Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro Dorama

Trinta e Oito - Adeus

  No outro dia, quando chego na DCA dou de cara com Hyun na recepção. Minha primeira reação ao vê-lo de longe é ficar paralisada, mas depois de alguns segundos, consigo ganhar confiança para seguir em sua direção. É só cumprimentá-lo e fingir que nada aconteceu, você consegue.

  Respiro fundo discretamente, enquanto nos aproximamos um do outro, mas quando eu paro para dizer algo, Hyun passa direto, me ignorando completamente. Na minha cabeça de dorameira, vejo a cena se repetir várias vezes em câmera lenta. Então olho para trás e fico o seguindo com os olhos, completamente chocada. Mas que merda foi essa?

  Mais tarde, durante o ensaio da nova coreografia, também sou ignorada, pois Hyun não olha para mim nem sequer uma vez, e até mesmo finge não ouvir quando me ofereço para lhe buscar água. Mas era eu quem ia me afastar e não o contrário! O fato dele estar no controle da situação de novo me deixa tão irritada que resolvo revidar, então começo a puxar assunto com ele bem alto, para todos ouvirem.

  — Park Hyun, o que vai querer no almoço??

  Quero ver ele me ignorar na frente de todos.

  — Não estou com fome — responde, sem me olhar.

  — Hyun sem fome? — indaga Bin, surpreso — Que alien é esse que abduziu meu amigo?

  Os outros dão risada, sem perceber a frieza de Hyun comigo.

  — Ah você deve estar cansado — continuo, persistente — O que acha de uma massagem nos ombros?

  Me aproximo rapidamente por de trás dele, certa de que não poderá recusar. Mas assim que coloco as mãos em seus ombros, ele me empurra, num gesto tão brusco que chama a atenção de todos.

  — Qual é o seu problema? — repreende Bin, o puxando pelo braço.
 
  Por um momento, Hyun parece ficar surpreso consigo mesmo.

  — Mianhe* (Desculpas) — murmura sem me encarar, então sai da sala.

  Assim como os outros, eu fico sem reação, tentando entender o que aconteceu. De repente minha raiva se transforma em tristeza. Hyun nunca foi tão frio assim comigo, nem quando nos odiávamos.

  — Vocês brigaram? — pergunta Bin, se aproximando.

  Balanço a cabeça, negando.

  — Não ligue para ele Beatriz — diz Tae Ho, se aproximando também.

  Olho para os garotos do NI5 e me sinto mal ao ver a pena nos olhos deles. Acho que não consegui esconder minha decepção.

  — Já sei! Você pode fazer a massagem em mim — continua Tae Ho, tentando me animar. Ele pega uma cadeira e a coloca perto de mim, em seguida se senta nela de costas. — Fique à vontade Beatriz, eu não me importo.

  Owunt...

  Eu costumava fazer massagens na minha mãe sempre que ela estava exausta e já que o mais novo está sendo tão fofo, decido tentar, mesmo sendo contra as regras. Então começo a massagear os ombros dele, usando toda a habilidade que adquiri.

  — Daebak! Você é boa nisso! — exclama, assim que termino — Por que não descobrimos antes?

  Sorrio agradecida, e me surpreendo ao ver KB se aproximar segurando o braço, a expressão de dor.

  — Que estranho, meu ombro está doendo muito esses dias — comenta ele, como quem não quer nada.

  Dou risada. Geralmente KB é bem reservado, então é bem interessante vê-lo assim. Finalmente dou uns tapinhas nas costas de Tae Ho.