Quinze - Hospital

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  Na manhã seguinte, acordo com uma batida na porta e me surpreendo ao ver Seo Jin, já arrumado e pronto para sair.

  — Mas ainda são cinco da manhã... — reclamo, sonolenta.

  Ele aponta para o relógio em seu braço.

  — Sinto muito, mas eu entro as seis, é melhor se apressar.

  Então eu me arrumo rapidamente, e mal tenho tempo de arrumar o cabelo quando Seo Jin bate novamente.

  — Estou pronta — aviso, com o mesmo ânimo de uma condenada, antes de abrir aporta.

  Saímos do apartamento antes de todos acordarem. Levamos uma hora para chegar ao hospital. Ao entrarmos, a primeira coisa que fazemos é passar pela recepção, onde uma coreana alta e bonita nos recebe atrás do balcão.

  — Na Bi, esta é Beatriz Miranda — diz Seo Jin, após cumprimentá-la. — Ela tem consulta com o Dr. Kang, mas vai fazer alguns exames antes.

  A mulher me encara da cabeça aos pés e sorri de forma pouco amigável. Tudo bem, não fui com sua cara também querida.

  — O documento hospitalar? — pergunta, enquanto mexe no computador.

  Seo Jin se aproxima dela como se fosse contar um segredo.

  — Ela não tem, então vou precisar da sua ajuda.

  A coreana nos observa com desconfiança, mas acaba concordando.

  — Certo, senhor.

  Senhor? Os médicos são tratados diferentes por aqui.

  — E não se esqueça, o atendimento dela é VIP — acrescenta Seo Jin, fazendo a mulher parar de digitar e me encarar perturbada. Mas ela disfarça com outro sorriso falso.

  — Por que meu atendimento precisa ser VIP? — pergunto, quando já estamos no elevador. — É só uma consulta.

  — Sendo VIP você terá muito mais rapidez e precisão em alguns procedimentos.

  — Sério? Então deve ser caro.

  — Não se preocupe com isso.

  — Claro que me preocupo! Você já me ajudou tanto, não quero dar mais despesa.

  Ele dá de ombros.

  — Você é minha funcionária agora, estou apenas cumprindo meu dever como patrão, então aceite.

  Franzo a testa, duvidosa. Será que é mesmo dever dele? Ou só está me enrolando porque não conheço as leis do país? Preciso pesquisar!

  O elevador para no quinto andar e Seo Jin me leva até uma sala de espera muito luxuosa.

  — Pode esperar aqui, em breve uma enfermeira virá para acompanhá-la nos exames e na consulta.

  Dou uma olhada na sala e me volto para ele.

  — Onde você vai?

  — Trabalhar.

   — Não pode me acompanhar? Eu me sentiria mais confortável.

  Ele parece surpreso a princípio, depois sorri.

  — Não é minha função, mas posso abrir uma exceção para uma amiga.

  Seu sorriso acolhedor, bem como o jeito carinhoso com que me chamou de amiga faz eu me sentir segura.

  — Obrigada Seo Jin. — Ele levanta as duas sobrancelhas, parecendo perturbado. Imediatamente me dou conta que o chamei pelo primeiro nome de maneira informal. — Você fez isso primeiro! — acuso, antes que a bronca venha.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora