Positivo

Capítulo 32

Meus olhos finalmente cedem ao sono e ao cansaço acumulado, cada parte do meu corpo se permite aproveitar a cama macia e o calor humano que aconchega em mim, e quando acordo, sorrio por meus pensamentos não desperdiçarem tempo recordando da noite anterior, fico feliz por meus pensamentos deixarem-se contagiar pelo amor, carinho e o sexo que de horas atrás.

Arrepio. Os lábios úmidos beijam minha nuca, as mãos de Thomas jogam meu cabelo de lado e beija mais uma vez minha nuca, descendo um pouco até o meio das minhas costas, e suas mãos... ah! suas mãos deleitam-se sobre minha pele, deslizando pelas costas, trilhando por minha bunda, apertando um pouco minha cintura e regressando para nuca. Seus dedos desenham sobre as letras estampadas sobre minha pele e tenho que me conter, para não dizer nada, pois quero que ele diga. Quero ouvi-lo relembrar do passado, quero ouvir sua voz grossa ler a frase escrita, que num momento de amor e um pouco... ok, muito louco, dediquei a ele.

─ Achei que havia retirando-a. ─ Comenta, beijando outra vez minha nuca.

─ Não tive coragem.

Mesmo não encarando em sua face, sei que há um sorriso estampado em seus lábios e isto aquece meu coração.

─ Eu pirei quando a vi pela primeira vez. ─ Divide seus pensamentos comigo. ─ Mas foi o melhor presente de aniversário que você me deu, eu usei essa frase como uma promessa, e graças a ela, não desistir de você e lutei por você até aquele dia que te levei ao aeroporto. ─ Dessa vez não consigo decifrar seu tom de voz. Tristeza, dor, amor, esperança, é uma mistura que não consigo identificar pelo tom de voz, por isso, viro-me, encarando seus olhos, que certificam um brilho e seus lábios entre abertos, mas curvados para cima.

─ Não importa a onde eu esteja, sempre serei sua. ─ Recito a frase que tatuei no corpo, e os lábios dele abre-se ainda mais.

Os lábios dele envolvem os meus, beijando-me com amor, um pouco de dor, no entanto, com expectativa.

─ Quando você foi embora, eu e o Nathan fomos numa balada, ele me deixou sozinho, aliás, não tinha nem como ele ficar, o avô dele havia morrido e o certo era ele ir, porém, ele não havia me avisado, então eu fiquei até altas horas bebendo, acreditando que meu amigo estaria ali para me impedir de fazer bobagens ─ Ele balança a cabeça e rir, como se estivesse vivendo aquele momento. ─ bebi de mais e lembrei-me da sua tatuagem e fui fazer uma também. ─ arrega-lo os olhos. Thomas odeia tatuagens, diz serem desnecessárias e perda de dinheiro, então meio que fico impressionada e feliz por ele ter feito uma idiotice se que tanto abomina.

Thomas senta e contrai os bíceps e meu queixo vai ao chão. Não sei se rio ou subo em cima do colo dele para beija-lo por sua coragem.

─ Não importa quantos nãos você diga, eu sempre vou te amar. ─ Leio a frase em voz alta. As letras são delicadas e a tatuagem em si, é pequena, no entanto, é notável a qualquer um que esteja próximo, a única coisa que me passa pela cabeça é o porquê dele continuar com esta tatuagem, poderia muito bem tê-la tirado, mas ele preferiu deixa-la.

─ O que suas namoradas disseram ao ler isso. ─ Subo em seu colo, passando a mão pelo musculo que esbanja as letras mais perfeitas.

─ Nunca as respondia, o significado por trás dela não é para ser divulgado, mas sim cumprido. ─ Ele abaixa os braços e passa as mãos por meus quadris. ─ E você, o que os seus namorados disseram?

Retraio-me um pouco. Estes sete anos afastadas, me relacionei sexualmente somente com Guilherme e depois de nosso término, estava decidida de fechar meu coração por mais algum tempo, só que não esperava que meu velho amor bateria a minha porta novamente.

─ Gui sabia que eu havia feito esta tatuagem para outro homem, mas nunca se mostrou incomodado. Bom, além dele e você, ninguém mais tocou-me tão particularmente.

A mão de Thomas paira sobre meu queixo, fazendo com que nossos olhos conectam-se.

─ Depois de mim, você só esteve com o Guilherme?

─ Sim.

A mão dele escorrega por meu pescoço e seus lábios espalham-se por minha clavícula.

─ Por que é tão difícil admitir que me ama, amor? ─ Sua voz é baixa o suficiente para que eu possa fingir não ouvir. ─ O que te prende a expressar o que sente? ─ Insiste.

─ Eu não sei.

─ Eu não vou desistir de você, Mikaela, quero que saiba que eu a amo mais do que tudo, por você eu sou capaz de dar minha vida, eu sou capaz de tudo por você, e você não sabe o quanto me machuca não a ouvir dizer o mesmo. ─ Abaixo o rosto. ─ Mas está tudo bem, vou esperar, mas até lá, eu lhe peço uma só coisa.

Com os dedos ele ergue meu queixo, forçando-me prestar atenção na calmaria de sua face.

─ Me permita mostrar que mesmo loucos somos capazes de sermos felizes juntos. Que não é só briga, que não são só nossos defeitos ou o sexo que nos conectam, eu amo seu corpo, mas não me conforto mais só com isso... eu a quero por completo, isso inclui seus ataques, suas crises, seus choros, seus sorrisos, suas piadas e seu modo incrível de ser original, eu te quero por completo. ─ O rosto dele afunda em meu pescoço, sentindo seu hálito quente tocar minha pele e sua respiração bater contra meu ouvido. ─ Deixe revelar aos seus olhos cegos que os paradoxos podem viver um feliz para sempre.

─ Acredita que podemos ser felizes para sempre? ─ Pergunto, rindo de nervoso.

─ Estar ao seu lado cada segundo, este é o meu feliz para sempre. O sempre não é eterno, amor, ele é um minuto, segundos, ou talvez anos, mas o que faz dele infinito é a graça de tê-la, dividir cada respirar com você.

─ Thomas, não acha isso egoísta? Não demos certo antes, porque vamos iludir a nós ou a nosso filho? Isso só causará mais dor.

─ Amor ─ junta nossos rostos. ─ esse bebê terá uma família unida, com pais que o amam e que são casados, guarde estas palavras, Mikaela, você carregará uma aliança com meu nome escrita nela, e mesmo que você me negue essa oportunidade agora, saiba que eu vou lutar até seu coração enxergar que eu e você somos feitos um para o outro. E a prova disso está escrito em seu corpo. Não importa onde você esteja, sempre será minha.