Cinquenta e Três - Isso não é um Dorama

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  Depois de muita discussão com Seo Jin, ele finalmente me dá alta do hospital. Mas como tenho alguns pontos na cabeça e um braço engessado, ainda preciso ficar de repouso em casa. Sem contar as consultas remarcadas com o Dr. Kang.

  Hyun não foi mais me visitar depois daquele dia e ninguém quis me dizer nada quando perguntei sobre ele. Tem alguma coisa acontecendo, posso sentir! E esse sentimento piora quando volto para o apartamento e descubro que meu namorado se mudou de lá.

  — Sinto muito Bia, ele foi embora sem dizer nada — explica Linda, suspirando.

  Sinto o desespero tomar conta de mim e me sento no sofá, enquanto choro.

  — Por que Hyun está agindo assim? Ele não me ama?

  — Mas é claro que ama — diz ela, me abraçando.

  Aperto o pingente no meu pescoço com força, me lembrando do seu significado. Ele me deu isso para mostrar que sou dele. Então por quê...?

  * * *

  Na semana seguinte, Hyun finalmente dá as caras no apartamento. Encontro ele na sala em um horário em que nem Linda, nem Seo Jin estão. Ficamos nos encarando de longe, mas não preciso estar mais perto para ver que sua expressão é fria, quase sem vida.

  — E então? Já decidiu quando vai parar de agir feito idiota e me contar o que está havendo? — começo.

  Ele fica em silêncio.

  — É sério Hyun, isso está me deixando louca — falo, manhosa — Por que não voltamos a ser como éramos?

  Começo a me aproximar, mas Hyun se afasta imediatamente, me assustando. Fico olhando-o, intrigada com sua atitude. Por que parece que ele está com medo de mim?

  — Hyun? — chamo.

  — Você tem que ir embora.

  Pisco algumas vezes, chocada.

  — Isso não é engraçado.

  — Não é para ter graça — responde, sério — Você tem que ir embora da Coreia Beatriz.

  As palavras soam como um soco em mim, mas acabo rindo, incrédula. Ele não pode estar falando sério. Dou alguns passos em sua direção, a dor começando a tomar forma em meu rosto.

  — O que você disse?

  Hyun fecha os olhos e quando os abre novamente noto que estão vermelhos. Também há bolsas escuras em volta deles, indicando que não tem dormido, assim como eu.

  — Eu quero que vá embora... da Coreia — repete, com o maxilar cerrado.

  Dessa vez sou atingida em cheio, o estômago chega a embrulhar. E o rosto de Hyun é duro como pedra, o que não me dá brecha para tentar ler seu coração.

  — Isso não faz sentido — sussurro, os olhos enchendo de lágrimas. — O que deu em você? Por que está me dizendo isso?

  Ele não responde. Então corro em sua direção, sentindo a raiva me consumir.

  — Eu perguntei o que deu em você! — grito, tentando segurá-lo com o braço que não está engessado, mas ele me afasta com um empurrão. Acabo me desequilibrando com a força do gesto e vou direto ao chão.

  — Beatriz! — Ele corre até mim para me acudir.

  Assim que olho para cima e encontro seus olhos, finalmente vejo o calor do amor que ele tem por mim dentro deles. Isso me faz sentir alívio, mas Hyun me ajuda a levantar e se afasta novamente, a expressão voltando a ficar dura.

Cartão Platino - Uma História Que É Um Verdadeiro DoramaOnde histórias criam vida. Descubra agora