Trinta e Sete - O outro paciente

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  Acordo no outro dia, sentindo muita preguiça. Noto que estou na minha cama e franzo a testa. Como vim parar aqui? Depois de me sentar, fico olhando para o nada pensativa e faço várias caretas, conforme vou me lembrando dos acontecimentos de ontem. Beatriz Miranda dando chilique por causa de uma bad, aff. Tampo o rosto com as mãos, inconformada. Tudo bem, eu posso lhe dar com isso. Mas quando tento levantar me sinto um pouco tonta e me sento novamente. O que há de errado comigo?

  De repente escuto uma batida na porta.

  — Bia está acordada?

  — Pode entrar — respondo, notando que se trata de Linda.

  Ela entra e dá um sorriso de alívio assim que me vê. Também reparo que traz uma bandeja na mão, com uma tigela de porcelana.

  — O que houve? — pergunto.

  — Você nos deu um susto ontem! Chegou aqui desmaiada de febre.

  — Febre? — Coloco a mão na testa, mas não sinto nada.

  — Não se preocupe, graças a Seo Jin a febre passou durante a noite, mas ainda precisa se recuperar. — Então se aproxima e coloca a bandeja em cima da cama.

  — É mingau de arroz — avisa, me estendendo a colher. — Coma tudo.

  Encaro a gosma branca nenhum pouco animada.

  — Não entendo, eu estava bem ontem...

  — É isso o que acontece quando se tem a brilhante ideia de tomar chuva à noite. — Linda cruza os braços, aborrecida. — O que vocês estavam pensando?

  Demoro apenas um segundo para perceber a palavra estranha. Vocês?

  — Aonde você vai? — pergunto, assim que ela vira as costas.

  — Vou levar a refeição do outro paciente. Seo Jin teve uma emergência no hospital, mas logo voltará para ver como vocês estão, então trate de comer, ok?

  — Linda espera! — chamo, mas ela sai do quarto, me deixando no vácuo.

  Não tô entendendo nada! Se Seo Jin está no hospital, de que outro paciente ela poderia estar falando? Será que...

  — Não pode ser! — falo, saindo da cama aos solavancos.

  Ela não pode estar falando de Hyun, certo?

  Embora pareça muito improvável, não consigo sossegar até ir até o quarto dele para verificar. Mas antes de bater na porta eu hesito. Será que é uma boa ideia? Pondero por alguns minutos, indecisa, mas me surpreendo quando a porta é aberta primeiro e vejo Hyun surgir atrás dela. Ele está de pijama, o cabelo todo bagunçado sobre a testa e o rosto pálido.

  — Beatriz... — diz, a voz arrastada — Você está... — De repente fecha os olhos e se desequilibra para a frente, me obrigando a segurá-lo.

  — Você está com febre! — exclamo, sentindo seu corpo arder.

  Hyun não responde, mas aconchega o braço em volta do meu ombro, aproveitando para se apoiar em mim. Embora me sinta um pouco fraca, consigo levá-lo de volta para cama, mas ele continua me segurando e acabamos caindo os dois em cima dela.

  — Hyun — chamo, tentando me soltar. Mas ele coloca o outro braço em volta de mim, me mantendo presa.

  Então eu desisto, sem forças para ir contra meu coração iludido. Tenho ciência de que Linda pode entrar a qualquer momento, mas o cheiro de Hyun é tão contagiante, e seus braços quentes parecem ser o lugar mais confortável do mundo. Como resistir? Mas automaticamente me lembro de Sun Hee e me sinto mal. Isso não está certo.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora