Capítulo 16

191 19 54
                                    

─ Você está louca? ─ Urro, com ódio escorrendo pela boca

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

─ Você está louca? ─ Urro, com ódio escorrendo pela boca.

─ Loca, eu? ─ Aponta a mão para si e rir sem sentir vontade. ─ Eu sou louca por vir tirar satisfações com a amante do meu noivo, para confirmar se ela está grávida, eu sou a louca na história?

Passo as mãos pelos cabelos e dou alguns passos, afastando de Paloma. Quero gritar, berrar, dizer o quanto ela é estúpida. Meu sangue está fervendo dentro de mim, meu rosto está queimando, mas o pior de tudo, é a angústia por não saber se Mikaela está bem.

─ Eu não acredito que você foi capaz de me trair. ─ Paloma fala, inconsolada.

─ Estávamos passando por uma fase difícil.

─ Essa é sua justificativa? Estávamos passando por uma fase difícil. Então seria assim quando nos casássemos, depois de uma briga você procuraria a Mikaela e seu filho para fugir da nossa fase difícil? ─ Interroga, ficando de cara a cara comigo, cuspindo ódio em minha cara.

─ Eu não me casaria com você. ─ Confesso, sentindo-me envergonhado. ─ Não seria capaz de me casar com você e esquecer que vou ter um filho, não conseguiria enganar você.

─ Você não conseguiria me enganar, ou você não suportaria a ideia de até que a morte os separe te impedir de ficar ao lado da sua amante! ─ Ela berra, enfatizando o amante. Respiro fundo, não sou covarde e jamais tocarei numa mulher, no entanto, odeio estarmos aqui, fazendo uma cena na porta do apartamento de Mikaela, e o pior, Paloma gritando para todos que tem curiosidade em ouvir o quanto Mikaela não vale nada.

─ Não vai dizer nada? Se defender, me pedir desculpas?

─ Não. ─ Falo com sinceridade. Os olhos da garota ficam vermelhos e vejo ela ergue as mãos para apertar meu pescoço. Prendo as mãos dela, lutando para conter sua irá contra mim.

─ Você é um canalha! ─ Berra, enquanto ainda tenta me machucar.

─ Eu sou um canalha? Te enganei? Te usei? Não, eu não sou um canalha! ─ Desprendo as mãos dela e afasto alguns passos. Não queria dizer, mas não posso deixar Paloma me retratar como o pior homem do mundo, me deixando como o diabo e ela o anjo, pois é, Paloma está muito longe de ser um anjo. ─ Eu dormir com Mikaela e não me arrependo porque somente com ela consegui alcançar algo que você não permite: a paz. Você é toxica, Paloma, você me sufoca e o pior de tudo, você é falsa. ─ Rebato, deixando escapar tudo que engoli calado todo esse tempo.

─ Quando fiquei com Mikaela, tínhamos terminado, porque eu não aguentava mais nossas brigas, não aguentava mais você falando sobre dinheiro, como seus pais precisavam pagar as contas, como sua vida é uma droga por ser pobre, isso me enlouquecia, e mesmo assim eu ficava com você, porque eu senti um sentimento que eu não sei descrever ainda. Mas de uma coisa eu tenho certeza, eu nunca te amei.

─ Quer dizer que está confessando ter me usado todo esse tempo?

─ Eu não a usei, sabe muito bem disso. Nunca te faltei com respeito, tentei te amar, tentei muito, mas como é possível amar alguém que está comigo só pelo meu dinheiro? ─ A garota empalidece, não diz absolutamente nada e não há nada a se dizer. Ela queria a sinceridade, pois bem, aí está. Não sou feliz com ela, nunca fui e jamais serei, se passai anos da minha vida com ela talvez tenha sido por carência, por pressão social dos sócios do meu pai dizendo que eu deveria me casar, parar de ir à festa e tomar um rumo em minha vida, e nesse momento, durante este colapso eu a conheci e acreditei que poderia suportar tudo para ficar ao lado dela, suportaria os meus pais, a sociedade por não aceitar bem um milionário se juntar a uma pessoa de classe média, eu suportaria tudo, só não contava que o problema não era o mundo, era ela.

─ Eu não preciso do seu dinheiro. ─ Fala com voz baixa, tentando manter um pouco de dignidade que lhe resta.

Poderia jogar na cara dela que sim, ela precisa do meu dinheiro. Sou eu quem paga o aluguel dela, algumas contas dela e eu sei que em datas comemorativas ela sempre pede joias para vender, e eu aceitava isso, porque não é culpa de ninguém nascer com muito ou pouco dinheiro. Eu a aceitei do modo horrível que ela é, mas não sou capaz de vê-la com os mesmos olhos ou com a mesma simpatia depois dela ter ameaçado o meu bebê. Não depois dela ter gritado, machucado Mikaela.

Sou um homem bom, não machuco ninguém e odeio guerras, mas, por favor, não mecha ou maltrate alguém que amo, pois juro que faço a pessoa conhecer o inferno.

─ Por que resolveu me contar agora sobre o bebê se fazia semanas que ela havia revelado a você?

─ Porque bastou duas semanas para eu preferir a morte do que me casar com alguém que eu não amo. Não me leve a mal, mas sejamos sinceros um com o outro, em algum momento durante os anos que passamos juntos você sentiu que eu te amava verdadeiramente?

Ela abaixa o rosto, envergonhada.

─ Desculpa. ─ Digo, sentindo estar sendo severo demais.

Passo a mão pelo rosto que queima e minha cabeça martela as letras que compõe Mikaela.

─ Eu quero que você se exploda, Thomas. ─ Ela diz entre dentes. ─ Desejo muito que você fique na merda e amei saber que a garota que você ama não te ama, sabe por quê? Porque as piores dores sempre são criadas dentro dos corações partidos. Espero muito que ela te odeie, na mesma intensidade que você a ama.

Paloma sai, batendo o pé com raiva.


PositivoOnde histórias criam vida. Descubra agora