Olho para a tela do computador mais uma vez, me sentindo nervosa. Nada. Atualizo a página repetidamente e os nomes permanecem os mesmos. Então me recosto na cadeira, frustrada. Ok, eu sei que já sou uma adulta madura com meus 18 anos de experiência, e que eu deveria entender aquele ditado "não se pode ter tudo." Mas cara, eu nunca pedi para ter tudo, quem seria louco de fazer isso? A única coisinha que eu queria nessa vida, é que meu nome estivesse nessa maldita lista! É pedir demais?
Respiro fundo antes de atualizar a página novamente. A lista continua igual.
— Aish! — exclamo irritada.
Saio da frente do computador e me lanço na cama. Um minuto depois me levanto que nem um zumbi e me jogo na cadeira. Estico meu pescoço e sinto alguns nervos estalarem, me causando alguma dor, mas não deixo isso me desanimar. Me endireito na cadeira e volto a atualizar a página. Olho para o relógio de relance: 3:25 am.
— Tá vendo o que eu sofro por você? — pergunto ao poster na parede, onde um jovem lindo de olhos puxados esbanja sua beleza. — Oh é mesmo? Também te amo Oppa* (Apelido íntimo para se referir a um amigo ou namorado).
Sou esse tipo de pessoa, não me julgue.
Me sentindo revigorada, me concentro novamente no monitor. Levo o mouse até a opção "atualizar página" e fecho os olhos. Após clicar, abro um olho de cada vez e, lentamente, rolo a página para baixo. Alguns nomes novos surgem na lista e quase não acredito quando vejo o meu ali.
— Não pode ser.
Eu... fui... escolhida?
Pisco algumas vezes e atualizo a página novamente para ter certeza de que não é nenhum engano. Mas, por incrível que pareça, meu nome continua lá. Então finalmente posso explodir.
— Eu conseguiii! — grito descontrolada, esmagando a almofada que está no meu colo. Pulo da cadeira para a cama, rolo caindo no chão e começo a correr pela casa, eufórica. — Mãeeeeeee!
— Que susto Bia! — berra minha mãe, surgindo no corredor com a mão no coração.
Lanço os braços em volta dela, num abraço apertado.
— Mãe, consegui ser escolhida para o concurso! — falo rápido demais para qualquer ser humano entender. — Sou uma das participantes!
Minha mãe arregala os olhos.
— E essa é a causa de todo esse alvoroço? Meu Deus Bia, com esses gritos pensei que a casa estava pegando fogo!
— Isso merece uma comemoração! — Corro para a sala e ligo o som. O single do último álbum solo de Park Hyun ecoa pelo nosso apartamento por alguns segundos, até a dona Carol cortar meu barato.
— Ei! — protesto, assim que ela desliga tudo.
— Chega menina, quer que chamem a polícia?!
— Mas mãe, como posso ficar sem música numa situação dessas?
Ela passa a mão pela testa, claramente cansada.
— Olha as horas Beatriz! — reclama, apontando para o relógio na parede.
— Ok, talvez os vizinhos não queiram acordar com Park Hyun cantando no meio da madrugada — respondo, tentando ser compreensiva. Afinal, sou adulta, certo? — Mas mãe, o que são meus vizinhos perto dessa grande notícia? Sabe quanto me esforcei por isso? Esse é um dos pontos altos da minha vida, eu tenho que cantar Happy Life de Park Hyun!
— Minha filha, eu realmente gostaria de entender o que você está falando, mas no momento estou com muito sono então... — Sem terminar, ela começa a sair.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro Dorama
RomanceBeatriz Miranda é uma brasileira iludida, sim, iludida por coreanos. Dorameira e apaixonada por k-Pop, ela acaba vencendo um concurso onde é premiada com o Cartão Platino. Mal sabe ela porém, que esse simples prêmio lhe fará viver uma aventura surre...