Capitulo 60

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Existem duas maneiras de ser forte na vida: a primeira, não se apaixonar, o amor te enfraquece

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Existem duas maneiras de ser forte na vida: a primeira, não se apaixonar, o amor te enfraquece. A segunda, é saber a hora de parar. E acho que chegou essa hora para mim. Essa situação com Thomas me trouxe velhos demônios, e não gostei de reencontrá-los. A morte é uma assombração, ela gosta de mim e isso é terrível, pois pessoas ao meu redor viram brinquedinhos nas mãos dela. Pois é, Thomas não é o primeiro a tentar matar alguém por mim. E acredite, é horrível saber que corre sangue nas mãos de alguém por sua causa.

Traço os corredores com olhares fixos em meu objetivo, não devolvo os olhares aqueles que me comem. Uso uma calça coloca nos quadris, mas folgadas nos tornozelos, sapato de salto corrigindo minha postura e aumentando minha bunda, meus seios acentuados num decote comportado. Quando a enfermeira me encara, encontro a inveja em seus olhos, desconsidero, a procura do meu objetivo. Minto, dizendo ser a namorada de Stevan, ganhando permissão para vê-lo.

Deixo minha bolsa numa cadeira ao lado da cama de Stevan. O médico não mentiu quando conversamos hoje de manhã, Stevan está péssimo. Sua face está quase irreconhecível, seus olhos inchados, seu nariz escondido por trás do curativo e ela não veste uma camisola do hospital, está com um short e com o peito nu, mostrando os roxos espalhados por toda a região. Enquanto caminhava até aqui, torcia para ser tudo mentira, não queria acreditar que Thomas seria capaz de tudo isso, porém, diante dessa imagem, tenho medo do que o Thomas é capaz de fazer por minha causa.

Acomodo uma parte da minha coxa na cama, aliso com as costas do dedo indicador o rosto enfermo. As pálpebras se mexem, abrem e fecham algumas vezes até que os lábios machucados consigam se mover para dizer meu nome.

Sorrio.

─ Não sabe o quanto me entristeço por vê-lo dessa maneira. ─ Pego em sua mão, a repousando em minha coxa e dando um pouco de carinho. Examinando bem, encontro leves arranhados em seus dedos e áreas roxeadas. Thomas disse que ele não tentou se defender, só que não faz sentido Stevan carregar essas lesões na mão se não as usou para revidar.

─ Como soube da minha internação?

─ Te liguei hoje de manhã para convida-lo para almoçar comigo, uma enfermeira atendeu e contou o que aconteceu. ─ Deixo alguns segundos de silêncio, usando cada tique-taque do relógio para observar as expressões do homem deitado diante de mim. Nada conclusivo. ─ Quem te machucou assim? E por qual razão te deixaram largado no meio da rua?

Uma parte da sua boca ergue, ele encara nossas mãos entrelaçadas.

─ Talvez eu tenha merecido apanhar.

─ O quê? Por quê! Não, ninguém merece ficar do jeito que você está.

─ Seu namorado não pensa assim.

Respiro fundo e abaixo a cabeça envergonhada.

─ Eu sinto muito por isso. Pedi para o Thomas não intrometer, ele não me ouviu. ─ Levanto-me, aproximo da janela, encarando a vista de uma praça, vejo crianças brincando, pessoas sentadas na grama conversando e meus olhos podem até parecer estarem longes, só que estão alertas. Ouvindo e meditando quais são as expressões que iram me parecer uma mulher frágil, carente e magoada.

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