Capítulo 40

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─ Você deu uma entrevista a ela? ─ Pergunto, admirado

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─ Você deu uma entrevista a ela? ─ Pergunto, admirado. Não era ela que não queria nossos nomes envolvidos no público?

─ Sim. Bruna sempre foi uma boa amiga, ela estava lá quando precisava de fofocas para usar contras as pessoa e o melhor, Bruna nunca pedia nada em troca. Quando ela me pediu uma entrevista para o blog, não podia nega-la e confio nela, sei que ela não é como os idiotas que aumentam e inventam, sabia que ela usaria de verdade para escrever sobre nós e nosso filho. ─ Sorrio pelo modo doce e defensor que usa. Admiro isso em minha mulher, ela pode ter muitos defeitos, mas a lealdade dela é invejável. Sempre foi assim, indo do nível mais baixo até o mais alto para defender suas amigas, já levei tanto soco na cara por entrar em brigas para tirá-la das confusões, ela nunca fugia, ia para cima com tudo, podia até apanhar, mas quando recuperava, ninguém a segurava.

─ Eu te amo. ─ Escapa por meus lábios, sem ao menos notar.

─ Eu também o amo e muito. ─ Acaricia meu pescoço.

─ Estava aqui, lembrando da gente na escola. Não era só sexo, nunca foi só sexo, jamais poderia ser só amizade... ─ ela não entende o motivo de minhas palavras, mas as ouve com tanta atenção que é inevitável calar tudo o que surge e goteja por meus lábios. ─ no começo com certeza foi somente amizade, lembra, eu puxando suas marias chiquinhas e você me mostrando o dedo do meio e dizendo que ia me matar? Amava irrita-la e nessa época nunca pensei gostar de você, mas chegou um momento da minha vida que fingir gostar de vampiro para assistir aquela porcaria de diário de um vampiro com você, e nem vou mencionar todas as vezes que te ajudei a decorar seu quarto, odiava ter que ficar carregando suas coisas para um lado e para o outro, porém, eu não conseguia pensar em outro lugar a não ser do seu lado, e foi aí que descobrir que te amava.

─ Jurava que teria sido quando te beijei pela primeira vez.

─ Estava louco por você antes disso. ─ Rio, me sentindo estúpido por ficar com vergonha de confessar meus sentimentos a minha namorada. Sei que posso parecer um idiota apaixonado, com os sentimentos resolvidos, mas não sou assim, ao menos o resto não me conhece desse modo. Sou complicado, absorvo tudo e não exprimo para ninguém, somente com Mikaela consigo dizer o que penso e o que sinto sem me sentir julgado ou culpado, e isso é libertador. É se sentir livre conversar sem receios e essa é a base do relacionamento, ter a liberdade de expressar o que se passa em sua cabeça, mesmo que tudo seja uma completa bagunça.

─ É difícil dizer o momento em que me apaixonei. Tipo ─ Balança os ombros e toca meu torço. ─ foi impossível não nota-lo como algo a mais. Tive a certeza que estava apaixonada por você naquela noite em que recebi aquela carta escrita com sangue.

[...]

─ Thomas, me ajuda! ─ Mal conseguia ouvi-la, Mikaela chorava muito. ─ Tho-thomas, eles entraram na minha casa, os filhos da puta colocaram a carta na minha cama. Eu não vou ficar naquela merda.

A respiração dela estava alta de mais, estava nervosa e com tanto medo que mal conseguia controlar suas palavras. O choro transbordava de seus olhos e meu coração estava sendo esfaqueado por todos as lágrimas que escorriam por seus olhos.

─ Meus pais viajaram, os seguranças não estavam em casa e não encontrei ninguém.

─ Aonde você está agora? ─ Peguei minha chave e peguei o primeiro calçado que encontrei pela frente, não coloquei blusa e nem me lembrei de pegar um guarda-chuva, estava apavorado, temendo por ela.

─ Não sei o nome da merda da rua, na avenida que conecta o condomínio ao centro da cidade.

─ Você está de carro?

─ Não.

─ Porra, Mikaela, o mundo está acabando em água e você está andando no escuro a noite na chuva. Tá louca!

─ O que queria que eu fizesse, ficassem em casa sozinha enquanto recebo uma carta falando: vou acabar com você, princesa Ferrarini?

Entrei no carro e deixei o telefone no viva-voz, conversando com Mikaela tentando acalma-la e certificando que não aconteceria nada com ela. Naquela noite dirigir tão rápido que ganhei uma multa por excesso de velocidade, porém nem me importei quando ela chegou, pois, quando encontrei minha Mikaela tremendo mais de medo do que de frio, com os olhos vermelhos de tanto chorar, sabia que nenhuma multa do mundo conseguiria tirar o meu prazer de ter ajudado aquela baixinha.
Deixei o carro ligado e desci, correndo na direção de Mikaela que jogou-se em meus braços, agarrando meus ombros com toda a força que passava por seus braços naquele momento. Os cabelos longos estavam encharcados, a pele pálida e gelada, esfreguei minhas mãos por suas costas tentando esquenta-la.

─ Eu não volto para aquela casa nunca mais. ─ Chorou em meu pescoço.

─ Ei, estou aqui. Não vou deixar ninguém te machucar, está me ouvindo? Ninguém vai encostar em você e quem for louco de fazer isso, eu juro mata-los com minhas próprias mãos. ─ Levantei seu queixo para que seus olhos mirassem os meus. ─ Eu juro pelo que mais amo nessa vida que vou te proteger, mesmo que isso me custe a própria vida.

Não havia mentindo quando jurei, seria capaz de entregar minha vida por a dela, seria louco o suficiente para matar por ela, eu seria capaz de tudo para não vê-la chorar nunca mais, eu daria minha alma para que o sorriso jamais deixasse os lábios dela, eu seria capaz de tudo somente para protege-la e nunca me importei o quanto me custasse para vê-la feliz, pois seria corajoso o suficiente para vender tudo o que tenho, doar tudo o que conquistei, por ela eu sempre fui e sempre vou ser louco o suficiente para abrir mão de tudo para faze-la feliz.

A levei para minha casa e cuidei dela. Fiz que ela tomasse banho, peguei as minhas camisas preferidas e entreguei a ela para aquecer, enquanto ela se trocava aproveitei para pegar as roupas dela para lavar e encontrei o que a deixou apavorada. A merda da carta que a deixou abalada, a guardei, pois tomaria minhas próprias providências contra os malditos que estavam fazendo a garota que amo chorar.

Naquela noite a peguei em meu colo e passei a noite inteira em claro, acariciando os cabelos húmidos e alisando a pele que mesmo depois do banho insistia em permanecer fria.
Foi uma das minhas piores noites, mas também foi o começo para mim e Mikaela, a partir daquela noite, a garota vivia mais em minha casa do que na dela, havíamos caído numa rotina, desde a hora que levantávamos e íamos dormir, ficávamos juntos e graças a esse tempo, começamos a desenvolver nossa "amizade colorida". Numa semana foi um beijo, na outra, meus lábios tocavam seu pescoço e quando menos esperávamos estávamos dormindo de conchinha nus.

[...]

Este foi o último dia que Mikaela foi ameaçada. Não sei como, mas meu sogro conseguiu descobrir o vagabundo que estava fazendo esses joguinhos, não sei o que aconteceu com ele, o nome, o rosto, não chegaram aos meus saberes, somente Mikaela e o pai sabem a identidade do homem e o que aconteceu com ele.

Várias teorias já se passaram por minha mente, cheguei a dividir algumas com ela, porém, não recebi respostas ou confirmações, acredito que esse é o único segredo que Mikaela não abre mão de deixa-lo enterrado, e no fundo, quero que continue dessa maneira, enterrado, e espero que esteja morto.

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