Capítulo 68

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─ Sério que você também é brasileiro?Tomo um gole do chocolate quente que ele me preparou

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─ Sério que você também é brasileiro?
Tomo um gole do chocolate quente que ele me preparou.

─ Claro, até parece que minha pele bronzeada das praias do rio não confirma minha nacionalidade. ─ Brinca, largando a xícara na bancada.
Bebo um gole e admiro o homem a minha frente, os olhos instigantes o papo super descontraído.

Minha garganta fecha, dou alguns passos na direção da janela trancada por causa da neve que cai do lado de fora. Abro e tento puxar o ar, meu nariz consegue sugar, mas minha boca não consegue soltar, é como se estivesse um arame em meu pescoço, fico sem ar e com agressividade, pigarreio. A neve que cobre a base da janela é sujada pela cor carmim, levo os dedos pelos lábios e eles também saem sujos. Vislumbro no reflexo do vidro da janela o metálico brilhar, encaro abaixo, tentando raciocinar se é seguro pular, só que não há tempo de pensar.

Corro na direção da porta, giro a maçaneta e está trancada.

Stevan, Emanuel faz um barulho com a boca de forma negativa.

─ Não há para onde correr, princesa Ferrarini. ─ Seu corpo pressiona o meu contra a porta de madeira. A primeira lágrima desce, queimando meus olhos e as próximas chegam sem dificuldades.

A faca desliza por minha bochecha criando um leve corte que arde, Emanuel passa a língua pelo meu sangue e sorrir com seus olhos negros. A faca desliza da minha garganta, só que não forte o suficiente para me ferir, mas ao chegar na blusa que eu visto, rasga o tecido deixando meu sutiã exposto ao maníaco que não esconde a tentação de seus olhos.

─ Socorro! ─ Grito.

Um tapa na cara, que é forte o suficiente para me levar ao chão.
Meu corpo mole é jogado sobre uma superfície macia, um colchão e algo prende minhas mãos – cordas, fita adesiva junta meus pés é o terror assola meu corpo, com a força que eu que tenho, forço a movimentar meus membros, mas a cada centímetro que me movo, minha cabeça é batida contra a cabeceira. Emanuel tira a roupa e tira a minha também, alisa meu corpo e eu quero morrer por sentir nojo do corpo que eu amo tanto, choro. As lágrimas caindo e deixando meu rosto vermelho.

─ Pare de chorar! ─ Grita, dando um corte em meu pescoço, só que a dor e o vermelho escorrendo de mim aumenta meu pânico e a minha incapacidade de me autodefender.
Quero morrer.

─ Eu vou de tar motivos para chorar. ─ Ele me sufoca com o travesseiro e quando meus olhos começam a fechar e meu pulmão desiste de lutar por oxigênio, ele retira o travesseiro e sai de cima de mim.

Luto. Empenhando-me para absorver o ar. Meu corpo doem o meu próprio sangue me aterroriza, só que o meu medo some ao ouvir o choro, ouvir Théo gritando de pavor e quando meus olhos encontram Emanuel erguendo a cabeça de Théo pronto para passar a faca em seu pescoço...

[...]

─ Amor. ─ Meu corpo treme, sinto suor por minha testa escorrer.

Os olhos de Thomas estão arregalados, mas quando as lágrimas invadem meus olhos ele entende o que aconteceu.

─ Cadê o Théo? ─ O desespero sequestra minha voz.

─ Ao quarto ao lado.

─ Eu o quero. Thomas, eu quero o meu filho. ─ Falo em meio ao desespero, meu corpo tremulado, devastado pelas imagens do pesadelo em meio alguns passos tropeço em meus pés e caio no chão. Meu coração bate tão forte contra meu peito que parece um prisioneiro cansado de pegar pelo próprio castigo, determinado em sair, mesmo que para isso tenha que explodir meu peito.

Thomas me toma em seus braços, tirando-me do chão e colocando meu corpo fraco na cama novamente, ele beija minha cabeça e diz que já volta.
Ele retorna com Théo chorando por ter sido acordado, no entanto, não me importo com o berreiro, eu só o quero. Abraço, dando beijos por suas bochechas e o acalmando em meus seios, acariciando sua pele, garantido que ele está bem, comprovando que fui tudo um pesadelo.

─ Pesadelo?

Assinto.

Thomas passa seus braços por mim, beija meu rosto e eu reclino meu corpo sobre seu peito, sentindo seu calor, sentindo a segurança que seus braços conseguem trazer a minha alma, sentindo por leves minutos que nem tudo é um terrível pesadelo.

─ É como dá última vez, agora que reconheço o rosto do meu assassino minha mente recria todos os momentos que passamos juntos, só que ele me mata, ou me tortura.

─ Não é real.

Eu sei que não é, só que quando grito e ninguém me escuta, que quando encaro sua face familiar, tudo se mistura, e eu não sei distinguir o que é real, ou não.

─ Lembre-se, eu prometi que ninguém nunca mais vai te machucar, e eu irei cumprir até o fim da minha vida, meu amor. ─ As mãos acariciam meu corpo. ─ Vou te proteger custe o que custar.

Isso que eu tenho medo, de quanto valerá minha proteção a ele.

─ O Théo sumiu. ─ Meu pai invade o quarto, seus olhos arregalados e mesmo que ele tenha tentado esconder, eu consigo ver. Com a mão firme ele aplica-se em ocultar o revolve atrás de próprio corpo.

─ Estava na hora dele mamar. ─ Minto.

Não há necessidade em contar sobre meus pesadelos para um homem que claramente também está por um triz com toda esta situação.
É óbvio que nem mesmo os mais fortes conseguem enfrentar o demônio duas vezes.

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