Capítulo 6

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─ Como você está? ─ Pietro pergunta, preocupado mais do que deveria

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─ Como você está? ─ Pietro pergunta, preocupado mais do que deveria.

─ Ótima. E como vai meus negócios?

─ Normais, nenhuma queda, mas temos grandes compras de vestidos, deveria investir mais neles. ─ Pietro aconselha, falando com a voz estranha, provavelmente deve estar comendo. ─ Falou com o futuro papai?

─ Estou parada na garagem do apartamento dele, agora. ─ Abro a porta do carro e encontro entre muitos carros uma Ferrari preta que se destaca mais do que todos ou outro carros. Reviro os olhos, ele sempre dizia que iria comprar Ferrari, porque sempre ia se lembrar de mim quando a dirigisse, e pelo visto não foi só da boca para fora que ele dizia isso.

─ Está nervosa em contar?

Muito.

─ Não. Para todo caso não estou incluindo o Thomas em meu futuro. ─ Minha frase soa ríspida mais do que imaginava soar, mas o que eu posso fazer? Ainda não digerir essa história dele ter dormido comigo, estando noivo.

─ O que pretende do futuro? ─ Entro no elevador e encaro meu reflexo, pensando no que eu pretendo para meu futuro e definitivamente, não sei o que posso usar como resposta.

─ Amigo, preciso desligar. Antes de dormir me ligue novamente. Estou com saudade.

─ Também. Quero que volte logo.

Acredite, eu também quero. Guardo o celular na bolsa, ajeito meus cachos lisos, passo o dedo limpando o batom vermelho que destaca meus lábios e sorrio para meu reflexo. Mais bonita, impossível.

Bato na porta duas vezes. Ninguém atende. Bato mais duas vezes só que forte e dessa vez se abre, uma garota morena de cabelos lisos e olhos azuis abre, é magra, morena, está vestida uma blusa masculina que não está bem fechada, estampando sua barriga seca e o meio entre seus seios que não são tão grandes. Os cabelos húmidos e a imagem alegre é o o estudo primeiro, está rindo, como se estivesse estado na presença de um comediante, com certeza essa é a noiva dele.

─ Quem é você? ─ A voz é um pouco rouca e até sexy.

A mulher me olha de cima a baixa e seus olhos se abrem com curiosidade. Sorrio. E antes que possa abrir a boca, a voz de Thomas ecoa, ouço seus passos pela escada e quando sua imagem apresenta, não posso deixar de notar que fica sério, rígido e claro, também não posso esquecer de mencionar que o corpo está molhado e só segura uma toalha em volta de seu quadril.

─ Suponho que tenha estragado a festinha do casal. ─ Tento não deixar minha voz escapar como zombaria, no entanto, meu sorriso cínico deleta sarcasmos.

─ Conhece ela? ─ A noivinha olha para o amado, que não tem a capacidade de esconder seu espanto.

─ Mikaela Ferrarini, encantada. ─ A garota me olha com pouco caso, mas sei que reconheceu meu sobrenome.

No local do sorriso que esbanja antes, há uma linha fina.

─ Não se preocupem com minha presença, voltei de Madrid e queria almoçar com meu velho amigo, mas deixe para a próxima vez em que voltar.

─ Já está voltando para Madrid? ─ Thomas sai da magia da medusa e deixa de ser uma pedra com semblante de assombro, agora, parece até um pouco desesperado.

─ Sim. Sabe bem que lá é a minha casa.

─ Claro, havia me esquecido que o lugar onde você é mais solitária você considera de lar. ─ Pisco algumas vezes, julgando que esse sarcasmo foi real ou uma ilusão. ─ foi bom vê-la, Mikaela.

─ Desculpe, Thomas, por não firmar raízes como você, mas entre futilidades da vida e meu próprio nome, sabe que irei preferir meu nome.

─ Não ligo para qual você escolha, além do mais, já estou acostumado a prever que sempre preferira a riqueza do que os sentimentos reais.

─ Adeus, Reis.

─ Tchau, Ferrarini.

Afasto dois passos e a porta se fecha. Aperto o botão do elevador e quando me enfio das quatro paredes de metais, grito de raiva.

Idiota, babaca, retardado. Ele está chateado comigo, por minhas escolhas? Fodas é o dele, agora tentar zombar de mim na frente daquele grilo falante é a mesma coisa de não ter medo da morte.

Minhas mãos tremem e ao olhar para o reflexo do espelho vejo que meu semblante está péssimo. Ódio, aquele idiota é o único que consegue me desarmar, aposto que se fosse o Gui teria dado uma excelente resposta, mas como é com aquele individuo, sou totalmente fraca e isso não deve acontecer novamente. Preciso arranjar uma cura para tirar Thomas de mim ao menos o efeito que ele causa em mim.

Infelizmente uma história escrita em caneta não é possível apagar com a borracha, no entanto, preciso achar um corretivo para que possa arrancar os vestígios da letra do autor. Está na hora de se permitir esquecer, às vezes julgo que Thomas consegue me desarmar, porque deixo, porque insisto em recordar de nós, e talvez eu faça isso porque ele foi o único homem que foi difícil de largar para trás.

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