Eu fugi. Escapei do amor, do fardo que meu sobrenome carregava e empenhe-me em matar meu passado, só que o universo é irônico e gosta de nos pregar peças. Do dia para noite, a mulher forte que construiu o próprio nome longe de casa, amanheceu com os...
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─ Oi, Beca. ─ Meu coração relaxa ao ouvir a voz dela.
─ Oi, amiga. O Thomas ligou para o Nathan e disse da confusão que aconteceu, você está bem?
─ Bom, minha mão está doendo e estou com um roxo horrível no rosto, tirando esses fatos, estou bem. ─ Uma pausa. ─ Ah, amiga, você não faz ideia de como minha noite estava sendo perfeita até a esposa de Thomas chegar. ─ Rebeca me encara com raiva e eu apenas movimento os ombros num sutil pedido de desculpas, ela revira os olhos.
─ Agora fiquei curiosa, qual foi o motivo de tanta perfeição?
─ Reencontrei um velho paquera do passado. Tipo, ele era e continua incrível. ─ Uma pausa. Um suspirar apaixonada ecoa até meus ouvidos. ─ O nome dele é Stevan Silva, ele é médico do hospital onde estou fazendo meu pré-natal.
─ Pergunta ela se eles estão namorando, entrando num relacionamento sério. ─ Peço sussurrando.
─ Pelo que jeito como está falando sobre ele, posso imaginar que está gostando do rapaz, é isso?
─ Sim. Beca, imagine um homem carinho ─ eu. ─ romântico ─ eu aqui. ─ que fala das maneiras mais lindas, que usa as palavras para te surpreender e te deixar sem argumentos para usar contra ele. Esse é o Stevan. Você consegue acreditar que ele não se importou com a minha gravidez e ainda disse que se estivermos firmes, ele não importaria de me ajudar a criar o meu bebê? ─ Respiro fundo e com muita dificuldade. A raiva consome o meu corpo e aquele desejo de bater naquele merda só aumenta.
Como assim ele quer criar meu filho? Ele ainda não se tocou que eu acabei com aquela bosta de noivado porque eu quero ficar ao lado do meu bebê, porque eu estou disposto a batalhar por Mikaela? Não importa o que eu faça, o que venha contra mim, não será um idiota que acabou de chegar no jogo que vai me fazer recuar.
Atravesso a sala e pego o telefone da mão de Rebeca, tiro do viva-voz.
─ Então está apaixonada? ─ Questiono com a voz contento a raiva.
Mikaela solta uma risada de escárnio.
─ Eu sabia que você não ia me deixar em paz. Sério, acordar Rebeca e Nathan somente para ter conhecimento sobre minha vida amorosa?
─ Não me importo com sua vida amorosa, Mikaela, mas estou zelando para segurança do bebê.
─ Meu bebê, Thomas, ele é só meu. ─ Ela me corrige e sei que caso eu continue insista a usar um pronome possesivo, vamos passar a noite inteira assim, até que ela me mande ir à merda e desligue a ligação. ─ E se está preocupado por mim deite com qualquer um, fique tranquilo quanto a isso, pois a idiotice de dormir com um canalha, eu só cometi uma vez na vida. ─ Ataca, furiosa.
─ Uma vez? Então, com certeza não foi comigo porque fomos para cama muito mais do que uma vez, a não ser que tenha esquecido do colégio, dos dias em que fugíamos para o meu apartamento para passarmos as tardes inteiras na cama, ou nas madrugadas que você saía escondida de casa somente para dormir ao meu lado, se lembra?
─ Thomas, me faz um favor? Vá à merda! ─ Grita e logo em seguida a ligação fica muda.
Ela desligou.
─ Vocês ficavam na época do colégio? ─ Nathan pergunta, me encarando com as sobrancelhas juntas e com um olhar condenador, como se eu esconder que eu e Mikaela se pega desde os 15 anos fosse uma traição.
─ E você acha que eu me apaixonei pela Mikaela do dia para noite? Não mesmo, além da amizade entre nossos pais que nos uniu, digamos que com muito tempo junto fez com que experimentarmos os gloriosos dias de puberdade. ─ Entrego o celular a Rebeca que também me lança olhares condenadores.
─ Preciso da ajuda de vocês para saber tudo sobre esse Stevan Silva. ─ Peço. Rebeca começa digitar no celular e segundo depois ela aproxima o telefone da orelha e começa a dialogar com uma mulher chamada Bruna. Eu e Nathan apenas ficamos ali, parados, dividindo nossa atenção na conversa e na imagem um do outro.
─ Bruna não conhece ninguém da alta sociedade chamado Stevan Silva, mas ela disse que vai procurar e amanhã irá nos dar uma resposta. ─ Rebeca avisa, desligando o celular. ─ Olha aqui, Thomas, eu gosto muito de você, da nossa amizade, você até será nosso padrinho e já faz parte da família, mas dá próxima vez que aparecer na madrugada na minha porta, eu espero que seja porque você e Mikaela estão juntos e estão loucos para anunciarem o relacionamento aos amigos, ao contrário disso, guarde seus problemas com Mikaela para o dia seguinte, ok?
─ Desculpa, eu achei que poderia contar com meus amigos.
─ Você pode contar comigo para muitas coisas, mas nunca mais vou trair a amizade de Mikaela, ouviu bem? Tudo bem, você diz que ama e eu quero que vocês fiquem juntos, a história de vocês está sobrevivendo há anos, mas se ela te disser para ficar longe dela, faça isso. Ela não merece ser esbofeteada, não merece ter que ficar gritando e explodindo cada vez que você abrir a boca, e se esse cara não tiver nenhum problema, eu o apoiarei, porque minha amiga merece ser feliz
