Capítulo 62

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Não importa o que aconteça, o trabalho de uma madrinha é sorrir e tranquilizar a noiva

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Não importa o que aconteça, o trabalho de uma madrinha é sorrir e tranquilizar a noiva. Não importa o quanto você esteja destruída por uma noite mal dormida, porque seu filho simplesmente passou duas horas chorando na sua cabeça noite passada, é minha obrigação fingir está feliz.

Que se foda eu ter sido marcada numa postagem que mostra Thomas jantando com uma mulher num restaurante, eu tenho que está com humor divino.

Que se foda meus problemas, hoje não é o meu dia. É o dia dela.

Bebo um copo de suco, aguardando a cabelereira terminar meu penteado. Rebeca está se arrumando algumas cadeiras distante da minha, seu sorriso está imenso, só que às vezes a observo correr para o banheiro. Enjoos, aposto.

Visto meu vestido, borrifo perfume em meu pescoço e finalizo minha maquiagem com os meus espetaculares lábios vermelhos. Brindamos ao ver a noiva pronta, tiramos fotos num jardim repleto de rosas-vermelhas, acalmamos Rebeca que estava praticamente surtando sem saber como contar para Nathan sobre a gravidez.

Tiro um tempo. Paro de sorrir e me contento em apenas fechas os olhos e respirar.

─ Oi.

Depois de 22 dias, ouço sua voz não transbordar mágoa ou raiva, sinto saudade e arrependimento.

─ Thomas.

─ Como está?

─ Bem.

Aproxima de mim e ambos encaramos o lugar florido a nossa volta.

─ É mentira. ─ O encaro, seus olhos também encontram o meu. ─ Não acredite em tudo o que lê, não sai com aquela mulher por razões amorosas, ela é uma cliente.

Concordo. Não mostro nenhum tipo de reação que ele esperava.

─ Não te esqueci, Mikaela, e até você sair do meu coração, não pretendo me envolver com ninguém. Acho que você também não. ─ Seu dedo aponta para a aliança em meu dedo, institivamente a cubro.

Isso é besteira.

─ Tome. ─ Arranco a anel do meu dedo. ─ Ele não é uma aliança de namoro, é apenas seu anel da sorte, é injusto permanecer comigo.

─ Teimosa, como sempre. ─ Recolhe o anel.

─ Como disse?

─ Teimosa! ─ Afirma, alto. ─ Você sente falta de mim e eu de você, por que raios estamos longe um do outro?

─ Porque você não me ouviu, não respeitou a minhas vontades e agora tenho que ir à porra de um hospital para aquele idiota não te denunciar. ─ Grito.

─ Ele mereceu, e para ser sincero deveria ter batido mais. ─ Sinto nojo ao ouvir isso. Quando encontrei Stevan pela primeira vez, ele estava horrível, se Thomas tivesse continuado, o meu reencontro com Stevan teria sido num cemitério. ─ Ele te odeia, o cara disse que ia te comer, Mikaela, entende? Ele falou com tanto ódio de você que não consegui me controlar, mas eu juro que só bati nele na região do rosto, não fiz nada com a parte debaixo.

Não sei se devo acreditar nele.

─ Amor.

Não, por favor, não me chame assim.

Tenho vontade de correr, fugir, esconder de sua voz calma, silenciar seu poder sobre mim, matar o que consome meu ser a cada aproximar dele, eu queria simplesmente reiniciar meu coração, selecionando os sentimentos plausível, aqueles que não me dominam, só que não dá. É impossível fugir do Thomas, da nossa história, é impossível escapar dessa ligação que temos, antes conseguir fugir, porque nada me prendia e eu não havia me entregado completamente, agora, temos o Théo, temos nossa família, e ele tem o meu coração.

Estou de lado, esforçando para criar impulsos na perna para correr, nada adianta, sou uma árvore, plantada num local, que está sendo regada pela minha razão que derrete ao sentir Thomas beijar levemente meu pescoço. As mãos dele pairam um pouco abaixo dos meus seios, seus braços fecham, chocando meu corpo com o seu, no entanto, nenhum de nós estamos agindo conforme a carne, sim com o coração. O aconchego em seu corpo carrega o sentimento de nostalgia, saudade dos braços que foram meu lar.

─ Thomas. ─ Fraquejo ao clamar seu nome.

Ele nota, aproveita da minha fraqueza para beijar mais uma vez meu pescoço.

─ Sinto saudade.

Por favor, pare!

─ Não quero ficar longe de você, amor. Eu simplesmente esqueci como é viver a vida longe de você.

─ Acho melhor aprender, não tenho planos de retomarmos. ─ Fria. O gelo das minhas palavras rasgam minha garganta e nem mesmo sei como conseguirei falar daqui por diante.

─ Não sente minha falta.

─ Não.

Ele deixa meu corpo e toma o lugar a minha frente, penetrando seus olhos aos meus, analisando, estudando cada movimento e, ele sabe o quanto estou mentindo.

─ Seus olhos a entregam. ─ Acusa. ─ Você me ama, e eu te amo e sempre foi e talvez sempre seja assim. Não acredito em destino, Mikaela, sou uma pessoa racional só que nosso reencontro, a chegada do Théo, não foram coincidências. Não sei o termo que defina nossa história, mas sei que nascemos um para o outro ─ ele balança a cabeça e rir para si mesmo.─ você me transformou num Nathan, tem noção disso?

Rimos juntos.

─ Pessoas não nascem uma para as outras, Thomas. Somos livres aprenda isso.

─ O corpo é livre, sem dúvida, e o seu coração o que me diz? Mikaela, sempre foi assim, não importava quantos caras davam em cima de você, seu coração pertencia a mim, foi por isso que fez aquela tatuagem, não foi um presente para mim, sim uma mensagem te recordando do homem que tocou seu coração pela primeira vez ─ a mão dele desliza pelo meu queixo o erguendo. A boca dele provoca a minha, raspando por meus lábios até que em um impulso ágil, estou entregue em seus braços, deliciando-me em seus beijos, renovando as recordações do gosto de sua boca, do perfume fixado em sua pele, do calor do corpo masculino que me faz sentir minúscula, e do coração disparada em seu peito, se comunicando com os meus que esmurra minha carne. ─ não importa quem veio antes de mim, que se fodam aqueles que fizeram seu coração acelerar e sua mente elaborar fantasias, eu juro que serei o último, porque ambos sabemos que seu coração é meu, e aquela caixa onde você guarda seus sonhos, eu os realizarem, porque eu farei de tudo para chama-la de minha mulher. ─ Thomas desliza seu anel da sorte de volta para meu dedo. — Só aceito que retire esse anel quando parar de me amar, ou quando eu te pedir em casamento.

─ Thomas, par...

─ Não estou te devolvendo-o como símbolo de posse, Mikaela, acredite, quando eu lhe dei meu anel da sorte, não estava rotulando você como Minha, estava colocando em seu dedo firmando um compromisso com você que te levaria para o altar e é isso o que eu vou fazer. Não importa que estamos brigados, estamos com raiva e chateado um com o outro, esses sentimentos vão passar e vamos continuar nossa história, não vou dizer que vamos recomeçar porque estou farto de recomeçou... não tem ideia do quanto estou ansioso para pular para a parte em que eu e você somos marido e mulher e que Théo tenha um exemplo que os amores mais confusos, são os que mais valem a pena.

Meus olhos querem se sucumbir a vontade de desabar, só que com as forças que ainda prevaleço, fortifico um muro entre nós. Thomas entende, ele recua.

Acena com a cabeça e aponta para trás e some.

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