha mãe também ficou super feliz, o salário obviamente não é o melhor de todos mas 1.537 reais à mais vão fazer muita diferença aqui em casa.
Lúcia: Que orgulho de você, meu amor.-Beijou a minha mão.-Do mulherão que você está se tornando.
-É tudo graças a você, mãe.-Sorri olhando os olhos dela encherem de lágrimas já.
Lúcia: Tenho certeza que o seu pai pensa o mesmo, sei que ele não está aqui fisicamente mas tenho certeza de que espiritualmente ele estará sempre conosco.
-Também creio nisso, mãe.-Falei e levantei indo abraçar ela que já tava chorando.
É foda ver ela sofrendo dessa forma, meus pais sempre foram muito amigos, companheiros mesmo. Se eu pudesse pegava o sofrimento dela pra mim.
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Nossa História. - Livro I
Romance+16| Cidade De Deus, Rio de Janeiro.📍 "Encosta o corpo no meu Preta não solta a minha mão Se for pra te ver partir Vai partir meu coração." 1° livro da triologia 'Meu Primeiro Amor.' 𝓐-𝓥𝓲𝓻𝓰𝓲𝓷𝓲𝓪𝓷𝓪. ©2021.