Eu fugi. Escapei do amor, do fardo que meu sobrenome carregava e empenhe-me em matar meu passado, só que o universo é irônico e gosta de nos pregar peças. Do dia para noite, a mulher forte que construiu o próprio nome longe de casa, amanheceu com os...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A distância que cria entre nós não simboliza desistência, remissão, Thomas nunca desiste, e ele não desistiu de mim, o homem só me deu tempo. Tempo para que eu coloque a cabeça no lugar, espaço para derrubar o muro, para meu coração se curar e voltar a confiar em suas palavras. Ele me deu o presente que muitos não conseguem entender, o tempo para que eu possa pensar em suas palavras e ao mesmo instante, avaliar os prós e contras da relação, tempo para avaliar se vale a pena continuar a tentar.
Retorno para o quarto onde estávamos nos arrumando. Não há mais aquele grupo de mulheres, somente Rebeca e Lupita que conversam baixinho. Fecho a porta atrás de mim e Rebeca estica a mão, pedindo para me aproximar.
─ Depois de todos esses anos, eu fiquei com medo de vocês não estarem ao meu lado. ─ Beca desabafa, com os olhos cheios de lágrimas.
As seco.
─ Fico feliz que apesar dos anos afastadas continuamos unidas e sendo totalmente sincera, não quero mais ficar longe de vocês. Estou me casando e virando mãe ao mesmo tempo, e... estou surtando com toda essa confusão, necessito que estejam ao meu lado. Preciso da Lupita e seu jeito fofo para me acalmar quando as coisas estiverem um turbilhão, e é vital que minha louca preferida esteja aqui ─ Aperta minha mão com força. ─, aliás, quem vai bater no Nathan por mim? Quem vai me dá uma surra de realidade quando eu estiver paranoica, além de criar roupas lindas tanto para mim quanto para o meu bebê? Eu preciso das minhas duas irmãs ao meu lado nessa viagem louca que estou fazendo.
─ E estamos aqui. ─ Digo, passando minha mão por seus ombros desnudos.
─ Sete anos foram o bastante para ficarmos separadas, agora, é aproveitar a vida de mamãe e rir das palhaçadas que nossos filhos vão fazer à medida que crescerem.
Rebeca como é a apaixonada por natureza e tudo o que o mundo possa dar, escolheu se casar ao ar livre. O céu azul-escuro sem nenhuma nuvem para atrapalhar o cenário, cadeiras brancas espalhadas uniformemente pela grama, luzes penduradas no altar rústico enfeitada por rosas-brancas e amarelas. Fotógrafos preparam suas câmeras, registrando os convidados, a decoração, o ambiente e todo o preparo da entrada do noivo.
Esticando um pouco a cabeça para fora da janela, encontrei meus pais e Pietro sentados na terceira fileira, mimando o garotinho vestido de terninho que está apaixonado por Pietro. O que contribui bastante para Pietro se tornar um tio babão.
─ Todos prontos? ─ A organizadora pergunta, organizando em ordem o par de madrinhas e padrinhos.
Abracei Rebeca pela última vez dando mais olhada no vestido que caiu perfeitamente em seu corpo, sem aparentar a barriguinha. Retorno para meu lugar tendo como acompanhante, Thomas.
Entrelaço nossos braços e começamos a andar quando a música inicia. Sorrio, feliz dessa vez, porque não importa como esteja a minha vida, estou feliz por minha amiga está se casando com um homem maravilhoso, estou feliz por ser titia, estou orgulhosa pelo vestido que fiz, e estou satisfeita por viver esse momento. Ao passamos por Théo o bebê reconhece nossa figura e agita no colo de Pietro, meu amigo sussurra o quanto estou linda e meu sorriso aumenta ainda mais.
