Capítulo 70

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Cheguei à metade do diário e minha cabeça consegue mentalizar as cenas de cada morte, Emanuel chegou a matar uma criança, ele a estrangulou até a morte, o que me fez arrepiar por lembrar que o deixei perto do meu filho

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Cheguei à metade do diário e minha cabeça consegue mentalizar as cenas de cada morte, Emanuel chegou a matar uma criança, ele a estrangulou até a morte, o que me fez arrepiar por lembrar que o deixei perto do meu filho. E se matou um crianças que nem ao menos conhecia dessa maneira, imagino o que pode acontecer com Théo.

Meu celular vibra sobre a mesa, tiro as luvas e deslizo o dedo pela tela, identificando o nome do traste.

Stevan: Oi.

Stevan: Está tudo bem? Senti sua falta hoje.

Respiro fundo, inventando uma mentira boa o suficiente para não o deixar desconfiado.

Eu: Desculpa, tive um dia super corrido, mas vou ir vê-lo à tarde. Não faz ideia de como minha cabeça está a mil, preciso de um ombro amigo para desabafar.

Stevan: Meu ombro está a sua disposição.

Com certeza está, aposto que seu pau também deve estar louco para enfiar dentro de mim, canalha!

Guardo o diário dentro de um pequeno saco que Sebastian deixou. Escolho uma calça e uma camiseta qualquer das quais eu trouxe em minha mala, me troco e desço para me despedir de Théo e da minha mãe. Entro dentro do quarto e pego meu celular, mando mensagem para Pietro, o pedindo para me encontrar numa cafeteria ao lado do café.

Pietro: Vou demorar um pouco, porque a senhora bonitinha da Catarina está fazendo hora para escolher uma roupa, assim que estiver próximo da cafeteria te ligo para avisar.

Guardo o celular no bolso e ligo o carro.

As portas metálicas fecham, vejo os números aparecerem no painel do elevador. Respiro fundo, controlando meu corpo que exibe meu medo, minha agonia e o desespero de estar aqui, novamente. As portas se abrem só que não é o meu andar, um enfermeiro negro com longos braços musculosos adentra, puxando um carrinho.

─ Ferrarini? ─ Encaro o desconhecido.

─ Sou amigo do Sebastian, ele pediu para dizer que há pessoas espionando a câmera conectada no quarto do suspeito. ─ Assinto.

Um olhar solidário é mandado em minha direção. O homem sai na minha frente, o vejo se posicionar ao quarto ao lado do que eu vou entrar. Abro a porta e o canalha está assistindo Tv, ele sorrir e ergue o corpo, sentando-se para me receber.

─ Oi. ─ Diz.

Balanço a cabeça e jogo-me agressivamente na poltrona ao lado da cama, esfrego o rosto fingindo estar cansada e triste.

─ Desculpa por não vir antes, estou cheia de trabalho.

─ Está precisado relaxar. ─ Poderia, se você não estivesse planejando me matar.

─ Me diga como eu faço isso? Sou mãe solteira com várias lojas para administrar, contratos para avaliar, planos de publicidade que preciso traçar, e claro, não posso esquecer de acrescentar que vir todos os dias visitar o amigo no hospital não é nenhum pouco divertido.

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