Capítulo 12

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─ O que faz aqui?

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─ O que faz aqui?

─ Sua mãe me contou que tinha uma consulta hoje e achamos melhor você ter um acompanhante.

─ Thomas, você vai se casar, para o bem do seu casamento afaste-se de mim. ─ Entrego a folha de papel para ele, que olha sem entender nada. ─ Esse é o ultrassom e este, é o MEU bebê. ─ Enfatizo o “meu”, pois quero que ela entenda que não quero e nem preciso dele na criação dessa criança.
Passos aproximam correndo. Thomas mira no homem moreno de cabelos castanhos que passa sua mão por minha cintura.

─ Vamos? ─ Stevan pergunta, nem percebendo a imagem de Thomas parado ao nosso lado.

Sorrio e concordo. Arranco a folha da mão de Thomas e as guardo.

─ Não precise ficar preocupado, Thomas, este é o meu acompanhante e ele me ajudou bastante na consulta que era quinze minutos mais cedo. Mande um abraço a sua esposa e trate de focar nela, ela precisar mais de você do que eu. ─ Viro meu rosto para Stevan que observa, curioso na imagem masculina de Thomas. ─ Vamos.

A cada segundo com Stevan ao meu lado é uma risada diferente. Ele é muito engraçado, além ter uma memória ótima, lembrando de cada detalhe do nosso encontro.

─ Você lembra que passamos a noite na praia, olhando para o céu e descrevendo como seria nosso futuro?

─ Sim! Lembro que choveu e fomos para o seu apartamento, passamos a noite todo bebendo chocolate quente e conversando como a vida fora do Brasil era diferente. ─ Disparo entusiasmada com as recordações que batem na porta do meu coração.

─ Lembra que você usou uma camisa minha para dormir? Nossa, depois daquela noite nunca mais consegui vestir aquela camisa sem pensar em você.

Abaixo a cabeça sentindo minhas bochechas vermelharem. Sinto timidez agora, mas antes, não era assim. Estava consciente que estava com a camisa de um estranho, no apartamento de um estranho, no entanto, era como tudo fosse normal para mim. Conversar a noite toda com Stevan não foi só uma experiência inexplicável como também uma chance de conhecer um homem que foi o único capaz de me fazer esquecer a dor que a falta de Thomas me causava.

Na manhã seguinte tomamos café juntos numa padaria maravilhosa e antes de despedir dele com um abraço, Stevan me puxou para seus braços, roubando o beijo mais demorado e sufocante. E depois do beijo, nunca mais o vi, e aquela noite ficou como uma lembrança a ser recordada nos meus momentos silenciosos e quietos.

─ Eu a procurei para me despedir, mas não a achei. ─ Stevan diz, com um tom triste. ─ Dois anos depois eu retornei, jurava que dessa vez a encontraria e a encontrei, assim que coloquei os pés em Madrid deparei com revistas e revistas estampando seu nome e sua foto e em algumas da reportagem apresentava você com seu namorado... não tive coragem de procura-la e retornei ao Brasil para continuar minha vida.

─ Devia ter me procurado, quem sabe não me pouparia de um catastrófico namoro.

─ Eu também. Depois que  voltei me envolvi com uma garota e o relacionamento não foi o que eu esperava, ela me traiu com meu melhor amigo de faculdade ─ a voz dele completamente some e seus olhos não transmite raiva, mas muita tristeza. ─ devia ter lhe procurado, quem sabe hoje em dia não estaríamos juntos, quem sabe casando e esse bebezinho fosse meu.

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