Capítulo 5

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O Thomas é noivo? Isso não pode ser! Ele não dormiria comigo, estando num relacionamento com outra pessoa, ele não deixaria que eu fosse tachada como amante e a garota como uma chifruda

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O Thomas é noivo? Isso não pode ser! Ele não dormiria comigo, estando num relacionamento com outra pessoa, ele não deixaria que eu fosse tachada como amante e a garota como uma chifruda. Com certeza isso não é verdade, o Thomas que conhecia desde a adolescência não seria capaz. Ou seria?

─ Eu não sabia. Quando dormimos juntos ele não falou nada. ─ Confesso.

Na verdade, nem ao menos conversamos naquela noite direito e se conversamos, não me lembro. Algumas coisas são nítidas, mas outras... outras são borrões, lacunas na minha memória. Não devia ter bebido, não devia querer recordar do passado e com certeza, eu não tinha o direito de ficar triste ao ponto de pensar no Thomas como uma distração sexual.

─ Nem acredito, eu e a Sara vamos ser vovós. ─ Minha mãe fala, pegando no telefone e começando a digitar. Papai toma o aparelho da mão dela e faz uma cara feia.

─ Contou a ele?

─ Não.

─ Então até você contar, os pais dele e mais ninguém devem saber disso, ok?

─ Está com vergonha de mim, pai? ─ Questiono, tentando entender esse comportamento bruto repentino. ─ Olha, não se preocupem porque não pretendo voltar e roubar o Thomas da futura noiva, e muito menos pretendo ficar no Brasil, apenas viajei até aqui porque queria contar pessoalmente para vocês e estabelecer um certo tipo de contrato com Thomas. Fique tranquilo, meu nome não manchará nossa família.

─ Filh...

─ Estou cansada e quero dormir. Boa noite aos dois.

Bato a porta do meu quarto com força.
Estou com tanta raiva, na verdade, a palavra é decepcionada, tudo bem, a notícia da minha gravidez com certeza não foi contada como meus pais devem ter passado a vida imaginando, mas esperava... na verdade, foi por isso que não queria vir de princípio, pois não sabia o que esperar.

Ouço dois toques e logo a porta está aberta e me pai entrando.

─ Princesa.

─ Não quero conversar.

─ Princesa, me desculpa não falei por mal, e que não quero vê-la machucada. ─ Ele não quer me ver machucada ou quer que os concorrentes das outras revistas de fofocas descubram que adorável filha dos Ferrarini é amante do idiota do Thomas Reis? Foi por esse motivo que fugir do Brasil, odiava a delimitação das minhas ações, sempre tomar cuidado com minhas palavras, minhas atitudes porque qualquer coisa de ruim, o nome Ferrarini seria jogado no chão, e acreditem, muitas pessoas iriam gostar de pisar nesse sobrenome.

─ Olhe para mim. ─ O encaro, aprofundando minha concentração dentro de seus olhos castanhos cansados. ─ Não tenho vergonha de você, nunca terei, você é minha princesa. ─ Ele segura meu rosto, juntando as mãos em formado de concha. ─ Você sempre foi meu orgulho. Sempre se destacou pelo modo de que não se importava em expor sua opinião e sabe que sempre admirei isso em você. Amei ver como você construiu sua vida sozinha e sou muito orgulhoso de chama-la de minha princesa. ─ Uma lágrima escapa pelos olhos dele. ─ Nunca teria vergonha de você, muito menos do meu neto, não importa quem seja o pai, só disse para esse assunto não ser divulgado pelo seu bem e o da criança.

─ Acredita mesmo que eu anunciaria pelo mundo, papai? ─ Respiro fundo, tentando não me juntar ao mesmo choro que ele. ─ Pai, estou vivendo sempre sob pressão, acha mesmo que vou querer ser interrogada dia e noite por fotógrafos onde quer que eu vá? Estou com medo e essa é a razão pela qual estou aqui, não é pelo Thomas, talvez seja porque estou fugindo de Madrid, pois, para todo lado que eu vou há meu nome nas revistas com títulos sobre maternidade, mas estou aqui porque não sei quais serão os próximos passos a tomar? ─ Fecho os olhos. A mão de meu pai empurra meu rosto para seu ombro, ele esfrega minhas costas e faz um barulho com a boca, pedindo que eu não diga mais nada. ─ Sempre soube quais seriam meus próximos passos, agora, estou sem chão, o senhor e a mamãe são as únicas bases que consegui me firmar. ─ Balbuciou, lutando com a enorme vontade de chorar, minha voz falha, no entanto, respiro fundo e procuro me recompor.

─ Minha menina, eu vou cuidar de você. Vou cuidar do meu neto ou neta e vou mima-lo muito. Você não está só e nunca estará e se você não sabe quais são os próximos passos, então vamos ajuda-la a cria-los.

─ Obrigad-a. ─ Quase engasgo com o choro.

─ Agora, vamos descer para jantar em família e logo depois você vai dormir para estar bem disposta para conversar com o Thomas sobre o bebê, ok? ─ Concordo. Seus lábios tocam minha testa num afeto paterno.

E foi tudo como papai quis. Jantamos, passamos o tempo inteiro falando sobre minha vida na Espanha, eles me aguentaram por horas falando sobre os desfiles, as entrevistas e sobre meu aniversário que eles não puderam ir. Disse sobre o término com Gui, deixando claro que o brutamonte queria comandar minha vida, desejando que eu ficasse à mercê de seus desenhos e no mesmo instante que contei isso a papai, ele ficou abismado.

Papai defende o poder feminino, acreditando que uma mulher nunca deve viver para o homem, muito pelo contrário, a mulher deve viver como quiser e de preferência, independente de qualquer autoridade masculina, por isso a revista de papai é tão famosa, não é só uma revista de fofoca, mas uma revista que enaltece o poder das mulheres e seus direitos de abrirem mão da vida de dona de casa para serem mulheres de negócios.

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