Capítulo 37

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─ Não quero conversar com você, Thomas

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─ Não quero conversar com você, Thomas. ─ Alertar.

─ Mikae...

─ Saía.

─ Eu não vou sair até conversarmos. ─ Oponho-me severamente ao pedido dela.

Sento-me ao lado dela, analisando as roupinhas que ela comprou, os dedos dela alisam os tecidos e seus olhos estão tão fixos aos movimentos que acredito que o seu foco está em seus pensamentos atordoados e não aqui de fato.

─ Amor, o que aconteceu?

─ Sua ex-namorada ou ficante me ajudou somente para se aproximar de você, isso não é motivo suficiente para eu não querer conversar? Não estou dizendo que é culpa sua, mas eu odiava ser usada como mecanismo para as pessoas se aproximarem do meu pai, e acredite, não vou ser um caminho para suas putinhas chegarem até você. ─ Ela solta o ar e esparrama o corpo pelo colchão. ─ Some daqui, Thomas, por favor.

─ É só isso que está te incomodando?

─ Saber que você é um idiota que bebe e fica com qualquer também colaborou, porque me fez duvidar se no dia do meu aniversário passamos a noite juntos porque ambos sentíamos saudade um do outro, ou só porque você estava bêbado e eu triste ─ sorrir, passa a mão pelos olhos que estão húmidos. ─ Vai embora, Thomas, por favor. ─ Praticamente suplica.

Seu coração está tão ferido, machucado e isso acaba comigo. Se eu pudesse mudar meu passado, se eu soubesse, se um "eu" do futuro voltasse e dissesse que hoje, Mikaela estaria esperando um filho meu, eu juro que não colocaria uma gota de álcool na boca somente para evitar todos os transtornos que Mikaela me acusa.

Levanto-me, afasto alguns passos, mas não consigo, meu corpo não obedece a meus comandos, ele não quer se mover, andar, se despedir. Dar as costas significa desistir, e eu não desisto, nunca.

─ Espero que saiba, que não importa quantas mulheres levei para cama, quantas eu beijei, com quantas me relacionei, não importa o começo, amor, o que importa é o fim, e esse eu quero terminar com você. ─ Atravesso o quarto, posiciono-me ao lado dela, certificando que seus olhos encarem meus olhos, minha imagem e em tudo em mim que reflete a verdade que desliza por meus lábios, preciso que ela saiba que não são palavras vãs, são apenas verdades. ─ No dia do seu aniversário eu mal conseguir beber, porque se eu colocasse uma gota de álcool em minha boca tinha medo de perder a imagem do seu sorriso, do seu abraço, da sua festa, eu não bebi porque não suportaria viver aquela festa no piloto automático, eu queria gravar tudo, somente para quando voltar para casa tivesse a lembrança e a segurança de você estar bem e feliz... ─ Acaricio a lateral do seu rostinho, que empenha-se em fugir do meu toque. ─ quando começou a me beijar naquela noite eu retribuir, eu te amei, eu te fiz minha naquela noite, porque nenhuma das mulheres que fui para cama conseguia me hipnotizar, me enlouquecer como você consegue. Nenhuma delas conseguia preencher o vazio em mim.

─ Está dizendo que sou um tapa buraco? ─ Se senta, colocando as pernas para fora na cama, levantando-se e conectando seus olhos aos meus. Sorrio por sua determinação em inverter minhas palavras.

─ Não. Elas foram o tapa buraco, você... você é o pedaço perfeito que falta em minha vida. ─ Apoio minha mão em seu pescoço e o corpo dela treme, arrepia, percebo seu punho se fechar, ela se segura de mais para não desmanchar com minhas caricias. Encosto minha testa na sua, seus olhos fecham, os lábios comprimem-se e eu, subo minha mão por seu cabelo, acariciando cada fio que passa entre meus dedos, absorvendo o perfume que exala de seu corpo e aproveitando os minutos em nenhuma palavra ronda seus belos lábios. ─ Você, Mikaela Ferrarini, é a peça que falta em minha vida, você é a mulher que quero ter ao meu lado, não importante o quão confusa você seja, eu te quero, eu te quero mais do que tudo, e se eu pensei em desistir de você? Sim. Passei anos, afundado o amor que sinto por você em mulheres vazias e interesseiras, mas nenhuma delas foi capaz de substitui-la ou de arranca-la do meu coração. Mika, não tem ideia de quantas vezes olhei para o céu e pedi para o universo me libertar das lembranças de nós dois fazendo amor, das nossas conversas, da nossa história e da paixão louca que sinto por ti, e um dia acordei acreditando mesmo ser possível viver sem você, e sabe o que aconteceu? ─ A cada vez que falo, nossos lábios encostam-se e estou me segurando para não beija-la, mesmo cada parte minha apenas gritando para afogar todas as palavras e sentimentos que giram dentro do furacão do meu ser, continuo firme, fazendo-a ouvir tudo. ─ Aconteceu que o universo me mandou o convite do seu aniversário, que nos trouxe o nosso bebê, o nosso menino, o nosso Théo... o universo me deu um tapa na cara, pois eu não devia suplicar para ele tirar você de mim, eu deveria ter pedido uma oportunidade para um recomeço, e mesmo não pedindo, ele o fez. Não é somente o amor que nos une, seremos ligados eternamente por nosso filho, amor.

─ Th

─ Shhh. ─ Faço com que ela se cale.

A beijo, sentindo o gosto de seu batom, o calor de seus lábios e gosto de doce vindo de sua língua que chupa a minha. Disperso meus pensamentos, focando meus sentidos a cada parte que todo de seu corpo.

Vagarosamente seus lábios vão deixando os meus. As mãos delas deslizam pelo meu pescoço e percorrem até meu peito, ela sente meus batimentos, comprovando que a qualquer momento meu coração saíra de meu peito em busca de toca-la.

─ Eu te amo, Thomas.

Pisco tantas vezes que juro que estou dormindo, mas quando noto as bochechas ficarem rosas e seus olhar fugindo do meu, sei que estou acordado. A frase foi verdadeira, ela admitiu.

Sorrio, abro o maior sorriso que minha boca pode suportar.

Ajoelho-me no chão e tiro a aliança que carrego no dedo desde minha adolescência, é um anel da sorte, ele possui um T, o tiro do dedo e seguro em direção a Mikaela, que balança a cabeça, não acreditando mesmo que estou fazendo isso.

─ Depois desse eu te amo, o mais justo é um pedido de casamento, mas te conheço e sei que acha casamento precipitado, por isso, senhorita Ferrarini, aceitar ser minha namorada, começar devagar até estar pronta para ser Minha esposa?

─ Thomas.

Levanto-me o mais rápido para contesta-la com mais um beijo, deixando que qualquer palavra negativa dela derreta-se ao sentir meu carinho, meu amor, essa louca paixão que está há tantos anos sobrevivendo a base de lembranças.

─ Não quero ouvir meu nome, ou nenhuma desculpa que vai quebrar meu coração em mais pedaços, eu necessito de uma resposta. ─ Murmuro contra seus lábios. ─ Diga, seja sincera uma vez na vida sobre o que você sente em relação a mim, mande o medo do futuro se foder e viva o presente que o universo nos presenteia.

As mãos dela deslizam por minha nuca, seus dedos passeiam pela lateral do meu rosto e seus dourados olhos brilham mais que o sol, ela sorrir e a afasta um passo para trás. Toma o anel de meus dedos e o encara, analisando ouro verdadeiro em suas mãos e lendo a inscrição: Todos os sonhos podem virar realidade, só basta dar o primeiro passo.

─ Caso chegamos a nos casar eu quero um anel melhor do que esse. ─ Alerta, com a voz soando com brincadeira.

Não consigo controlar a emoção. A agarro pela cintura e tiro seus pés do chão e a rodo pelo quarto, mas tenho que solta-la quando me lembro que posso machucar o bebê. O deixo no chão e ela me beija mais uma vez, mas não deixo que o beijo demore, a afasto e pego o anel que ela ainda não colocou em seu dedo. Ajoelho-me e reparo que revira os olhos.

─ Ajoelhado?

─ Shh. Foi assim que eu planejei te pedir em namoro, então me deixe seguir me plano. ─ Ela cai na gargalhada.

Coloco o anel em seu dedo e antes de levantar, beijo a barriga dela, desejando que o Théo esteja sentindo está animação que circula por mim e pela mulher que o carrega.

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