Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro Dorama

Onze - O show dela

  Após andarmos um bom pedaço, finalmente encontramos a outra entrada que, como previsto, está cercada por seguranças. Ao nos aproximamos um pouco mais, avistamos uma vã preta chegando. Embora os vidros sejam escuros, um deles está entreaberto, permitindo que eu veja uma parte do rosto de Park Hyun lá dentro. 

  — É ele — aviso para Amanda. — Posso sentir sua arrogância contaminando o ambiente.

  Ela está bem atrás de mim, de modo que ouço sua risada nervosa sobre meu ombro.

  — Em fim Bia, acho melhor desistirmos dessa ideia, não quero ser presa. — E começa a dar meia volta, mas é interrompida quando a agarro pelo braço.

  — De jeito nenhum, você topou, não pode desistir agora.

  Minha amiga suspira, derrotada. Então, tomamos coragem e seguimos em frente. É hora do plano!

  — Com licença — digo para o segurança mais próximo, o coração batendo rápido. — Somos dançarinas de Park Hyun, estamos atrasadas.

  O grandalhão de chapéu me examina de cima a baixo.

  — Claro que são — responde com ironia. — As dançarinas já entraram, deem o fora daqui.

  Amanda e eu trocamos um olhar de encorajamento. É agora.

  — Se o senhor não acredita, então confira. — Estendo o Cartão Platino para ele, tentando parecer convincente. Também me lembro de usar as duas mãos, de acordo com a etiqueta coreana.

  — O que é isso? — Ele segura o cartão, claramente desconfiado.

  — Estamos sem identificação, mas disseram que poderíamos usar este cartão especial da empresa.

  O homem levanta uma sobrancelha, devolvendo-o.

  — Quem disse isso?

  Ele parece confuso, está funcionando!

  — Foi o Lee Song — respondo, mencionando o manager* (argente) do NI5.

  — Esperem aqui — ordena o grandalhão, saindo, provavelmente para fazer uma ligação.

  — Obrigado por entender! — digo bem alto e começo a caminhar com confiança em direção ao portão. Assim os outros, que estavam próximos o bastante para ouvir minhas últimas palavras, entendem que tivemos a permissão e nos permitem passar.

  Mantemos essa postura firme até estarmos bem longe deles.

  — Isso foi pura cagada! — exclama Amanda, agitada. — Será que dá para entrar assim no show do BTS?

  Dou risada. Essas ARMYs...

  — Até agora foi mesmo, mas é melhor corrermos! Logo seremos descobertas.

  Corremos por um extenso gramado até alcançar o grande edifício na parte de trás do estádio. Entramos pela porta principal e só paramos de correr quando nos deparamos com outras pessoas, mas elas estão tão ocupadas que nem notam nossa presença.

  — Precisamos encontrar uma forma de chegar á plateia — falo para Amanda, enquanto andamos sem rumo.

  Não demora muito até ouvirmos alguém gritar que há intrusas no local, pedindo que todos fiquem atentos. Tomada pelo pânico, eu puxo Amanda para dentro de uma sala, onde damos de cara com várias garotas coreanas. Droga.

  — Quem são vocês? — pergunta uma delas, nos analisando com curiosidade.

  — Dançarinas especiais — responde Amanda, mais rápida que eu.