Capítulo 27

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Aproveito a saída de Thomas para aprontar uma bolsa com meus pertences básicos

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Aproveito a saída de Thomas para aprontar uma bolsa com meus pertences básicos.

Minha mãe teve medo por meu estado de nervos e me acompanhou, durante todo o voo ela tentou puxar papo, conversando sobre quando eu era criança, sobre moda, sobre meu bebê, são tantos assuntos que ela empenha para estimular, e eu não esforcei nenhum um pouco para flui-los.

Não consigo pensar em outra coisa a não ser meus negócios, como ficará as vendas das minhas boutiques depois dessa calunia sobre mim, não tenho cabeça para falar de infância, comida ou qualquer coisas aleatória que o mundo tenha a oferecer e sei que posso estar a ferindo com meu desinteresse, no entanto, ela terá que me entender que não estou bem, não consigo sorrir, há balas sendo atiradas contra meu peito, milhões de pensamentos negativos navegam por minha mente, imaginando meu filho indo para a escola e crianças o chamando de bastardo, ou as mães evitando que seus filhos andem com o meu por acreditarem que sou uma amante interesseira... são tantos futuros horripilantes que minha mente cria que tenho que tomar remédios para abaixar minha pressão e curar minha dor de cabeça.

Dez horas. Dez horas trancafiada dentro de um avião, dez horas que não durmo, dez horas que mordo os lábios sentindo gosto de sangue surgir em minha boca, dez horas mentalizando palavras, frases que não destrua minha carreira e me salve perante os jornalistas que enfrentarei.

Pietro contratou dez seguranças para me escoltar. Os homens são obrigados a fazer um círculo para afastar os fotógrafos e os jornalistas que atiram-se contra eles, gritos exigindo respostas ou confirmações, palavras como amante, bastardo ou questionamentos sobre quem é o pai são jogadas contra mim como pedras, e não as respondo, pois qualquer coisa que sai da minha boca pode me comprometer do modo mais negativo possível.

Sigo, de cabeça erguida e desviando meus olhos das câmeras e de qualquer pergunta que é atirada sobre mim.

O que achamos que já havia acabado só estava começando, a multidão localizada no aeroporto não foi nada comparada aos loucos parados a frente do edifício onde moro, mulheres segurando placas estampada minha foto e a palavra "vadia", encontro algumas roupas minhas sendo queimadas e tenho que segurar o choro, pois meu coração ameaça desabar ao ver meu trabalho ser tratado com tanto descaso, e tudo por uma mentira.

Prendo o ar. Os seguranças saem do carro, no entanto, a multidão movem-se contra eles e os indivíduos somente afastam quando um deles saca sua arma e ameaça atirar, logo em seguida vejo Pietro surgir e com ele sete policiais armados, todos fazem barreiras para que eu consiga passar e mesmo protegida, recebo revistas e alimentos podres que algumas pessoas tem a audácia de arremessar por cima da barreira.

Em segurança, Pietro me engloba em seu abraço de urso, dizendo que tudo vai dar certo e tenho que prender o choro para não desabar em sua frente. Odeio chorar, choro significa fraqueza e neste momento não posso ser e nem demostrar fraqueza.

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