Capítulo 20

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Bato duas vezes na porta

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Bato duas vezes na porta. Fico encostado na parede para que Mikaela não consiga capitar meu semblante através do olho mágico. Ouço barulhos vindo do apartamento, ela resmunga algo, mas o som é baixo e não sou capaz de capitar cada letra reproduzida.

A porta se abre, Mikaela está um pouco pálida e abatida, seu pescoço carrega horríveis unhadas e sua face esquerda está com uma marca roxa, seus olhos não pairam em mim, estão fechados, uma de suas mãos pressiona a barriga e a outra a boca.

Ela vomita no meu pé.

─ Desculpa. ─ Fala, limpando a boca na manga da enorme camisa que eu deduzo que é seu pijama.

Os seus olhos dourados repousam em mim, arregalam-se e suas mãos dirigem até porta, agarrando a maçaneta e tentando fecha-la na minha cara. Empurro a porta com as duas mãos, criando um vácuo para que eu possa entrar, Mikaela empurra de um lado e eu do outro.

─ Você não conhece a expressão não quero te ver? ─ Indaga, fazendo careta enquanto mede força comigo.

─ Não. ─ Respondo, conseguindo jogar boa parte do meu corpo para dentro do apartamento, sinto um tapa em minha nuca e um chute na barriga me atingir com fúria.

Gemer é a única coisa que faço antes de abrir os olhos vendo a Mikaela revirar os olhos.

─ Vai embora! ─ Grita. Me dando chutes.

Arremesso o restante das minhas pernas para dentro. Caio de cara no chão, sentindo meus tornozelos molharem. Sujei minha roupa no vômito. Me sento no chão e tiro os sapatos que deslizaram no líquido no chão.

─ Por que está vomitando? ─ Questiono, olhando para o chão e minha calça, enquanto Mikaela dispara em direção ao que eu julgo que seja o banheiro. Ouço ela vomitar novamente.

Me ergo do chão e sigo onde a vi entrar. Ela está sentada no chão, com as mãos na cabeça e olhando o teto.

─ Enjoo matinal. ─ Comenta.

─ Você fica assim todo dia?

─ Nem todos, alguns dias são menos piores que outros. ─ Ela traz os joelhos para pertos dos seios e esconde a cabeça entre a perna. ─ Vai embora, não estou num bom dia para brigarmos. ─ Anuncia com voz baixinha e desanimada.

─ Quem disse que vim brigar? ─ A resposta que eu recebo é o silêncio.

Acomodo ao lado dela. A encaro, mas é como se eu fosse invisível. O seu respirar abafado é o único sinal de que ela está ali, além disso, não possuo sua atenção, não tenho nada para usar de garantia que ela está me ouvindo.

Toco sua coxa exposta. Ela as abaixa e seu rosto é direcionado a mim com uma certa desaprovação.

─ Thomas, não estou legal, ok? Minha barriga está parecendo uma montanha-russa e o fedor de vómito que está emanando de você, provoca subidas e decidas que vão geral mais vômitos escapando por minha boca. Sério, vai embora. ─ Pede, apontando para a porta.

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