Capítulo 47

121 13 23
                                    

O tempo passa, os segundos caminham e se fecharmos os olhos parece que enganamos o tempo, que conseguimos retornar aos dias que nossos maiores problemas eram as provas e sobre nossos conflitos internos sobre escolher nossos sonhos ou seguir as von...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O tempo passa, os segundos caminham e se fecharmos os olhos parece que enganamos o tempo, que conseguimos retornar aos dias que nossos maiores problemas eram as provas e sobre nossos conflitos internos sobre escolher nossos sonhos ou seguir as vontades dos nossos pais. Para muitos as coisas não mudaram, para outros, tudo se transformou, e aconteceu isso conosco, evoluímos e retrocedemos a mesma medida, crescemos e diminuímos, rimos e choramos, lutamos e ganhamos, realizamos nossos sonhos e além das lembranças da adolescência, conseguimos conservar a amizade, conseguimos preservar as conversas tolas, os jeitos atrevidos e brincalhões que tínhamos a sete anos atrás. Não somos mais crianças que reuniam-se numa pizzaria para comer e falar mal dos pais ou sobre as fofocas da escola, agora somos adultos reunidos numa mesa falando sobre preparativos de casamento, sobre o nascimento do meu filho e o custo de abrir uma confeitaria.

O porta-malas e os bancos traseiros do carro de Mikaela vieram lotados de fraldas e de mimos para o Théo, Mikaela pega algumas fraldas e chamamos o elevador, só noto que as portas metálicas abriram por causa do barulho, não vejo nada, amontoei as fraldas numa pilha que é inibe minha visão, Mikaela é quem me guia até a porta e assim que ouço as chaves girando e a porta abrindo, soltos as fraldas no chão. Retorno para pegar o elevador, Mikaela não vem, provavelmente vai trocar de roupa para me ajudar. Encho meus braços mais fralda, aproveito que ganhamos uma banheira e a uso para carregar mais fraldas, quando entro dentro do apartamento vejo a imagem de Mikaela deitada no sofá, seus olhos fechados e sua barriga mexendo. Uma parte de mim quer gritar, chama-la para me ajudar, e a outra simplesmente que a levar para o quarto para que ela durma confortavelmente. Por não estar em Madrid ela deixou de ser incomoda pelos paparazzi, só que a pressão de novas roupas sempre está recaindo sobre ela, há noites que sou forçado a carrega-la para o quarto, se não, ela virá a noite costurando ou desenhando novos modelos para enviar para sua produção. E nos poucos momentos que a encontro dormindo, quero que permaneça assim.

Faço mais de seis viagens para trazer todos os presentes, quando paro para descansar contemplo que a sala está praticamente dominada por fraldas e tenho muita vontade carrega-las para o quarto do Théo, só que a preguiça de subir todos esses degraus é mais forte.
Deito-me no chão gelada que resfria minha carne, distraidamente minha visão repousa na barriga de Mikaela e vejo que Théo a chuta.

Arrasto-me pelo chão, desviando das fraldas e as empurrando, cedendo lugar para meu corpo repousar próxima ao meu filho. Encosto minha mão e Théo chuta no lugar em que toco, sorrio bobamente, crendo que meu filho mesmo na barriga da mãe já reconhece o contato do pai.

─ Sabe que horas são, mocinho, para ficar chutando a mamãe?

Chutes.

─ Aposto que aí dentro já deve estar ficando desconfortável para você ─ Comento, deitando minha cabeça num pedaço que Mikaela não ocupa. ─ ou tedioso.

Chutes.

─ Uma hora dessas normalmente você já está dormindo. Está sem sono? ─ A voz ainda não conhecida do meu bebê inunda minha imaginação, fazendo minha mente divagar, imaginando os olhinhos, o sorriso, como será o som da voz, do choro. ─ Era uma vez, um jovem cavaleiro chamado Théo, o homem valente não tinha medo de nada, seu coração era ouro-puro, era conhecido como cavaleiro real, em todas as viagens o rei perdia que ele fizesse parte de sua esquadra, pois tinha segurança que nenhum tolo se atreveria a enfrentar o cavaleiro Théo. Numa noite, o feudo estava calmo, muitos dos servos do senhor feudal já estava em suas casas, a lua era coberta por nuvens e mal podia-se caminhar sem tropeçar nos móveis de suas próprias casas. Um barulho, um brilho, cavaleiro ergueu-se de sua cama e debruçou pela janela, sem ao menos fazer esforço, encontrou de onde viam gritos. Homens, mulheres e crianças faziam filas retirando água de poços para tentar apagar o fogo que alastrava pela plantação, Théo calçou seus sapatos e desceu para ajudar, só que ouviu um grito que não poderia ser comparado a de um humano, levantou os olhos para o céu e encontrou uma silhueta escondendo-se por trás das nuvens

PositivoOnde histórias criam vida. Descubra agora