Capítulo 54.

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Mariana.

Entrei em casa e quando escutei a voz da minha mãe já passei a mão no rosto, limpando as lágrimas rápido.

Lúcia: Cê tava aonde?-Perguntou lá da cozinha e eu fechei a porta da sala, ela tava de costas pra mim mexendo em algumas panelas no fogão.

-Tava na casa do Lucca, cê chegou cedo hoje né?-Deixei a chave de casa na mesa de centro.

Lúcia: Ahram.-Passou a mão no pano de prato e desligou o fogo, saindo de lá.-A comida já tá pron...-O que foi?-Semicerrou os olhos na minha direção, me analisando.

-Como assim?-Desviei o olhar e fui me sentar no sofá.

Lúcia: Cê parece que esquece que saiu de mim, andou chorando é?-Sentou no braço do sofá, olhando pra mim.

-Um pouco só.-Dei de ombros, apoiando a cabeça no encosto do sofá e fechei os olhos, respirando fundo.

Lúcia: O que houve?-Perguntou com um tom de voz mais preocupado e sentou do meu lado.

-Eu conversei com o Lucca. Resumindo e concluindo...-Engoli em seco antes de continuar, não acredito que vou falar isso em voz alta. Parece que torna tudo numa proporção ainda maior, a ficha cai.-Vamos parar de ficar.

Lúcia: Nossa, por essa eu não esperava... Cês pareciam tão bem, posso saber o porquê disso?

-Ah, mãe.-Limpei a lágrima que caiu.-É uma história muito mal resolvida então nem eu posso explicar, mas também não quero ficar lembrando disso mais não.

Lúcia: Tá bom, vem cá meu amor.-Bateu nas próprias pernas e eu nem pensei duas vezes antes de deitar a minha cabeça ali.

Enquanto ela acariciava os meus cabelos o meu choque de realidade ia crescendo cada vez mais, o que me fez chorar horrores.

Até agora eu tava tão bem, lidando bem com isso na medida do possível mas parece que quando a pessoa é consolada dá mais vontade de chorar.

O bom de chorar é que cansa, pelo menos comigo, me deixa cheia de sono.

Não sei quanto tempo eu fiquei sendo consolada pela minha mãe mas quando fui levantar já tava ficando escuro lá fora, na tv tava dizendo que era seis da tarde já.

Minha mãe foi comer e eu fui pro meu quarto ver o que vou vestir amanhã e hoje pra dormir. O destino, universo ou seja lá o que as pessoas gostam de chamar, não tava cooperando para a minha saída da bad, logo que eu abri o guarda-roupas dei de cara com duas blusas e um moletom do Lucca. Quando fui abrir a gaveta dos negócios que uso no cabelo tava um boné dele também, porra...

Pior que eu não tinha pretensão alguma de devolver. Deixei a roupa de amanhã separada já e fui pro banheiro tomar um banho antes de comer, por insistência da minha mãe, e me enfiar na cama debaixo do cobertor quentinho.

Incrível que quando eu tô feliz o clima fica pra lá de quente e agora que tô na bad tá mó friozinho.

Bocejei já quase sendo dominada pelo sono e abri os olhos no susto com o barulho de notificação do meu celular, tinha mensagem do Lucca perguntando se eu cheguei bem em casa e outra de um número desconhecido. Respondi a do Lucca e entrei na conversa do número desconhecido logo em seguida.

📨

+55 21...
E aí?
Tudo bem?

Tudo sim.
Quem é?
Onde arrumou o meu número?

Kkkkkkkkkkkk.
Calma, mina.
Tá devendo?

Calma o caralho, quem é você?

No dia da praia cê tinha mó cara de anjo.
No off é brava assim? É o Pedro, haha.
Seu salvador, lembra?

Ata. Meu Deus, me desculpa kkkkk.
Só não tive um dia bom, mas lembro sim.

De boa. Peguei seu número com a sua amiga que estuda aqui na minha facul, tem problema?

Tem não.

Salva aí então, quem sabe um dia desses a gente não combina de fazer algo.

Beleza, vou salvar.

📨

Salvei e deixei o celular em cima da mesinha de cabeceira. Nem botei muita fé em combinar algo com ele não, mas também não ia ser a escrota e dizer de cara.

Mais essa que a Drika foi me arrumar, aiai.

Nossa História. - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora