Capítulo 48

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Nove meses

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Nove meses.

Arrumamos a bolsa, o quarto do Théo já está limpo e com tudo que ele precisa, o médico disse que em qualquer momento o bebê pode nascer, e como ordem, exigiu que eu me mantivesse afastada de tudo que possa alterar minhas emoções, então, nada de trabalho, de reuniões, ou qualquer tipo de fofoca que envolva a mim ou aqueles que eu conheço. Thomas praticamente me deixou de castigo, tomou meu notebook, pediu que Pietro não me incomodasse com absolutamente nada do trabalho, e só me deixou ficar com o celular porque trocamos mensagens durante o dia, se não fosse isso, viveria como uma mulher das cavernas.

Como costume durante estas últimas semanas, Thomas acabou adormecendo com o rosto em minhas coxas, enquanto continuava a contar a história do cavaleiro Théo. Por não estar trabalhando e quase não fazendo nada dos meus dias, quase não tenho sono durante a noite e isso resulta numa vampira grávida às duas horas da manhã e acordando meio-dia com olheiras enormes que não estou tendo o trabalho de esconder, já que mal estou saindo de casa.

O quarto é um completo breu, não há nada para ser ver ou ser visto, Thomas ronca entre minhas coxas e Théo também parece dormir, não há nada a fazer a não ser bater um papo comigo mesma e com a minha barriga que começa a roncar. Preciso comer, mas não quero qualquer coisa, quero sorvete de flocos. Na verdade, faz dias que estou com esse desejo, mas como mal saio de casa e Thomas sempre está saindo atrasado para o trabalho, sempre esqueço de pedi-lo para passar no mercado.

Deslizo o dedo pela tela do celular que acende. Duas e quarenta.

─ Thomas. ─ Dou leves tapas em suas costas.

Os roucos não param.

─ Thomas. ─ Chamo mais alto. Mexo as coxas, sinto a cabeça dele escorrer por minha pele, no entanto, não há nenhum sinal que despertou.

O homem parece ser a bela adormecida, porque não tem condições de um ser humano dormir tanto assim. Pego meu celular e ligo para o celular dele, o barulho do aparelho abrange todo o ambiente e antes que a ligação chame pela terceira vez, Thomas salta da cama em direção ao aparelho.

─ Alô? ─ Atende, sonolento.

─ Quero soverte de flocos.

Thomas vira a cabeça em minha direção, se isso fosse um filme eu descrevei-a como a menina do exorcista. Repousa o celular no criado-mudo e passa as mãos com força pelo rosto, o travesseiro afunda com o seu rosto virando para me encarar, não sei o que dizer em relação aos seus olhos já que a luz do celular dele acessa alguns centímetros não é forte o suficiente para iluminar sua face.

─ Não pode ser amanhã?

─ Estou com fome.

─ Por que não me pediu mais cedo?

─ Porque eu esqueci e o desejo só voltou agora. ─ Faz um barulho com a boca, resmungando. ─ Mas consigo esperar até amanhã. ─ Digo.

Pensando por um lado menos egoísta, chega ser covardia mandar o homem que trabalhou o dia inteiro, ir comprar sorvete a essa hora da noite.

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