Na manhã seguinte, acordo com uma batida na porta e me surpreendo ao ver Seo Jin, já arrumado e pronto para sair.
— Mas ainda são cinco da manhã... — reclamo, sonolenta.
Ele aponta para o relógio em seu braço.
— Sinto muito, mas eu entro as seis, é melhor se apressar.
Então eu me arrumo rapidamente, e mal tenho tempo de arrumar o cabelo quando Seo Jin bate novamente.
— Estou pronta — aviso, com o mesmo ânimo de uma condenada, antes de abrir aporta.
Saímos do apartamento antes de todos acordarem. Levamos uma hora para chegar ao hospital. Ao entrarmos, a primeira coisa que fazemos é passar pela recepção, onde uma coreana alta e bonita nos recebe atrás do balcão.
— Na Bi, esta é Beatriz Miranda — diz Seo Jin, após cumprimentá-la. — Ela tem consulta com o Dr. Kang, mas vai fazer alguns exames antes.
A mulher me encara da cabeça aos pés e sorri de forma pouco amigável. Tudo bem, não fui com sua cara também querida.
— O documento hospitalar? — pergunta, enquanto mexe no computador.
Seo Jin se aproxima dela como se fosse contar um segredo.
— Ela não tem, então vou precisar da sua ajuda.
A coreana nos observa com desconfiança, mas acaba concordando.
— Certo, senhor.
Senhor? Os médicos são tratados diferentes por aqui.
— E não se esqueça, o atendimento dela é VIP — acrescenta Seo Jin, fazendo a mulher parar de digitar e me encarar perturbada. Mas ela disfarça com outro sorriso falso.
— Por que meu atendimento precisa ser VIP? — pergunto, quando já estamos no elevador. — É só uma consulta.
— Sendo VIP você terá muito mais rapidez e precisão em alguns procedimentos.
— Sério? Então deve ser caro.
— Não se preocupe com isso.
— Claro que me preocupo! Você já me ajudou tanto, não quero dar mais despesa.
Ele dá de ombros.
— Você é minha funcionária agora, estou apenas cumprindo meu dever como patrão, então aceite.
Franzo a testa, duvidosa. Será que é mesmo dever dele? Ou só está me enrolando porque não conheço as leis do país? Preciso pesquisar!
O elevador para no quinto andar e Seo Jin me leva até uma sala de espera muito luxuosa.
— Pode esperar aqui, em breve uma enfermeira virá para acompanhá-la nos exames e na consulta.
Dou uma olhada na sala e me volto para ele.
— Onde você vai?
— Trabalhar.
— Não pode me acompanhar? Eu me sentiria mais confortável.
Ele parece surpreso a princípio, depois sorri.
— Não é minha função, mas posso abrir uma exceção para uma amiga.
Seu sorriso acolhedor, bem como o jeito carinhoso com que me chamou de amiga faz eu me sentir segura.— Obrigada Seo Jin. — Ele levanta as duas sobrancelhas, parecendo perturbado. Imediatamente me dou conta que o chamei pelo primeiro nome de maneira informal. — Você fez isso primeiro! — acuso, antes que a bronca venha.
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Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro Dorama
RomansaBeatriz Miranda é uma brasileira iludida, sim, iludida por coreanos. Dorameira e apaixonada por k-Pop, ela acaba vencendo um concurso onde é premiada com o Cartão Platino. Mal sabe ela porém, que esse simples prêmio lhe fará viver uma aventura surre...