Eu fugi. Escapei do amor, do fardo que meu sobrenome carregava e empenhe-me em matar meu passado, só que o universo é irônico e gosta de nos pregar peças. Do dia para noite, a mulher forte que construiu o próprio nome longe de casa, amanheceu com os...
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Eu estou sentindo que meu coração vai saltar do meu peito de tanta inquietação.
Minhas mãos estão tão soadas, minhas pernas estão tremendo de alegria e meus lábios não conseguem fechar, só sorrio, porque não há lugar para tristeza aqui. Não hoje, não agora, que estou prestes a descobrir como vai se chamar o segundo amor da minha vida.
Mikaela completou seus quatros meses e isso significa que hoje, agora, nesse exato momento vamos descobrir se será o nosso Théo ou a nossa Ella a entrar em nossas vidas, estou tão nervoso que mesmo não conseguindo identificar o sexo do bebê, só de vê-lo aparecer na tela, o batimento do seu coração faz meus olhos lagrimejarem.
─ Como está sendo a gestação, Mikaela? ─ O doutor pergunta, ainda passando o aparelho pela barriga de Mika, que não consegue fazer nada a não ser olhar para tela.
─ Tranquila.
─ E você, papai?
─ Na medida do possível, tranquila, mas é complicado lidar com as mudanças de humor. ─ Mikaela me encara com os lábios meio abertos.
─ Está dizendo que sou bipolar, Thomas Reis?
─ E tem alguma preferência? ─ O médico intervém, fazendo Mikaela a esquecer-se de mim e da minha resposta.
─ Combinamos que não temos nenhum tipo de referência.
─ Fale por você. Eu amaria ter um menino, doutor. ─ a encaro, incrédulo ─ Foi você quem disse que sou bipolar, só estou exercendo este papel.
─ Então eu digo aos dois, meus parabéns ─ ele aponta o dedo numa região da tela. ─ Este é o seu menino.
─ É um menino? ─ Pergunto, sentindo meu coração explodir em meu peito, meus pulmões dançarem, batendo contra minhas costelas fazendo com que dentro de mim aja uma festa, uma comemoração por descobrir que vou ser pai de um menino.
─ Sim. ─ Confirma.
─ É um menino! É um menino, meu amor! ─ Berro, beijando a cabeça de Mikaela, seus olhos estão cheios de lágrimas e até eu mesmo deixo que a felicidade transborde por meus olhos, estou feliz, meu coração está quente e... consigo imaginar em minha mente o nosso Théo.
Limpo a barriga de Mikaela enquanto o doutor diz algumas orientações que ela deve seguir, no entanto, estou distraído de mais, imaginando quando Théo vai começar a chutar, em que momento poderei pegar meu bebê no colo, são tantos pensamentos que passam por minha mente, que só retorno a realidade quando o Médico, entrega o ultrassom em nossas mãos.
Ajudo Mikaela a descer da cadeira e assim que abrimos a porta para passar, vemos nossos amigos e nossos pais, Lupita, Rebeca e a mãe de Mikaela vestem vestidos rosas e sacodem pompons à medida que fazemos um suspense para deixa-lo ainda mais curiosos.
